Grêmio 0x0 Vila Nova (Série B, Estádio Olímpico, 26/08/2005, 20:30)

A esta altura do campeonato o Grêmio se encontra numa posição impensável há pouco tempo: 4.º lugar, em ascensão, jogando bem todos os jogos, resultando numa boa fase. Mano parou de ser questionado pela imprensa, especialmente após a convincente vitória de 2x1 sobre a Portuguesa, no Canindé, domingo passado. Anderson é o destaque absoluto, mas alguns jogadores têm dado conta, notadamente Sandro, Jeovânio (a dupla de volantes "limpa-trilhos"), Patrício e Marcelo. Assim, esperava-se aproximadamente 40 mil torcedores para o jogo contra o Vila Nova, sobretudo porque a vitória consagraria a equipe na 2.ª colocação da Série B.

Chegamos ao Estádio pouco antes dos times entrarem em campo; nos posicionamos à direita das sociais, bem atrás da linha da goleira.

O Grêmio me impressionou positivamente pelo toque de bola; fazia tempo que não se via o time trocando passes corretos, fazendo a bola rolar de uma lateral a outra, passando pelos jogadores do meio-campo. Sandro é realmente um jogador muito qualificado - aparece bastante, faz bons passes, e marca com vigor. É muito veloz também.

No 1.º tempo vimos o Grêmio atacar de longe; Patrício e Marcel desperdiçaram boas oportunidades. Mas o Vila Nova contava com alguns jogadores muito rápidos, e o toque de bola dos meias e atacantes era envolvente; criaram algumas chances, numa das quais Galatto foi exigido e praticou excelente defesa. Galatto, por sinal, me lembra muito, fisicamente, o goleiro Félix da seleção tri-campeã no México. Samuel teve atuação discreta.

Andershow mereceu marcação especial por parte do time goiano. No mínimo dois jogadores fechavam no craque toda vez que este tocava na bola (algumas vezes eram três, outras até quatro marcadores); Anderson foi parado com falta a todo o momento, mas conseguiu criar algumas jogadas de efeito. Esta foi a despedida de Anderson, que passará pouco mais de um mês com a seleção sub-17 (voltará em outubro, para a 3.º rodada dos quadrangulares).



O 2.º tempo prometia gols. No lugar do inoperante Raone, entrou o chileno Beausejour, numa decisão acertada de Mano. O Grêmio contiuou criando boas situações, mas o gol não chegou.

No final do jogo o Grêmio era só pressão. Num bate-rebate, após uma cobrança de escanteio, Sandro cabeceou violentamente mirando o ângulo: um zagueiro do Vila Nova tirou a bola, em cima da linha, com a mão. Pênalti e expulsão. A torcida comemorou muito, pois àquela altura a vitória era mais do que merecida. Naturalmente, Anderson se candidatou para a cobrança. Posicionei-me para as fotos e para o vídeo. E não é que o craque cobrou fraco, nas mãos do goleiro... E o goleiro não se adiantou nada - caiu certinho no canto esquerdo. Baita decepção. Teve quem criticasse o Mano, por não ter mandado outro jogador bater o pênalti (aparentemente, Patrício é o cobrador oficial). Eu não culpo o técnico - se Patrício batesse e errasse, o técnico seria xingado por não ter mandado Anderson bater no jogo de despedida. É do futebol...

Lipatin e Ricardinho receberam oportunidades mas não chances concretas para produzir jogadas no ataque. Mano falhou por ter substituído Samuel, e não Marcel (este só foi substituído mais além).

GRÊMIO (0): Galatto; Patrício, Marcelo Oliveira, Pereira e Raone (Beausejour); Jeovânio, Sandro, Marcelo e Anderson; Marcel (Lipatin) e Samuel (Ricardinho). Técnico: Mano Menezes.

VILA NOVA (0): Michel; Vítor, Marquinhos Paraná, Accioly e Marcos Paulo; Heleno, Fábio Bahia, Itaqui (André) e Valdeir (Tim); Wando e Paulinho Kobayashi (Alexandre). Técnico: Roberto Fernandes.

Público pagante: 16.852
Público não-pagante: 1.873
Público total: 23.258
Renda: R$ 236.458

Grêmio 2x0 Santa Cruz (Série B, Estádio Olímpico, 13/08/2005, 16:00)

Após a incontestável vitória de 4x0 sobre o São Raimundo, o Grêmio preparou-se para enfrentar o Bahia, fora de casa, com mesmo "estilo Mano Menezes": extrema e exagerada cautela. Anderson, que cumprira suspensão pela expulsão no jogo anterior, estava disponível, mas Mano, alegando a falta de ritmo (e o excesso de peso) do jogador, preferiu mantê-lo no banco. Montou um esquema 4-6-0, fazendo cera desde o início do jogo na Fonte Nova. Não demorou muito e o Bahia fez 1x0, com Viola (um golaço de bicicleta). Para o 2.º tempo, Mano resolveu acertar o time e botou Anderson. Resultado: o time criou muitas chances, com chutes perigosos de longa distância do craque. O gol saiu após uma jogada individual de Anderson, no bico da grande área, driblando três adversários; rolou para Samuel, que virou e bateu forte pro gol. A sensação é de que foram perdidos 2 pontos em Salvador, pois o Grêmio podia ter ganho se tivesse atuado agressivamente (i.e., com Anderson) desde o começo.


Mano passou a semana sendo criticado, especialmente pela desculpa ridícula que deu para não escalar Anderson desde o início do jogo. Sandro Goiano, suspenso, desfalcaria o time no jogo desse sábado, bem como Marcelo Oliveira, lesionado. A partida ainda teria um ingrediente diferente, pois o Estádio Olímpico seria palco para a filmagem de um documentário inglês sobre torcidas de futebol. Pudemos ver uma câmera posicionada bem em frente de onde costuma se localizar a alma castelhana.

A véspera do dia dos pais foi de tempo bom, sem frio, e o jogo era contra o líder do campeonato. O estádio já contava com 20 mil pessoas uma hora antes da bola rolar. Chegamos 15:40, aproximadamente, e tivemos de nos contentar com um péssimo lugar descoberto na social. Com a promoção nas arquibancadas, o público foi de quase 35 mil pessoas.



No 1.º tempo, desde logo o tricolor marcou o Santa Cruz no campo de ataque, prejudicando a saída da equipe pernambucana, que trocava passes, fazia a bola ir de lado a outro, até que, num passe errado, tocava a bola pra lateral. Aos 29 min, Anderson foi acionado em velocidade; passou para Patrício que, na linha de fundo, cruzou para o meio da área, onde estava Samuel. Este, de primeira, não perdoou: um chutaço no ângulo, sem defesa. Aos 38, novamente Anderson livrou-se da marcação e, na sua jogada característica de contra-ataque, foi em direção à grande área; serviu Marcel que estava livre e desimpedido pelo lado esquerdo de ataque. Marcel, o contestado, teve tranquilidade para tocar fora do alcance do goleiro, na saída deste.

No 2.º tempo a equipe administrou o resultado, com algumas boas jogadas do Anderson pelo lado esquerdo - bem a frente de onde estávamos. Logo aos 7 min, Anderson fez uma jogada espetacular contra o marcador - eu tirei uma foto logo no início do lance.

Com cãimbras, o craque deu lugar a Beausejour, que fez alguns bons lances, mas ainda não teve chances de comprovar a sua qualidade. Bruno entrou ao final do jogo, depois de muito tempo se recuperando de lesão.


Não pudemos observar muito detidamente as atuações, mas nos pareceu que Patrício foi bem, me parecendo bastante influenciado pela grande atuação de Anderson. Está certo quem diz que o craque empolga os demais companheiros, e acaba que toda a equipe se contagia e passa a jogar bem. Escalona também teve bons momentos. A zaga de Domingos e Pereira esteve muito firme.

Lá pelas tantas apareceu bem a nossa frente a equipe do programa Patrola, da RBS, inclusive o apresentador Ico Tomas. O cara entrevistou alguns tipos bizarros que ficam em pé junto ao fosso (como esses da foto ao lado).

Também ficamos próximos ao repórter da Gaúcha Luciano Périco, mas desse eu não tirei foto - fica pra próxima. Ao final teve "ola" e "olé".

Grêmio: Galatto; Patrício, Pereira, Domingos e Escalona; Nunes, Jeovânio, Marcelo Costa e Anderson (Beausejour); Marcel (Paulo Ramos) e Samuel. Técnico: Mano Menezes.

Santa Cruz: Cléber; Osmar, Carlinhos, Roberto e Periz; Neto, Andrade, Adriano e Carlinhos Bala; Leonardo e Reinaldo. Técnico: Givanildo Oliveira.


Público: 34.390
Renda: R$ 256.665,00
Árbitro: Evandro Rogério Roman (PR)
Auxiliares: Ildefonso Trombeta e Vagner Vicentin (PR)
Cartões amarelos: Pereira, Anderson (Grêmio); Carlinhos Paulista, Roberto, Adriano (Santa Cruz)
Cartão vermelho: Reinaldo (Santa Cruz)