quarta-feira, 25 de abril de 2007

Classificação com dedo do técnico (GRÊMIO 1x0 CERRO PORTEÑO/PAR, Estádio Olímpico, Libertadores 2007, 24.04.2007, 21h15)

Após a vitória memorável sobre o Caxias na sexta-feira passada, questionou-se a capacidade de mobilização do Grêmio para o jogo decisivo - no qual só a vitória, por qualquer placar, interessava - válido pela Libertadores 2007 contra o Cerro Porteño, sobretudo pelo desgaste de um jogo tenso e o enfrentamento contra um adversário mais qualificado e experiente.



Chegamos com meia-hora de antecedência ao Estádio, e nos posicionamos à direita das sociais, de onde assistimos ao Grêmio atacando no 1.º tempo. O time de Mano, como se supunha, não teve a mesma facilidade do jogo contra o Caxias - o Cerro marcou muito, com vigor, e não deixava de jogar (só o goleiro Navarro fez muita cera; os outros jogadores não ficavam se jogando no gramado pretextando lesões, como geralmente ocorre). Os paraguaios não criaram perigo; os atacantes gremistas, por sua vez, criaram boas chances. Sandro Goiano, no lugar de Lucas, foi bem nos passes e dribles curtos; Tcheco, quando se aplica mais em campo, sempre vai bem. A nova dupla de zaga, com William e Teco, é imbatível (Schiavi não volta mais ao time titular). Diego Souza parece que realmente encontrou o seu bom futebol - o cara correu muito e teve chances boas de gol.

Aos 30min, cobrança de falta lá do lado esquerdo, e Teco completou de cabeça para o gol. Golaço. O bandeirinha anulou mal o lance, e isso ficou bastante claro no vídeo que eu fiz:



O jogo se encaminhou para o intervalo e não acreditávamos que por conta de um erro grosseiro da arbitragem o Grêmio deixou de garantir o resultado.

Para o 2.º tempo, o Grêmio voltou com talvez até mais pegada e iniciativa. Lúcio e Patrício se alternavam nas jogadas pelas laterais, com vantagem para o primeiro. Depois dos 15min, Mano sacou Nunes e promoveu a entrada de Everton. Na hora pensei o quanto faltava de opções para o técnico para ser obrigado a escalar o Everton, um garoto ainda sem grande experiência e sem momentos decisivos marcantes. Pois a estrela de Mano brilhou e foi exatamente o Everton que marcou um belo gol de cabeça, sem marcação, aparando uma cobrança de falta de Sandro Goiano:



O Cerro fez substituições e tentou correr para cima do Grêmio, mas aí valeu a experiência e a calma do time de Mano - nesse sentido, Teco, William e Lúcio foram decisivos. Saja interveio pouco, mas mostrou a segurança habitual (baita goleiro).

Fim de jogo e a constatação de que em 2 jogos decisivos consecutivos, o Grêmio fez o placar exato para a classificação em 2 competições: o 4x0 contra o Caxias, pelo Gauchão, e o 1x0 contra o Cerro, pela Libertadores.

As atenções, por ora, se voltam ao Gauchão, para a disputa da final contra o Juventude.

GRÊMIO 1x0 CERRO PORTEÑO-PAR

GRÊMIO: Saja; Patrício, William, Teco e Lúcio; Nunes (Everton, 19'/2ºt), Sandro, Tcheco (William Magrão, 39'/2º t) e Diego Souza; Carlos Eduardo (Edmilson, 30'/2ºt) e Tuta. Técnico: Mano Menezes.

CERRO PORTEÑO: Navarro; Rojas, Pérez e Cabrera e Álvarez; Morínigo (Da Silva, 27'/2ºt), González, Britez (Cristaldo, 39'/2ºt) e Salcedo; Ramírez e Achucarro (Godoy, 32'/2ºt). Técnico: Gustavo Costas.

Gol: Everton (G), aos 19 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Achucarro, Pérez, Navarro, Cabrera, Salcedo (C), Patrício, William, Tuta e Diego Souza (G)
Arbitragem: Sergio Pezzotta, auxiliado por Pablo Lunatti e Otero Rodolfo (trio argentino)
Renda: R$ 947.630.
Público: 44.612

sábado, 21 de abril de 2007

GRÊMIO 4x0 CAXIAS (Gauchão 2007, Estádio Olímpico, 20/04/2007, 20h30min)

Foi voltando de Dom Pedrito, no domingo 15.04, que fiquei sabendo da derrota do Grêmio por 3x0 para o Caxias, no Centenário, pela semifinal do Gauchão. O Grêmio não jogou nada, mais uma vez, e foi envolvido com facilidade. Para chegar às finais, o tricolor deveria fazer 4x0, ou vencer por 3x0 para levar a decisão para os pênaltis; se o Caxias fizesse um gol no Olímpico, aí o Grêmio teria de vencer por 4 gols de diferença (velho e bom critério do gol fora de casa).

A essas alturas, já duvidava da capacidade de mobilização de Mano e dos principais jogadores (Tcheco e Lucas); e para o jogo decisivo desta sexta-feira até achava que o Grêmio venceria, mas não conseguiria o resultado suficiente para a classificação. Conquanto não tenha sido dito muito do time do Caxias, falou-se bastante no goleiro Ricardo, qualificado como parede ou barreira pela imprensa. Em que pese tudo isso, como é intuitivo, jamais se deve desprezar a capacidade do Grêmio de operar verdadeiras façanhas, e foi confiando no "rabo" do Grêmio (segundo a Sabrina, o Grêmio é rabudo - nos anos 90 o Paulo Sant´Anna já falava no rabo tricolor) que fomos ao Estádio.



O Grêmio massacrou o Caxias, que mobilizou um bom número de animados torcedores. Desde logo o time visitante mostrou a que veio: retardou como pode o reinício do jogo, especialmente nos tiros de meta de Ricardo, o que catalisou o nosso nervosismo. Uma pilha de chances foi desperdiçada até que Patrício fez o 1.º gol aos 12min, numa jogada de sua autoria e mérito.

Quando Tcheco marcou o 2.º gol, aos 18min, após passe de Lucas para o bico da pequena área, a classificação pareceu possível.



O Grêmio perdeu diversas chances incríveis para marcar o 3.º gol. Até que no final do 1.º tempo, Diego Souza venceu a defesa caxiense no jogo aéreo e marcou de cabeça o gol que deixava as equipes em situação igual: a manutenção do resultado levaria a decisão para os pênaltis. Mas o momento do Grêmio era muito superior, e parecia muito provável que o Grêmio marcaria tantos gols quanto quisesse no 2.º tempo.



No intervalo, Wianey esclareceu que o Caxias veio a campo com 3 atacantes e disposto a jogar "de igual para igual". Não foi por acaso, então, que o técnico do time adversário fez duas alterações no 1.º tempo.

O Caxias voltou para o 2.º tempo com maior disposição, marcando e chegando ao ataque. Mas, ao final, Saja teve pouco trabalho. O Grêmio, por sua vez, não atacou com a mesma intensidade, mas administrou o resultado e sempre se mostrou disposto a fazer o 4.º gol.

Tuta perdeu algumas chances e a torcida resolveu gritar o seu nome: faltava o gol do camisa 9. Uns 10 min depois, o centroavante marcou o gol da classificação. A partir daí, bastava não tomar gols: por sorte, o Caxias não teve competência para vencer a defesa gremista.



Sandro Goiano, que havia entrado no lugar de Lucas, machucado, ainda no 1.º tempo, tentou fazer um gol de Copa do Mundo, ao chutar do meio-campo para encobrir o golerio - a bola bateu no travessão.

Assistimos, então, a um jogo do tipo inacreditável, no qual o tricolor tirou uma vantagem de 3 gols contra um time perigoso. Por tudo isso, não é exagero dizer que o jogo foi histórico, no melhor estilo do Imortal Tricolor.

Agora, no Gauchão, o Grêmio aguarda a definição do outro finalista - Juventude ou Veranópolis (com vantagem para o primeiro). Na próxima terça-feira, 24.04, mesmo dia do show do Testament no Opinião, o Grêmio encara o Cerro Porteño pela Libertadores, precisando de uma vitória para se classificar para a próxima fase.

GRÊMIO: Saja; Patrício, William, Teco e Lúcio; Nunes, Lucas (Sandro, 27/1º), Diego Souza (William Magrão, 35/2º) e Tcheco; Carlos Eduardo (Ramon, 42/2º) e Tuta. Técnico: Mano Menezes.

CAXIAS: Ricardo; Thiago Machado, Michell, Heverton e Jonathas (Endrigo, 17/1º); Willian, Jorge Luiz (Washington, 24/2º), Juninho e Oliveira; Jajá (Eduardo, 32/1º) Lima. Técnico: Edson Gaúcho.

Gols: Patrício (G), aos 12, Tcheco (G), aos 18, e Diego Souza (G), aos 41 minutos do primeiro tempo. Tuta (G), aos 23 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Heverton, Jajá, Eduardo, Thiago Machado, Endrigo (C); Tcheco, Nunes (G). Público: 24.627 (21.891 pagantes). Renda: R$ 255.450.
Arbitragem: Leonardo Gaciba (Fifa), auxiliado por José Carlos Oliveira e Vili Tissot.

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Futebol zero (CÚCUTA 3x1 GRÊMIO, Libertadores 2007, 1.ª fase, 11.04.2007, 21h45min, General Santander, em Cúcuta/ COL)

Pouco há o que dizer de um jogo no qual o Grêmio jogou 10 minutos e marcou um golzinho (contra) chorado, e o Cúcuta jogou os restantes 80 minutos e marcou três golaços. Em que pese toda a preparação para o jogo fora de casa, com os tradicionais treinos secretos do Mano, a equipe foi mal escalada (quem ainda acredita que Ramon fará alguma coisa produtiva?) e simplesmente TODOS jogaram mal, comprometeram e fracassaram - apenas Saja teve boa atuação; o goleiro não teve culpa no resultado e ainda praticou boas defesas. Típico jogo que o Grêmio poderia ter ganho se tivesse jogado um pouco de futebol, mas o que se viu foi o Cúcuta marcando e concluindo com facilidade incrível: o 2.º e 3.º gols foram muito bonitos, e os atacantes estavam absolutamente livres para o arremate.

Pouco antes do jogo se noticiou que o Grêmio contratou Amoroso para a 2.ª fase da Libertadores. Mas a classificação fica na dependência de uma vitória contra o Cerro, no Olímpico, em 24.04.

CÚCUTA DEPORTIVO 3 x 1 GRÊMIO

CÚCUTA DEPORTIVO: Zapata, Bustos, Portocarrero, Moreno e Ragua; Castro (Del Castillo), Flores (Cortez), Rueda e Torres; Martínez (García) e Blas Pérez. Técnico: Jorge Luiz Bernal

GRÊMIO: Saja, Patrício, Schiavi, William e Lúcio; William Magrão, Lucas, Diego Souza (Carlos Eduardo), Tcheco (Everton) e Ramon; Tuta. Técnico: Mano Menezes

Estádio: General Santander, em Cúcuta (Colômbia)
Árbitro: René Ortubé (Bolívia), Joaquín Antequera (Bolívia) e César Nistahuz (Bolívia)
Cartões amarelos: Ragua, Bustos, Moreno, Martínez e Torres (Cúcuta); William, Tuta e Tcheco (Grêmio)
Gols: Bustos, aos 43 minutos do primeiro tempo; Diego Souza, aos 5, Blas Pérez, aos 28, e Castillo, aos 43 minutos do segundo tempo

quarta-feira, 4 de abril de 2007

GRÊMIO 4x1 SÃO JOSÉ-CS (Gauchão 2007, Estádio Olímpico, 04.04.2007, 19h30min)

Só se fala no gol mil do Romário. E no último jogo da primeira fase do Gauchão, o Grêmio enfrentaria o já rebaixado São José de Cachoeira do Sul (cidade legal), com a equipe titular, e Mano ameaçado de suspensão (o julgamento foi pouco antes do início do jogo, e o técnico acabou foi absolvido). Edmílson levou um joelhaço acidental de Pereira na derrota de domingo para o Brasil de Pelotas, e ficou de fora; Nunes foi preservado, e o primeiro volante foi William Magrão.

Fomos a campo separadamente e nos encontramos na Grêmiomania. O público foi bastante reduzido, o que acabou sendo legal pois escolhemos o assento à vontade (fazia tempo que não tinha um jogo com tão pouco público). Ainda deu tempo para um cachorro-quente e um breve aceno ao cônsul do Grêmio em São Sepé, o valoroso Rinaldo, acompanhado da mulher grávida.

O 1.º tempo foi lamentável. O Grêmio não jogou nada, e quando eu estava pensando isso, que o Grêmio não estava jogando nada, a defesa deu uma daquelas rateadas incríveis e na pequena área o São José saiu na frente. A partir daí, os erros de passes se multiplicaram, e Lucas chegou a se estranhar com um jogador do time visitante.

Para o 2.º tempo a disposição do tricolor foi outra; marcando em cima do campo adversário, o Grêmio começou a criar chances de gol, e logo aos 7 min, Tuta dá um passe açucarado para Carlos Eduardo fazer o gol de empate.



Ato contínuo, aos 11 min, a bola sobra para Tcheco pela esquerda que cruza para o meio da área, onde Lucas aparece livre para fazer, de cabeça o gol da virada.



O São José ainda teve algumas chances perigosas em contra-ataques, mas fracassou diante da pouca qualidade dos seus atacantes. O Grêmio continuou jogando futebol razoável e administrando o jogo.

Perto do final do jogo, Schiavi é derrubado na área, e imediatamente passamos a pedir para Saja cobrar o pênalti. Curiosamente, durante a paralisação pelas reclamações do São José, o goleiro foi para trás da placa de propaganda, ajoelhou-se e urinou (os repórteres das rádios atestaram a mijada). Após esse momento aliviante, Tuta converteu o pênalti.



Mesmo com a partida decidida, o Grêmio ainda foi ao ataque; aos 46 min, o pessoal começou a gritar "Mano, Mano", e antes que eu começasse a procurar o treinador nas cadeiras ou nas tribunas, Diego Souza foi lançado, disparou, e marcou o 4.º gol.



Individualmente, Saja e Schiavi foram muito bem. Patrício teve seus altos e baixos. Lucas não foi bem, mas fez o gol. Tcheco não foi bem, mas fez o passe para o gol de Lucas. Ramon errou as jogadas de sempre. Tuta marcou a presença habitual.

GRÊMIO 4 X 1 SÃO JOSÉ-CS

GRÊMIO: Saja, Patrício, Schiavi, William e Lúcio; Lucas (Diego Souza), William Magrão, Tcheco, Ramon e Carlos Eduardo (Sandro); Tuta. Técnico: Sidnei Lobo.

SÃO JOSÉ-CS: Márcio, Sapucaia (Magno), Duti, Rudinei e Brida; Odair, Neuri, Piter, Manga (Felipe) e Fabinho (Kiko); Gilian. Técnico: Teco Tatsch.

Árbitro: Leandro Vuaden, Vilmar Burini e Sedenir Martins
Cartões amarelos: Brida, Duti, Sapucaia, Odair, Rudinei, Magno (São José); Lucas (Grêmio)
Cartões vermelhos: Duti e Odair (São José)
Gols: Gilian, aos 28 minutos do primeiro tempo; Carlos Eduardo, aos sete, Lucas, aos 11, e Tuta, 38, e Diego Souza, aos 46 minutos do segundo tempo

Grêmio 3x0 Sport (Série B, 31.ª rodada, Arena do Grêmio, 20.09.2022, 19:00)

 Com Renato de volta à casamata gremista, e após a vitória contra o Vasco, a expectativa era de como o Grêmio se portaria nos jogos fora de ...