terça-feira, 29 de julho de 2008

25 anos - Grêmio campeão da Copa Libertadores de 1983

Em 1983 eu já era gremista, e desde que me conheço o Grêmio é campeão da Libertadores e do Mundial. Lembro de ir com o meu pai ao Estádio Olímpico, dos principais jogadores (Mazarópi, Renato, Tarciso, De Leon, Baideck, Paulo Roberto, China, etc), da chegada do time campeão do mundo no caminhão dos bombeiros (vimos os jogadores passarem com a taça na João Pessoa, quase esquina com a Venâncio), e tudo mais. E faz uns 15 anos que queria, por tudo, ver a íntegra do jogo final da Libertadores e do Mundial de 83; há pelo menos uns 10 anos firmei a convicção de que isso renderia um vídeo; e desde que vi a caixa de DVD´s do Chicago Bulls, dinastia NBA, com um DVD dedicado para um compacto do campeonato, de um lado, e de outro a íntegra de um dos jogos dos play-offs, que me pergunto por que não é lançado um DVD com a íntegra da final da Libertadores e do Mundial de 1983. Isso venderia por si só, e minha convicção ficou sedimentada depois do DVD sobre a Batalha nos Aflitos.

Não houve anúncio algum, e dessa forma foi por pura sorte que no domingo, pouco depois do meio-dia, mudei de canal e vi que no 36 tava passando a final da Libertadores de 1983, pois no dia seguinte, segunda-feira, 28.07.2008, completaria 25 anos desse título gremista. Por sorte, também, estava a mão com o gravador, e perdi apenas os primeiros 5min30s do jogo. Antes de sair de casa, vi o 1.º gol, de Caio, aos 9min. Deixei gravando e vi tudo à noite. E vi que o Grêmio atacou como nunca até fazer o gol, e depois até os 15min, geralmente pelo lado direito (embora o gol gremista tenha partido de um cruzamento pelo lado esquerdo). O Peñarol, como se sabe, era o atual campeão mundial e lutava pelo bi da Libertadores. Então os uruguaios não demoraram para equilibrar o jogo, e a partir dos 30min exercer domínio. E no final do 1.º tempo, o time de Valdir Espinosa estava bem recuado, errando passes, e sofrendo a pressão do Peñarol (é incrível como isso, hoje em dia, não é surpresa). Apesar de tudo, nenhuma conclusão chegou com perigo ao gol do Mazarópi. Mas bem sabemos que isso não quer dizer nada; o adversário pressiona e uma hora vai fazer o gol.

E o 2.º tempo começou do mesmo jeito que terminou o 1.º, i. é, com a bola no pé dos uruguaios. O jogo, para ser franco, foi muito ruim, mas muito disputado. E na época não tinha essa de fair play. Os uruguaios batiam afu: o Tita arrancou pela direita, tentando puxar um contra-ataque, e um uruguaio deu uma rasteira chutando as pernas do Tita por trás. Falta é evidente que foi marcada, pois esse lance é falta hoje e era falta em 1983. Mas nada de cartão amarelo. Lance normal de jogo. Então dá-lhe cotovelada pelo alto - e por baixo uma bica na canela.

Na metade do 2.º tempo, o Peñarol conseguiu ficar um tempão no ataque: cobrança de lateral, escanteio, chutes, rebotes, e a bola não saia do campo do Grêmio. Falta pelo lado esquerdo, Venâncio Ramos cobrou com delicadeza impressionante, alçando a bola na área como se fosse com a mão, e Morena, artilheiro uruguaio, fez o gol de empate. Minutos depois Mazarópi salvou e, no rebote, De León tirou em cima da linha. O comentarista, então, comentou: "O Renato não está mostrando bom futebol. Ele é um jogador essencial, e está na hora de ele aparecer para dar a vitória ao Grêmio". Uma vez que no primeiro jogo, em Montevidéu, o placar foi 1x1, se o jogo no Olímpico terminasse 1x1, haveria um terceiro jogo, em Buenos Aires, em 02.08.1983.

Mesmo antes do gol de empate, César já havia entrado em campo no lugar de Caio (que entrou em campo meio no sacrifício, pois não havia se recuperado totalmente de lesão muscular). O seu ingresso representava maior qualidade no toque de bola. Então, aos 32min, Renato recebeu a bola quase na marca de escanteio do lado direito de ataque gremista (na frente das gerais/camarotes). Cercado por uns três defensores uruguaios, ele deu umas embaixadas e deu um chutão com toda a força em direção à área. A jogada toda foi muito rápida, pois tão logo a bola caiu, encontrou a cabeça de César que empurrou com tudo para o gol. O gol da vitória e do título.

A partir daí não teve mais jogo. Chutão, empurra-empurra, expulsão do Renato, o Peñarol, na verdade, não tinha mais forças para reagir. Os dois times, o Grêmio de Valdir Espinosa e da gurizada gremista (apenas Mazarópi e Tarciso tinham mais de 30 anos - respectivamente, 30 e 32), e o Peñarol, atual campeão mundial, eram times muito bons e equivalentes. E nessas condições, vence o time que faz mais gols (!).

Do time gremista, vi que Paulo Roberto era um lateral muito bom no apoio e raçudo na defesa. O cara tinha 20 anos, fazia muito bem os cruzamentos pelo lado direito, e na marcação era implacável. De León já era consagrado campeão e titular da Seleção Uruguaia. O zagueiro sabia bem como se ganhava uma Libertadores, e deixou muito claro isso durante o jogo, conduzindo a bola com tranqüilidade, divindindo duro com seus compatriotas, e fazendo pressão na arbitragem. Baideck, muito elogiado pela reportagem durante a transmissão do jogo, tinha pouco mais de 20 anos e tirou todas. Casemiro parecia nervoso no início, e talvez não por acaso o titular no mundial tenha sido o Paulo César Magalhães. China era o volante propriamente dito, marcador e repassador da bola, uma espécie de Eduardo Costa. Osvaldo apareceu muito pouco no jogo. Mas era muito bom de bola. O camisa 10 era o Tita, que centralizava as jogadas e atuava como uma espécie de Tcheco melhorado. Dos 10 aos 15min do 2.º tempo, o Grêmio jogou com 10 em campo porque Tita estava sendo socorrido após um choque em jogada pelo alto na área do Peñarol. Emocionante que a torcida gritava pela volta do craque, e no placar eletrônico do Estádio Olímpico apareceram frases "Volta logo Tita! Força Tita! Estamos com você Tita!". E o cara voltou a campo, e nos últimos minutos do jogo ele tinha sangue escorrendo pelo rosto (na época, além de não se falar em fair play, não havia a recomendação para retirar o cara sangrando de campo; ficava sangrando durante o jogo até o final). E é bem conhecida a história que envolveu a comemoração incomum do Tita após o gol de César. O ataque gremista teve de lugar contra a defesa dos uruguaios, então todos tiveram dificuldades. Mas os caras eram bons, e aproveitaram os descuidos para fazer os dois gols da vitória. Renato, realmente, não fez boa partida. O cara, de fato, era um autêntico ponta-direita, de modo que todas as suas jogadas eram iguais: bola pela direita, ele corria com ela até a linha de fundo e avançava em direção à área. Em regra os uruguaios faziam falta. Essa jogada, afinal, restou imortalizada no primeiro gol do jogo contra o Hamburgo pela final do Mundial 1983. E, nesse jogo no Estádio Olímpico, contra o Peñarol, se Renato não teve uma boa noite, pelo menos fez o que se espera de um craque: uma jogada genial, que decide o jogo. O cara podia ter partido para o drible e perdido a bola; podia ter cavado um escanteio, ou uma falta. Mas ele resolveu levantar aquela bola na área, pois alguém se colocaria lá para tentar o gol. E a bola encontrou a cabeça do César.

Parece que vai rolar um DVD comemorativo dos 25 anos dessa Libertadores, com depoimentos dos jogadores, dirigentes, técnico, jornalistas. Entendo que esses depoimentos são dispensáveis, pois ficam datados. Melhor mesmo é a íntegra do jogo. Por sorte, consegui gravar a tempo (apesar de ter faltado 5 minutos e meio). Agora aguardo dezembro que seja transmitida a final do Mundial de 1983, de preferência com anúncio prévio.

GRÊMIO: Mazaropi; Paulo Roberto, Baidek, De León e Casemiro; China, Osvaldo e Tita; Renato, Caio (César) e Tarciso. Técnico: Valdir Espinosa.

PEÑAROL: Fernandes; Montelongo, Olivera, Gutiérrez e Diogo; Bossio, Saralegui e Salazar; Ramos, Morena e Silva (Peirano). Técnico: Hugo Bagnulo

Copa Libertadores da América - final - 28/07/1983.
Local: Estádio Olímpico, Porto Alegre (RS).
Arbitragem: Édson Perez, Carlos Montalván e Henrique Labo (trio do Peru).
Gols: Caio (G), aos 10 minutos do primeiro tempo, Morena (P) aos 25 minutos do segundo tempo e César (G) aos 32 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Paulo Roberto, Tita e Renato (G) Oliveira, Saralegui e Morena (P).
Cartões vermelhos: Renato (G) e Ramos (P) aos 42' do 2°T.

Meu pai guardou por muitos anos os jornais do dia seguinte ao título, bem como as edições da revista Placar, mas essas relíquias foram perdidas. Então me permito transcrever a avaliação dos jogadores, que constou dessa notícia:

Ficha do jogo

GRÊMIO

Mazaropi; Paulo Roberto, Baidek, De León e Casemiro; China, Osvaldo e Tita; Renato; Caio (César) e Tarciso

PEÑAROL

Fernandez; Montelongo, Olivera, Gutierrez e Diogo, Bossio, Saralegui, Salazar, Ramos e Morena, Silva (Peirano)

Arbitragem: Edson Perez, auxiliado por Carlos Montalvan e Henrique Labo, do Peru.

Local: Estádio Olímpico, em Porto Alegre

Gols: Caio (G), aos 10 minutos do primeiro tempo, Morena (P), aos 25 minutos do segundo tempo e César, aos 32 minutos do segundo tempo

Avaliação dos jogadores

GRÊMIO

Mazaropi — Muito seguro nas intervenções, especialmente nos momentos de maior pressão do Penharol, quando saiu muito bem nos pés de Peirano. Nota 9.

Paulo Roberto — Muito mais tranqüilo do que no jogo de Montevidéu, só teve alguns problemas no segundo tempo com Venâncio Ramos, mas esteve seguro, inclusive no apoio. Nota 8.

Baidek — Um pouco nervoso apenas no início do jogo. Depois, marcou Morena com boa antecipação e cometendo as faltas necessárias. Nota 9.

De León — Fez tudo em campo: marcou bem, não falhou nunca, eficiente nas bolas altas e rasteiras. Nota 10.

Casemiro — Velocidade e atenção para evitar qualquer lance perigoso na defesa do Grêmio. Deu um lançamento preciso para Osvaldo cruzar no primeiro gol. Nota 9.

China — Perfeito sob todos os pontos de vista, tanto na marcação direta como na cobertura. Soube o momento certo do chutão para a frente e do toque para o companheiro. Nota 9.

Osvaldo — Combateu como nunca no meio campo, sem evitar o choque, chutando para a frente quando necessário e fazendo boas triangulações no setor. Cruzou a bola no primeiro gol. Nota 8.

Tita — Finalmente teve a grande atuação na Libertadores que estava devendo à torcida do Grêmio. Prendeu a bola nos momentos de maior pressão do Peñarol, laçou e tabelou. Nota 9.

Renato — Muito discreto no primeiro tempo, submetendo-se novamente à marcação de Diogo. Mas decidiu o jogo e o título, cruzando uma bola incrível para César marcar. Nota 8.

Caio — Apesar do físico nada privilegiado pela natureza, brigou com os zagueiros do Penharol, encarou a marcação e fez o gol que abriu o caminho para o título. Nota 8.

Tarciso — Desta vez não pode ser acusado de evitar o choque, pois foi o que mais fez em campo, preocupando os zagueiros com sua velocidade e recuando para marcar. Nota 8.

César — Jogou 27 minutos e se igualou a Caio — na coragem e na marcação do gol. Só que o seu valeu o título inédito para o Grêmio. Nota 9.

PEÑAROL

Fernandes — Perfeito nas saídas de gol e nas bolas altas. Sem culpa nos gols. Nota 8.

Montelongo — Passou trabalho com Tarciso no primeiro tempo. Pouco importunado no segundo. Nota 7.

Olivera — O líder do time. Por cima só dá ele, inclusive na área adversária. Nota 8.

Gutierrez — O mais fraco da defesa. Indeciso em vários lances. Nota 5

Diogo — Não tomou conhecimento de Renato e no primeiro tempo procurou o apoio. Nota 8

Bossio — Bem no bloqueio e na cobertura aos laterais. Nota 7

Saralegui — Bom jogador, mas apela muito para a violência. Nota 7

Salazar — O articulador das jogadas do Peñarol. Cresceu a partir da metade do segundo tempo e com ele o time. Nota 8

Sulva — Não levou vantagem sobre Casemiro. Acabou substituído por Peirano que pouco acrescentou. Para Silva nota 5

Morena — Preocupação constante para a zaga do Grêmio, na única conclusão marcou o gol uruguaio. Até por isso nota 7

Venâncio Ramos — Habilidoso, driblador, o melhor do Peñarol. Nota 9

Arbitragem

O Peruano Edison Perez soube controlar com energia um jogo excessivamente nervoso, como são todas as decisões, não permitindo que os uruguaios, liderados por Olivera, interferissem no seu trabalho. Acertou nas expulsões de Renato e Venâncio Ramos, no final da partida. Tecnicamente teve falhas mínimas. Foi bem assessorado pelos bandeiras Henrique Labo e Carlos Montalvam. Nota 9

sábado, 19 de julho de 2008

Grêmio 1x0 Cruzeiro (Brasileirão 2008, 13.ª rodada, Estádio Olímpico, 19.07.2008, 18h20min)

GRÊMIO 1x1 INTER - 29.06.2008, 8.ª rodada, Estádio Olímpico.

Uma das noções mais comuns em relação ao Gre-nal é que, conforme o resultado, (a) arruma a casa do vencedor (isto é, se o time está em baixa, a vitória no Gre-nal representa o início da ascensão na tabela), e/ou (b) determina o início do declínio do derrotado. Quando o Inter contratou Tite para o lugar de Abel, firmei convicção de que o novo técnico teria ampla vantagem sobre Celso Roth e que venceria todos os próximos três Gre-nais (um pelo Brasileirão, no Olímpico, e dois pela Copa Sul-americana); eventualmente poderia haver um empate em algum dos jogos no Olímpico.

Pois bem, os dois treinadores promoveram alterações na formação das equipes. E como previra, Tite se deu melhor (promoveu a estréia de um atacante tido como promissor - Taison -, e isso se revelou fundamental no decorrer da partida). Roth, por sua vez, deixou Rafael Carioca no banco, em favor de um meio-campo com William Magrão e Eduardo Costa. Além disso, durante a semana foi noticiada uma instrução de Roth em um treino, indiciando que o seu time atacaria pelo "lado lento" do Inter (i. é, o lado esquerdo). É óbvio que o vazamento dessa instrução precaveu o esperto e mobilizador Tite.

Uma dieta líquida complicou a nossa tarefa de acompanhar o jogo no Estádio Olímpico. Acompanhamos pela TV o Inter tomando a iniciativa do jogo e dominando as ações, o que é incomum em se tratando de um time visitante. E para complicar de vez, o Inter saiu na frente com um gol de Índio (o gol foi ilegal, pois Nilmar participou do lance e estava impedido).

Roth viu-se obrigado a mexer no time: colocou Rafael Carioca e Rodrigo Mendes (sacando um dos zagueiros, que já tinha cartão amarelo - Leo). O Grêmio melhorou, mas não o suficiente para ameaçar a vitória do time de Tite. Mas aí aconteceu que Renan entregou o resultado ao atingir Rodrigo Mendes, com o pé, numa saída de bola pelo alto. Roger, com a tradicional paradinha, fez o gol de empate.

GRÊMIO Victor; Léo (Rodrigo Mendes, 19'/2º), Pereira e Réver; Paulo Sérgio, Eduardo Costa, Willian Magrão (Rafael Carioca, 19'/2º), Roger e Helder; Perea e Marcel (Soares, 43'/2º). Técnico: Celso Roth.

INTER: Renan (Clemer, 36'/2º); Ricardo Lopes, Índio, Sorondo e Marcão; Edinho, Guiñazu, Magrão, Taison (Ramon, 14'/2º) e Alex; Nilmar. Técnico: Tite.

Gols: Índio (I), aos 15min do primeiro tempo. Roger (G), aos 37min. Cartões amarelos: Eduardo Costa, Marcel e Léo (G); Sorondo, Ricardo Lopes, Magrão e Índio (I). Expulsão: Renan (I). Arbitragem: Alício Pena Júnior (MG), auxiliado por Alessandro Álvaro Rocha de Matos (Fifa-BA) e Marcelo Barison (RS). Renda: R$ 960.567,50. Público: 42.888 torcedores.

BOTAFOGO 2x0 GRÊMIO - 9.ª rodada, Estádio Engenhão, Rio de Janeiro/RJ.

O Botafogo se encontra em situação difícil no campeonato, tendo perdido jogos recentes, e com o seu técnico a perigo de demissão. Só que jogos como esses acabam sendo complicados, sobretudo quando algumas opções são feitas equivocadamente.

Durante a semana se falou apenas amenidades a respeito dos treinos do Grêmio, além da questão envolvendo a comemoração de Roger nos seus gols, tidos como ofensivos pelo procurador que atua na justiça desportiva, o que poderia resultar em suspensão do melhor jogador do time. Então foi com a maior surpresa de todas que na véspera do fim-de-semana em que o Grêmio viajaria para o RJ se soube da partida de Roger para o Catar, em razão de uma proposta milionária (US$ 5 milhões por dois anos). Ou seja, o treinamento da semana toda foi por água abaixo. Roth escalou Rodrigo Mendes no seu lugar. Mas o problema não foi esse, assim como não foram as ausências de Pereira, Leo e Eduardo Costa. O problema foi alterar o esquema para 3-6-1, o que se revelou determinante para uma derrota merecida.

Com efeito, não tenho dúvidas de que a vitória do Botafogo por 2x0 foi um sinal de que, por vezes, e talvez não raro, há justiça no futebol. Foi a pior partida do Grêmio, afinal, os caras não conseguiam acertar três passes seguidos. O time atual do Botafogo tem deficiências que permitiriam uma vitória tranqüila do time de Roth (o estádio vazio, com pouco mais de mil assistentes, é prova de que nem a própria torcida do clube carioca acreditava em resultado positivo). Mas com um time mal escalado e mal organizado em campo, não havia como o Grêmio esperar qualquer coisa diferente do que uma derrota incontestável (alguns momentos foram verdadeiramente assustadores, como a "bicicleta" que Maílson deu, no 2.º tempo, dentro da grande área de Victor!).

BOTAFOGO: Castillo; Renato Silva, Leandro Guerreiro e Édson; Alessandro, Túlio, Diguinho, Lucio Flavio (Thiaguinho) e Zé Carlos; Jorge Henrique e Wellington Paulista. Técnico: Geninho.

GRÊMIO: Victor; Jean (Maylson), Thiego e Réver; Paulo Sérgio, Willian Magrão, Rafael Carioca, Rudnei (Marcel) e Rodrigo Mendes (Makelele) e Helder; Perea. Técnico: Celso Roth.

Árbitro: Cláudio Mercante Junior (PE), Jossemmar Moutinho (PE) e Fabiano Ramires (ES). Cartões amarelos: Túlio, Wellington Paulista (Botafogo); Jean, Paulo Sérgio, Réver (Grêmio). Gols: Túlio, aos 16 minutos do primeiro tempo, e Zé Carlos, aos 8 minutos do segundo tempo.

SANTOS 1x 1 GRÊMIO - 10.ª rodada, 09.07.2008, 21h45min, Vila Belmiro, Santos/SP.

O Santos se encontra na zona do rebaixamento, mas os jogos na Vila Belmiro são sempre complicados para o Grêmio. Além disso, o desempenho fraco do time de Roth contra o Botafogo, na rodada anterior, indicava que um empate seria ótimo resultado. Nessas condições, foi realmente lamentável ter deixado de vencer o Santos de Cuca após ter saído na frente com gol de Rodrigo Mendes, na metade do 1.º tempo. Eventualmente os santistas começaram a atacar e a perder várias oportunidades de gol, até que empataram bem no final do 1.º tempo.

Mediante remédio judicial, Tcheco foi liberado para estrear nessa partida contra a Portuguesa. Além disso, na véspera do jogo, foi confirmada a contratação do uruguaio Orteman, meio-campista que já jogou contra o Grêmio em 2002, quando atuava pelo Olímpia.

SANTOS: Fábio Costa; Apodi (Wesley, 301/2ºt), Fabão, Marcelo e Michael; Adriano, Rodrigo Souto e Kléber; Tiago Luís (Molina,15'/2ºt), Kleber Pereira (Lima, int) e Maikon. Técnico: Cuca.

GRÊMIO: Victor; Réver (Jean, 17'/2ºt), Léo e Thiego; Paulo Sérgio, Willian Magrão, Rafael Carioca, Rodrigo Mendes (André Luís, 17'/2ºt) e Helder; Perea (Rudnei, 34'/2ºt) e Marcel. Técnico: Celso Roth.

Gols: Rodrigo Mendes (G), aos 24, e Michael (S), aos 45 minutos do primeiro tempo.
Cartões amarelos: Marcel, Perea (G), Rodrigo Souto (S). Arbitragem: Gutemberg de Paula Fonseca (RJ), Hilton Moutinho Rodrigues (Fifa-RJ) e Marco Aurélio dos Santos Pessanha (RJ).

GRÊMIO 2x1 PORTUGUESA - 11.ª rodada, 13.07.2008, 18h10min, Estádio Olímpico.

Resolvi que se um de nós não pudesse ir ao Estádio (p. ex., praia), não iria sozinho ou com alguém que estivesse disponível (mas estou repensando essa idéia, afinal são mensalidades sendo pagas). Então não acompanhei o jogo nem pela TV; só pelo radinho mesmo.

Contra a Portuguesa, o Grêmio enfrentaria jogadores conhecidos, especialmente Patrício e Gavilán. E o time paulista iniciou a partida jogando bem, ao contrário do Grêmio, e eventualmente saiu na frente aos 30min.

No jogo anterior, contra o Santos, Marcel teve uma chance clara de fazer o gol da vitória, mas chutou a bola para muito longe. Alguém comentou, então, que o negócio do atacante é na bola aérea. Pois o cara teve a oportunidade de comprovar isso contra a Portuguesa, ao marcar o gol de empate, de cabeça, aparando cruzamento de Tcheco, que reestreou no Grêmio, amparado por medida judicial liminar. E, no 2.º tempo, Marcel fez um golaço, selando a vitória gremista em casa.

GRÊMIO: Victor, Léo (Makelele), Pereira e Réver; Paulo Sérgio, Rafael Carioca, Tcheco, Rodrigo Mendes (Soares) e Hélder; André Luís (Anderson Pico) e Marcel. Técnico: Celso Roth.

PORTUGUESA: André Luis, Patrício, Bruno Rodrigo, Halisson e Bruno Recife; Eric, Carlos Alberto, Gavilán (Claudecir), Preto (Vaguinho) e Edno; Rogério (Washington).
Técnico: Vagner Benazzi.

Gols: Rogério, aos 30, e Marcel, aos 36 minutos do primeiro tempo e aos 30 do segundo. Cartões amarelos: Pereira (Grêmio); Gavilán e Carlos Alberto (Portuguesa).
Cartão vermelho: Halisson (Portuguesa) Estádio: Olímpico, em Porto Alegre (RS).
Árbitro: Marcelo de Lima Henrique (Fifa RJ). Milton Otaviano dos Santos (Fifa RN) e Carlos Berkenbrock (SC).

SPORT 2x2 GRÊMIO - 12.ª rodada, 16.07.2008, Ilha do Retiro, Recife/CE.

Não é fácil para ninguém conseguir um bom resultado na Ilha do Retiro contra o Sport. Então, se houver uma chance rara de vitória, num campeonato de tiro longo como é o Brasileirão, não convém deixar escapar o resultado. Por essa razão, o empate em 2x2 pela 12.ª rodada pode ser lamentado, mas pelas circunstâncias do jogo, pode ser comemorado. Afinal, o Grêmio saiu na frente (gol de William Magrão, logo no início da partida), cedeu o empate alguns minutos depois, mas fez o 2x1, com Rodrigo Mendes, logo em seguida. O Sport teve chances de gol, mas o Grêmio também teve oportunidades para liquidar a vitória. Não o fez, e aí o Sport cresceu no 2.º tempo, e eventualmente marcou o gol do empate. Os minutos finais foram dramáticos, e os pernambucanos quase conseguiram a virada.

Com os empates fora-de-casa, o Grêmio se mantém na ponta de cima da tabela, junto com Flamengo e Cruzeiro.

SPORT: Magrão, Gabriel (Luciano Henrique), Igor e Durval; Diogo, Daniel Paulista, Sandro Goiano e Fumagalli, Dutra; Carlinhos Bala e Leandro Machado (Enilton) (Joélson). Técnico: Nelsinho Baptista.

GRÊMIO: Victor, Léo, Pereira e Rever (Thiego); Paulo Sérgio, Willian Magrão, Rafael Carioca, Tcheco e Helder (Anderson Pico); André Luís (Rodrigo Mendes) e Marcel.
Técnico: Celso Roth.

Gols: Willian Magrão, aos sete, Durval, aos 15 minutos, Rodrigo Mendes, aos 18, Durval, aos 37 minutos do segundo tempo. Cartões amarelos: Gabriel, Durval, Dutra (Sport); Helder, Marcel, Victor, Rodrigo Mendes, Thiego (Grêmio). Árbitro: Paulo César de Oliveira (Fifa/SP), Milton Otaviano dos Santos/RN (FIFA) e Marcelo Carvalho Van Gasse (SP).


GRÊMIO 1x0 CRUZEIRO - 13.ª rodada.

Victor vem sendo o destaque da campanha gremista até agora, juntamente com a defesa, é uma das menos vazadas. Por outro lado, questiona-se a efetividade de Perea, em relação ao qual se diz que lhe falta vontade de fazer o gol (nas jogadas decisivas, ele preferiria passar para outro companheiro, do que ele próprio finalizar a gol). As contratações de Souza e Orteman foram confirmadas; Rodrigo Mendes, aparentemente, tem proposta da Lazio (é irônico que após um ano parado no Grêmio, recuperando-se de lesão, o cara faz uns 2 ou 3 jogos e já tem proposta do exterior).

Pode-se resumir a importância do jogo contra o Cruzeiro, pela 13.ª rodada dessa forma: em jogo de 6 pontos, meio a zero é goleada. Afinal, as duas equipes estão empatadas na vice-liderança do Brasileirão 2008, e quem vencesse ficaria no encalço do Flamengo, líder isolado.

A previsão de chuva não se confirmou (apenas fez vento e frio), e chegamos ao Estádio com antecedência de meia-hora e esperamos as equipes se posicionarem em campo para eleger o lado em que ficaríamos. Acabamos na extrema esquerda das sociais para acompanhar o ataque gremista.

Fizemos bem, pois pouco depois dos 15min, após cobrança de lateral de Pico, a bola sobrou para Rafael Carioca que lançou do outro lado para Paulo Sérgio, que já vinha tendo boa participação no ataque, chutar para a meta do Cruzeiro; a bola passou no meio das pernas do goleiro Fábio, e foi o gol da vitória.

Gol do Paulo Sérgio:


O jogo foi muito bom. No primeiro tempo, Paulo Sérgio teve bons lances no ataque, Perea mostrou disposição incomum na marcação da saída de bola dos mineiros, Victor fez as defesas habituais, nos casos em que a defesa não conseguia repelir os ataques do Cruzeiro. Tcheco deu passes errados e armou contra-ataques do adversário.

O time de Adílson Batista (aplaudido quando teve seu nome anunciado no sistema de alto-falantes) teve 4 desfalques, mas jogou bem. O problema, como antecipou um repórter mineiro para uma grande rádio gaúcha, é no ataque: o artilheiro Guilherme não tem um bom companheiro. E isso se revelou verdadeiro. Os atacantes mineiros não conseguiram boas finalizações; as que venceram o bloqueio da defesa (notadamente pelo lado esquerdo de Réver, e em qualquer lugar onde estivesse o Paulo Sérgio), eram contidas por Victor.

No 2.º tempo, o Cruzeiro voltou muito melhor. Os gremistas, a certa altura, pareciam cansados. Mas ainda assim o Grêmio teve oportunidades incríveis para sedimentar a vitória, a maioria das quais foi rejeitada pelo goleiro Fábio.

O resultado foi excepcional, consolidando o time de Roth na vice-liderança do Brasileirão 2008.

GRÊMIO: Victor; Léo (Thiego), Pereira e Réver; Paulo Sérgio, Rafael Carioca, Willian Magrão, Tcheco e Anderson Pico; André Luis (Makelele) e Perea (Reinaldo). Técnico: Celso Roth.

CRUZEIRO: Fábio; Jonathan, Thiago Heleno e Espinoza; Jadilson, Charles, Henrique, Marquinhos Paraná e Gerson Magrão (Jajá); Jonatas e Guilherme. Técnico: Adilson Batista.

Gol: Paulo Sérgio, aos 17 minutos do primeiro tempo. Cartões amarelos: William Magrão e Réver (G); Jonathan (C). Arbitragem: Sergio da Silva Carvalho (DF), Nilson Alves Carrijo (DF) e Renato Miguel Vieira (DF). Público total: 31.270. Renda: R$ 523.858,30.

CLASSIFICAÇÃO (sem contar os jogos de domingo, 20.07.2008, que completam a 13.ª rodada):

Equipe P V SG %
1º Flamengo (RJ) 26 8 14 72,2
2º Grêmio (RS) 25 7 9 64,1
3º Cruzeiro (MG) 24 7 8 61,5
4º Palmeiras (SP) 21 6 5 58,3
5º Vitória (BA) 20 6 6 55,6
6º São Paulo (SP) 20 5 9 55,6
7º Figueirense (SC) 19 5 -5 48,7
8º Inter (RS) 18 5 2 50,0
9º Náutico (PE) 17 5 -2 47,2
10º Coritiba (PR) 17 4 3 47,2
11º Vasco (RJ) 15 4 2 41,7
12º Botafogo (RJ) 15 4 0 41,7
13º Sport (PE) 15 4 -4 41,7
14º Portuguesa (SP) 15 4 -8 38,5
15º Atlético (PR) 13 3 -2 36,1
16º Fluminense (RJ) 12 3 -4 30,8
17º Atlético-MG (MG) 12 2 -3 33,3
18º Goiás (GO) 11 2 -8 30,6
19º Ipatinga (MG) 10 2 -11 25,6
20º Santos (SP) 8 1 -11 22,2

Grêmio 3x0 Sport (Série B, 31.ª rodada, Arena do Grêmio, 20.09.2022, 19:00)

 Com Renato de volta à casamata gremista, e após a vitória contra o Vasco, a expectativa era de como o Grêmio se portaria nos jogos fora de ...