quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Apagão no Olímpico (Grêmio 0x0 Cúcuta/Col, Libertadores 2007, 1.ª fase, 27.02.2007, 21h15min, Estádio Olímpico, Porto Alegre/RS)

No Gauchão, o Grêmio, jogando com reservas, empatou em 1x1 com o São José de Cachoeira do Sul, fora de casa (domingo, 25.02.2007). Os titulares foram poupados para o jogo de terça, pela Libertadores, contra o desconhecido Cucuta Deportivo da Colômbia.

Como novidade, o Grêmio acertou a vinda de Gavilán, paraguaio que já atuou por um bom tempo no Inter, e que estava sem receber salários no Newell´s Old Boys da Argentina. Léo Lima foi definitivamente defenestrado, e se apresentou como reforço do Flamengo (o cara já deu declarações atravessadas, mas pelo menos o Grêmio lucrou com sua transferência).

Como era de se esperar, a estréia do Grêmio no Olímpico pela Libertadores 2007 causou uma mobilização forte da torcida. Sai do trabalho pouco depois das 19h e vi, no caminho para casa, um movimento incrível em direção ao Estádio. Chegamos lá pelas 20h30, e nos instalamos na última fileira das cadeiras, na altura da "linha de impedimento" do lado esquerdo das cabinas de rádio. O gramado estava muito bonito e iluminado, e no meio de campo tinha uns balões infláveis no formado de cartões de crédito muito legais.



Quando o sistema de som deu aquele "boa noite, torcedor gremista", a luz do Estádio inteiro apagou e se ouviu um estrondo. A torcida se fez presente nesse momento, mas jamais suporíamos que a luz demoraria mais de uma hora para voltar. Aparentemente foi um sinalizador, deixado próximo do poste de luz do pórtico do Estádio, foi acionado e o calor produzido derrubou as chaves do disjuntor (conforme noticiado pela ZH na quinta-feira, 01.03.2007). Inacreditavalmente não havia equipe da CEEE de plantão, e boa parte da demora se deveu ao deslocamento dos funcionários, que ficaram retidos no engarrafamento nas proximidades do Estádio. Naturalmente, eu me ocupei tirando fotos e fazendo vídeos do apagão, mas foi memorável testemunhar o espetáculo de luzes proporcionado pela torcida. O lamento ficou por conta do fato de que a demora no início do jogo (marcado para às 21h15, o jogo só iniciou depois das 22h) arruinou a programação que fizemos para gravar o jogo do Esportevê.



Quando finalmente a luz voltou, o juiz fez o jogo iniciar logo. Para nossa surpresa, o Grêmio encontrou um adversário bem arrumado em campo, com a inequívoca intenção de retardar ao máximo o andamento do jogo. E não demorou para percebermos que Mano não conseguiu armar o time de forma a vencer a boa retranca do time colombiano. O Grêmio teve vários lances de ataque, mas muito poucas chances de gol. Os jogadores erraram muitos passes, e até a zaga (especialmente Schiavi) cometeram alguns erros que quase comprometeram (quando necessário, Saja foi absolutamente seguro).



A esperança era que, após o intervalo, Mano conseguisse corrigir as deficiências do time para o 2.º tempo. Eu ainda estava na copa, lutando pelo meu espaço, meu cachorro-quente e minha ceva, quando o jogo reiniciou e o Grêmio perdeu duas chances por conta das intervenções do bom goleiro do Cucuta. O tempo foi passando e parte da torcida começou a se impacientar com o mau futebol e a incrível quantidade de erros de passes do Grêmio. Os caras tentavam sair em velocidade com toques de primeira, mas os passes raramente encontravam o destinatário. Assim, Lucas e Tcheco, que estão em grande fase e de quem esperamos as melhores chances, fracassaram miseravelmente em quase todas as oportunidades. Patrício, Schiavi, Diego Souza e Ramon também não foram bem. Lúcio, especialmente no 1.º tempo, ainda mostrou alguma qualidade no apoio (o cara tem boa técnica). William, ao que me consta, não comprometeu. Douglas não foi muito efetivo no ataque, e saiu lesionado no joelho. Carlos Eduardo teve boas jogadas, mas também não conseguiu ficar mais desenvolto.

Mano promoveu trocas: tirou, acertadamente, Ramon em favor de Sandro Goiano, liberando Lucas para o ataque. O cara acabou desperdiçando uma chance incrível, conforme o vídeo abaixo.



O Grêmio chegou a sofrer uns contra-ataques bastante perigosos (em um quase tomou gol), mas continuou atacando até o final, e continuou errando até o final também.



O empate foi decepcionante para o bom público que ficou até tarde em um jogo que tinha tudo para ser magnífico.

Agora o Grêmio se volta para o Gauchão, e espera-se que o nervosismo do jogo com o Cucuta não se repita no desdobramento da Libertadores 2007. Mas a Copa é assim mesmo, não tem barbada.

GRÊMIO 0 X 0 CÚCUTA DEPORTIVO

GRÊMIO: Saja, Patrício, Schiavi, William e Lúcio; Lucas, Diego Souza (Aloísio), Tcheco e Ramon (Sandro); Carlos Eduardo e Douglas (Everton). Técnico: Mano Menezes

CÚCUTA DEPORTIVO: Zapata, Bustos (García), Hurtado, Moreno e Ragua; Castro, Flores, Rueda (Del Castillo) e Torres; Cortez (Martínez) e Blas Pérez. Técnico: Jorge Luiz Bernal

Árbitro: Pablo Pozo (CHI); Auxiliares: Manuel Rodríguez e Sergio Román (CHI)
Público total: 39.710; Renda: R$ 812.360,00
Cartões amarelos: Torres, Rueda e Ragua (Cúcuta); Schiavi e William (Grêmio)

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

GRÊMIO 6x2 BRASIL DE PELOTAS (Gauchão 2007, Estádio Olímpico, 22/02/2007, 20h30min)

Depois da excelente estréia na Libertadores 2007, o Grêmio voltou as atenções ao Gauchão para o jogo - antecipado de sábado para quinta-feira - contra o Brasil de Pelotas. Leo Lima, após uma série de atos de indisciplina, foi dispensado, e hoje se noticiou que o Grêmio, finalmente, conseguiu a liberação de Kelly (ex-Cruzeiro e Atlético-PR).

Mano resolveu escalar a equipe titular, com os desfalques de Edmilson e Tuta (machucado no jogo contra o Cerro), e a promoção da estréia de Lúcio na lateral-esquerda.

A partir das 19h - em ponto - uma chuva torrencial pôs-se a cair em Porto Alegre, alagando algumas ruas em questão de minutos. Ouvimos na rádio que o Carlos Simon deu condições para o gramado, e chegamos ao Estádio no exato instante do primeiro gol, marcado por Schiavi, logo aos 4min. Entramos no portão 3, subimos as escadas, deparamos com alguns dirigentes gremistas, nos encaminhamos pelo alto para o lado esquerdo das cabines de rádio, e o Grêmio fez o 2.º gol com o centroavante Douglas - que, aparentemente, é um bom jogador.

A partida estava muito fácil mesmo. Em seguida o Brasil cometeu falta dentro da área - Tcheco bateu e fez o 3.º gol aos 11min. A impressão era a de que só o Grêmio jogaria no gramado ensopado. O Brasil não conseguia resistir nem armar qualquer jogada de ataque. Saja se mostrou sempre seguro quando exigido, e tenho a convicção de que foi uma contratação muito acertada essa do goleiro argentino.



Aos 17 min, William fez o 4.º gol, completando, na pequena área, jogada originada de cobrança de escanteio.



A essas alturas a partida estava ganha e parecia que o Brasil não ofereceria qualquer dificuldade na ampliação do escore. Mas aos 22min, Régis quebrou a invencibilidade de Saja e marcou o 1.º gol pelotense. O Grêmio continuou insistindo no ataque e criando muitas situações de gol. Numa delas, ao final do 1.º tempo, ouvimos uma gritaria no corredor atrás das cadeiras; após o final do lance, nos viramos para ver o que tinha ocorrido, e acabamos presenciando um ridículo espetáculo de conhecidos dirigentes gremistas tendo um faniquito e discutindo infantilmente ("Seja homem, não atira isso nas minhas costas"). Esses caras, realmente, não têm mais o que fazer.

No intervalo encontramos 2 grandes gremistas, Rinaldo e Pablo e nos encaminhamos para o lado da direita das sociais para acompanhar o 2.º tempo. O Grêmio seguiu atacando, sempre com boas participações de Lucas e Carlos Eduardo. Patrício também apareceu no apoio. Aos 19min, Carlos Eduardo cruzou rasteiro para o meio da área encontrando Ramon, um excelente jogador para o banco de reservas, que completou para o gol, sem dificuldades.



Aos 28min, Carlos Eduardo recebeu no meio de campo e disparou sozinho em direção ao ataque; a jogada foi muito rápida e o garoto não desperdiçou a chance, marcando o 6.º gol.

A alma castelhana cantou todas as suas músicas e o clima era de festa. Mas o zagueiro Batata não se conteve e cometeu falta violenta em Lucas, sendo expulso imediatamente pelo Carlos Simon. O árbitro, por sua vez, teve atuação criticada no 2.º tempo, por ter deixado de marcar 2 pênaltis em favor do Grêmio, além de inverter faltas. No final do jogo, Patrício teve dificuldades para colocar a bola na marca do escanteio e levou cartão amarelo. Na cobrança, o Grêmio perdeu a bola e o Brasil saiu num contra-ataque muito rápido, pegando toda a zaga desprevenida. Milar se aproveitou e acertou um belo chute no ângulo, marcando o 2.º gol dos pelotenses.



O Grêmio segue com campanha de 100% neste ano e se prepara para, na próxima terça-feira, enfrentar mais um desafio na Libertadores 2007.

GRÊMIO 6 X 2 BRASIL

GRÊMIO: Saja, Patrício, Schiavi, William (Teco) e Lúcio; Lucas (Sandro), Diego Souza, Tcheco e Ramon; Carlos Eduardo e Douglas (Everton). Técnico: Mano Menezes.

BRASIL: Rodrigo Silva, Alex Silveira (Batata), Scharles, Matheus e Fabrício; Régis, Marcos Basílio, Ramón (Alex Martins) e Maycon; Guilherme Só (Matão) e Milar. Técnico: Suca.

Árbitro: Carlos Eugênio Simon; Auxiliares: Paulo Ricardo Conceição e Carlos dos Santos Bittencourt
Renda: R$ 83.534,00
Público pagante: 9.528
Cartões amarelos: Batata e Marcos Basílio (Brasil); Patrício (Grêmio)
Cartão vermelho: Batata (Brasil)
Gols: Schiavi, aos quatro, Douglas, aos oito, Tcheco, aos 11, William, aos 17, e Régis, aos 22 minutos do primeiro tempo; Ramon, aos 19, e Carlos Eduardo, aos 28, e Milar, aos 46 minutos do segundo tempo

sábado, 17 de fevereiro de 2007

Saja, o virgem (Cerro Porteño 0x1 Grêmio, Libertadores 2007, 1.ª fase, 15.02.2007, 22h45min, Olla Azulgrana, Assunção/PAR)

Desenvolvendo uma campanha 100% vitoriosa no Gauchão, o Grêmio foi à Assunção no Paraguai para a estréia na Libertadores contra a jovem e desconhecida equipe do Cerro Porteño. Mano escalou o time de forma inédita com a zaga formada por Schiavi e William, e Teco improvisado na lateral-esquerda – o zagueiro trazido do Ipatinga teve atuações destacadas ao substituir os zagueiros titulares e ao técnico se impunha abrir-lhe um espaço, e o fez no lugar de Bruno Telles. Lucas voltou de campanha destacada na Seleção sub-20 (que conquistou o sul-americano da categoria no Paraguai) e formou o meio campo com Edmílson e Diego Souza. Carlos Eduardo firmou-se no ataque ao lado de Tuta. Ramon, que jamais convenceu totalmente, sobrou e foi para o banco.

Tão logo iniciou-se a partida, o Cerro surpreendeu com muita velocidade, ocupando bastante o campo de ataque. A defesa manteve-se sólida, conquanto tenha sofrido com alguns erros individuais de Schiavi, Patrício e William, mas os atacantes do Cerro não tiveram competência para superar Saja, que se mostrou muito seguro e fez defesas acrobáticas.

Logo aos 20 min, numa jogada de ataque em que se lançava em direção ao gol, na meia lua da grande área, Tuta chocou-se com um zagueiro e lesionou o joelho – deu lugar a Douglas. Se este não deu grande contribuição ao longo da partida, pelo menos Carlos Eduardo compensou com intensa movimentação especialmente no 1.º tempo.

A torcida marcou presença num duelo de arremesso de objetos entre gremistas e paraguaios. O árbitro argentino interrompeu a partida mas os ânimos permaneceram acirrados durante o jogo. Os jogadores do Cerro assumiram o espírito da torcida e passaram a entrar nas divididas com maior vigor (as faltas sempre eram cometidas com um chute nas canelas ou um empurrão desnecessário).

No 2.º tempo, após uma boa jogada no ataque, Patrício cruzou, a zaga afastou de cabeça, e Lucas chutou de primeira de fora da área e marcou o gol gremista. O Cerro disperdiçou oportunidades e a torcida hostilizou os jogadores gremistas jogando pedras e garrafas no gramado. Aos 40 min o jogo foi interrompido por instantes em razão de uma garrafa ter atingido Lucas. Reiniciado o jogo, aos 43 min, Teco, de costas, mas com os braços abertos, interceptou um cruzamento na área e o árbitro apitou o pênalti.

Saja não sofreu gols desde que chegou ao Grêmio há quatro partidas, igualando seu recorde pessoal. Ramires chutou forte no canto direito e o goleiro gremista defendeu para escanteio. Com o resultado assegurado, a torcida passou a agredir os jogadores com maior energia e o árbitro, após pressão de Schiavi e Saja, deu por encerrado o jogo aos 50 min, sem dar o restante dos acréscimos.

Boa estréia, com boa participação dos jogadores, especialmente Lucas e Saja, responsáveis diretos pelo resultado.

CERRO PORTEÑO 0 X 1 GRÊMIO

CERRO PORTEÑO: Navarro, Alvarez, Rodrigo Costa, Pérez e Nuñez (Cristaldo); Brítez (Gimenez), González, Salcedo e Morínigo (Godoi); Ramírez e Da Silva. Técnico: Gustavo Costas
GRÊMIO: Saja, Patrício, Schiavi, William e Teco; Edmílson, Lucas (Sandro), Diego Souza, Tcheco e Carlos Eduardo (Ramon); Tuta (Douglas). Técnico: Mano Menezes
Estádio: Olla Azulgrana, em Assunção (Paraguai)
Árbitro: Héctor Baldassi (ARG)
Assistentes: Pablo Lunatti (ARG) e Walter Velaz (ARG)
Gol: Lucas, aos 7m do segundo tempo
Cartões amarelos: Alvarez, Morínigo e Cristaldo (Cerro); Diego Souza (Grêmio)

Grêmio 3x0 Sport (Série B, 31.ª rodada, Arena do Grêmio, 20.09.2022, 19:00)

 Com Renato de volta à casamata gremista, e após a vitória contra o Vasco, a expectativa era de como o Grêmio se portaria nos jogos fora de ...