terça-feira, 18 de abril de 2006

Grêmio 2x0 Corinthians (Brasileirão, 1.ª rodada, Estádio Olímpico, 16/04/2006, 16h)

Campeão da Série B de 2005 e campeão do Gauchão de 2006. Para o Grêmio, o Brasileirão de 2006 não poderia começar de forma mais difícil: na primeira rodada enfrentaria o Corinthians, campeão brasileiro de 2005, que conta com um elenco formado por jogadores destacados como Gustavo Nery, Marcelo Mattos, Mascherano, Ricardinho, Roger, Tevez e Nilmar, alguns destes com pretensões de disputar a Copa do Mundo da Alemanha.

Durante a semana, Mano manteve o seu característico treino secreto, além do sigilo da escalação até os últimos instantes; prevaleceu a do primeiro Gre-nal, no Estádio Olímpico, com Wellington na lateral-esquerda, Alessandro compondo o meio-campo para impedir os avanços de Gustavo Nery e Tevez, e Ricardinho isolado no ataque. Tcheco, finalmente, vai tratar da lesão no púbis que tem comprometido suas atuações. Por outro lado, a direção, no mesmo domingo no qual conquistou o título do Gauchão, anunciou contratações para qualificar o grupo, e a imprensa já especulou vários nomes, alguns deles já acertados: Hugo (Juventude), William (Ipatinga), Rudnei (15 de Campo Bom), Fábio Santos (São Paulo), Rafinha (Santo André), e até Ilan (Souchaux) e Gilberto (Hertha Berlin).

Chegamos ao Estádio por volta das 15h, e nos posicionamos na goleira da esquerda da social, perto do Portão 1. O clima de Brasileirão, sobretudo diante do encontro dos campeões das séries A e B de 2005, já marcou a diferença pela presença de câmeras sobre gruas atrás das goleiras. Galvão narrou o jogo para a TV, e foi devidamente "homenageado" por alguns, como de costume. A torcida do Corinthians encheu o local destinado aos visitantes e participou bastante, mas com gritos bem manjados, nem um pouco originais. Antes do jogo, no qual seria promovida a estréia do novo uniforme do clube para 2006, a recém titulada Miss Brasil Rafaela Zanella, de Santa Maria, deu a volta olímpica acenando para a torcida.

O Grêmio marcou muito os paulistas, inclusive a saída de bola, e jogou a maior parte do tempo no campo adversário. Causou muita repercussão o comentário fora-da-realidade do técnico do Corinthians, para quem a sua equipe não conseguiu se impor devido à "retranca" armada pelo Mano. Todos os que acompanharam a partida viram que não houve retranca alguma: o que se viu foi o Grêmio amassando o Corinthians, não deixando nenhum de seus craques jogar. Ricardinho, por exemplo, eu não reparei em campo. Roger apareceu com alguma freqüência, mas não conseguiu prevalecer nas jogadas. Nilmar teve apenas uma chance de gol, num erro de Pereira, e Marcelo praticou a defesa. A equipe paulista não criou, pois, chances de gol. Ao contrário do tricolor, que teve várias boas oportunidades.

Ricardinho, o do Grêmio, perdeu um gol incrível, quase na pequena área. Wellington rendeu bem na esquerda - deu um bom chute a gol, defendido por Herrera, que jogou com a camisa 99. Patrício era o ponto de referência no lado direito; sempre estava livre para iniciar jogadas. O Grêmio trocava passes com inteligência e sempre para a frente, pelos lados. Lucas e Jeovânio tiveram excelente participação, e a defesa esteve como uma rocha: Evaldo e Pereira não deram chances para os atacantes paulistas. No meio-campo, as bolas sempre sobravam para os jogadores do Grêmio. Como é notório, Mano acertou a defesa (desde o ano passado) e o meio-campo (notadamente com o novo esquema, assumido nos Gre-nais decisivos do Gauchão). Faltava apenas dar mais efetividade ao ataque.

Aos 44min da etapa inicial, Wellington se livra de Roger e, de longa distância, faz um lançamento para Ricardinho dentro da área; o atacante enxerga Alessandro dentro da área como se fosse centroavante e dá um passe de cabeça; o lateral/meio-campo divide com o goleiro e marca o primeiro gol. Não demorou e o árbitro deu por encerrado o 1.º tempo.

Para o 2.º tempo, conforme o Prof. Ruy, o Grêmio deveria voltar atuando como havia feito no 1.º: marcando o adversário e se lançando ao ataque, sob pena de correr o risco de a equipe paulista fazer o seu jogo. Pois o Grêmio voltou com a mesma aplicação, jogando para cima dos paulistas.

Aos 18min, após cobrança de escanteio, Pereira cabeceia para o gol; um zagueiro, em cima da linha, salva, mas Evaldo, na pequena área, apara o rebote e marca o 2.º gol. O Corinthians tentou jogadas na frente, mas sem resultados práticos. Tevez, que passou o jogo esperando a bola chegar aos seus pés, teve poucas oportunidades: a bola não chegou, ou quando chegou, chegou mal. Nilmar foi outro que jogou muito pouco. Após o 2.º gol, o árbitro passou a marcar ainda mais faltas em favor do Corinthians; foi incrível, TODAS as quedas dos jogadores corinthianos eram assinaladas como falta.

Depois dos 30min, quando ficou claro que o resultado não mais se inverteria, a troca de passes entre os jogadores gremistas era tão perfeita que a torcida passou a gritar "olé".

As próximas duas rodadas serão fora de casa, sendo que o jogo de domingo que vem será contra o Cruzeiro no Mineirão.

GRÊMIO: Marcelo Grohe, Patrício, Evaldo, Pereira e Wellington; Jeovânio, Lucas, Marcelo Costa, Alessandro (Nunes, 28'/2º) e Ramon (Paulo Ramos, 35'/2º); Ricardinho (Pedro Júnior, 32'/2º). Técnico: Mano Menezes.

CORINTHIANS: Herrera; Coelho, Betão, Marcus Vinícius e Gustavo Nery; Marcelo Mattos (Renato, 26'/2º), Mascherano, Ricardinho e Roger (Rafael Moura, 17'/2º), Tevez e Nilmar. Técnico: Ademar Braga

Brasileirão, primeira rodada, 16/4/2006
Gols: Alessandro, a 44 do primeiro, e Evaldo, a 18 minutos do segundo tempo
Arbitragem: Álvaro Quelhas (MG), auxiliado por Marco Antônio Gomes (MG) e
Alessandro Conceição (MG)
Público: 31.016 (26.368 pagantes).

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