domingo, 16 de julho de 2006

Grêmio 4x4 Fluminense (Brasileirão, 12.ª rodada, Estádio Olímpico, 17/07/2006, 16h)

A Copa da Alemanha já é passado, e agora voltamos à realidade do Campeonato Brasileiro. O Grêmio passou mais de um mês treinando, com direito até a uma inter-temporada em Santa Catarina e dois amistosos com a Ulbra (empate e derrota). Toda essa preparação serviu para lesionar Alessandro e Wellington, e também para firmar a "convicção" de Mano a respeito da titularidade de Herrera no ataque. Reforços a direção trouxe apenas dois: Rômulo (centroavante artilheiro do Ituano) e Rafinha (baixinho meia do Santo André).

O primeiro jogo do reinício do Brasileirão foi na quarta-feira, 14/07, no Morumbi contra o São Paulo. O Grêmio saiu na frente logo no início, gol contra do zagueiro Alex. Nunes foi expulso alegadamente de forma injusta; Mano também foi mandado embora de campo por reclamação, e o líder do campeonato fez valer a sua superioridade mediante dois gols de Ricardo Oliveira. Mesmo com a derrota, o Grêmio se manteve na zona da Sul-americana em razão dos resultados paralelos.

O jogo deste domingo era contra o Fluminense, que disputa as primeiras colocações: tem um bom técnico (Oswaldo de Oliveira), um meia talentoso (Petkovic) e um velho conhecido fanático por extintores de incêncio (Cláudio Pitbull). Pois o tricolor não tomou conhecimento do adversário e teve um primeiro tempo com amplo predomínio nas ações - só o Grêmio atacou (Galatto não foi exigido). Aos 25min, Rafinha recebeu uma bola rebatida da zaga pelo lado esquerdo da área dos cariocas e cruzou na medida para Ramon marcar o primeiro, gol de cabeça.

Mesmo tendo assistido o jogo do lado direito das sociais, acompanhando o ataque do Fluminense no 1.º tempo, não vimos Petkovic jogar. Apenas após o gol tricolor é que o Fluminense tentou algum ataque, mas tudo indicava que o 2.º tempo seria o da consolidação da vitória do Grêmio.

A chuva apertou. O jogo não mudou muito até os 25min do 2.º tempo; o Fluminense tinha mais iniciativa, mas por outro lado, o Grêmio tinha espaços para o contra-ataque. E foi assim que saiu o 2.º gol: Tcheco recebeu e lançou Rômulo que saiu do círculo central em velocidade e, sem ser acossado por zagueiros cariocas, deslocou Fernando Henrique com um toque no seu canto esquerdo. A vitória parecia consolidada.

Daí em diante começou um outro jogo. Após cobrança de escanteio na área, Galatto tentou segurar (ao invés de socar) a bola e se chocou com um jogador do Fluminense; a bola sobrou para Evando que concluiu para o gol vazio. Tcheco reclamou do juiz uma possível falta (que não ocorreu) em Galatto e tomou cartão amarelo. Em seguida o juiz lhe apresentou outro cartão amarelo e expulsou o gremista de campo. Como era de se esperar, a expulsão de um jogador importante estragou o jogo do Grêmio.

O Fluminense soube se aproveitar da fragilidade dos gaúchos e Petkovic empatou o jogo com um gol raríssimo e que eu nunca tinha visto ao vivo: gol olímpico, do canto bem à esquerda das sociais. Pela televisão, após o jogo, pode-se reparar que um atacante carioca impediu a saída de Galatto. Seja como for, na hora do gol pareceu para muitos (torcida e rádios) falha do goleiro, e boa parte da social caiu em cima de Galatto.

Minutos depois e o Flu marcou o gol da virada com uma facilidade incrível: Pitbull, de atuação apagada, cruzou na área e Marcelo correu livre pela direita até cabecear a bola, sem chances para Galatto. Os cariocas não acreditavam que haviam conseguido virar um jogo com tanta facilidade. Parte da torcida se dirigiu para os portões de saída, irritada com o resultado que parecia improvável. Pois o castigo do time de Mano ainda não havia encerrado: num contra-ataque, a bola é rolada da grande área gremista para trás e Petkovic, de primeira, acertou um chutaço no ângulo. Era incrível, todos os chutes do Fluminense entravam no gol.

Rafinha (que estreou no Olímpico e teve muito boa atuação), Rômulo e Herrera (que entrou após o empate) comandaram o que se poderia chamar de 3.º jogo em 90 minutos. Aos 47min, Herrera recebeu de Rafinha e concluiu no cantinho esquerdo de Fernando Henrique. O gol trouxe algum alívio para a irritação da torcida, mas o jogo parecia mesmo perdido. Jean que havia entrado para segurar o resultado fez duas faltas para cartão amarelo e foi expulso. Pareceu-me que o juiz optou por compensar a expulsão de Tcheco.

O árbitro havia prometido o jogo até os 49min (4min de acréscimos) e aos 49min Rômulo recebeu na entrada da área e chutou colocado, de primeira, no canto esquerdo do goleiro do Flu. É bizarro dizer que comemoramos o empate mas, dadas as circunstâncias do jogo, nada mais natural. Os jogadores do Grêmio tiveram a famigerada alma castelhana e reviveram o imortal tricolor. Após o quarto gol do Fluminense, Maidana abandonou a zaga e posicionou-se como atacante; Patrício e Escalona também se jogaram para o ataque; Jeovânio não se afobou nos passes; Rafinha, Herrera e Rômulo foram decisivos.

Por todas essas ocorrências foi um jogo incrível, memorável (conforme informação da Gaúcha, foi o oitavo empate em 4x4 na história do Grêmio).

Após o jogo se anunciou a contratação de Leo Lima, ex-Santos.

GRÊMIO: Galatto, Patrício, Maidana, William e Escalona; Lucas, Sandro Goiano (Jeovânio), Tcheco e Ramón (Herrera); Rômulo e Rafinha. Técnico: Mano Menezes.

FLUMINENSE: Fernando Henrique, Rogério, Gabriel Santos, Tiago Silva e Marcelo; Marcão, Arouca (Beto), Juliano (Jean) e Petkovic; Cláudio Pitbull e Tuta (Evando). Técnico: Oswaldo de Oliveira.

Árbitro: Clever Assunção Gonçalves (MG), Guilherme Dias Camilo (MG) e Alexandre Santos Conceição (MG)
Gols: Ramón, aos 26 minutos do primeiro tempo; Rômulo, aos 22, Evando, aos 25, Petkovic, aos 32, Marcelo, aos 34, Petkovic, aos 42, Herrera, aos 47, e Rômulo, aos 49 minutos do segundo tempo
Cartões amarelos: Jeovânio (Grêmio); Tuta, Marcão, Marcelo, Jean (Fluminense)
Cartões vermelhos: Tcheco (Grêmio); Jean (Fluminense)

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