terça-feira, 29 de novembro de 2005

Grêmio campeão da série B (Grêmio 1x0 Náutico - fase final, Aflitos, 26/11/2005, 16:00)


Na última rodada, apenas uma combinação de resultados deixaria o Grêmio na série B para 2006: a vitória dos times pernambucanos (Náutico sobre Grêmio e Santa Cruz sobre Portuguesa). Como tem sido costume nesta fase, armou-se um clima de guerra contra os gremistas, que passaram a ser odiados pelos nordestinos, diante das derrotas impostas no Estádio Olímpico e do tratamento pouco amistoso recebido em Porto Alegre. Ficou notório que os dirigentes de Náutico e Santa Cruz não estão acostumados com grandes decisões ao pessoalizar suas frustrações e direcionar sentimentos negativos em relação ao Grêmio e aos gaúchos; prometeram tratamento hostil, foguetório e tudo mais. Os dirigentes tricolores fizeram sua parte, marcando reserva em quatro hotéis diferentes, e hospedando o time, finalmente, em um sítio bem afastado, cujo acesso por parte de torcedores do Náutico só era viável por barco.

Desde logo ficou muito claro que a escalação da equipe seria a mesma do jogo passado contra o Santa Cruz, com Anderson no banco, Nunes no lugar de Jeovânio, Lipatin no ataque, e Marcel no meio.

Como esse fim-de-semana passei em Xangri-Lá, acabei assistindo ao jogo na casa dos meus sogros, de modo que não ouvi a Gaúcha (ouvi apenas até a entrada em campo), só a narração da Globo. Os dirigentes do Náutico sonegaram o acesso dos goleiros gremistas para aquecimento no campo; taparam todas as entradas de ar do vestiário; pintaram as paredes do vestiário, a fim de que este ficasse com cheiro insuportável. Tal atitude acabou atrasando o início do evento, pois o Náutico entrou em campo para o jogo, e os goleiros do Grêmio entraram para o aquecimento, de modo que só depois de uns 10 minutos é que o tricolor entrou em campo para a partida.

Apesar de contar com o apoio de 20 mil torcedores, o Náutico não conseguiu partir para o ataque em ritmo frenético como se esperava. O Grêmio controlou o jogo no meio-campo e ainda conseguiu algumas oportunidades na frente, especialmente com Ricardinho. Lipatin e Marcel não fizeram boa partida. Logo no início, Galatto aparentemente sentiu uma lesão muscular - na hora pensávamos que o goleiro estava botando em prática a estratégia de catimba consagrada por Danrlei nos anos 90. Mas nos preocupamos quando o goleiro passou a mancar nas reposições de bola. Mesmo assim, Galatto teve algumas intervenções brilhantes, defendendo arremates perigosos dos pernambucanos.

O jogo se encaminhava bem para o Grêmio - a Portuguesa, no estádio Arruda, saiu na frente contra o Santa Cruz, e o resultado dava a classificação ao tricolor, mesmo com derrota nos Aflitos. Mas as decisões do Grêmio são sempre muito emocionantes, e aos 30 minutos Domingos derruba um atacante adversário na grande área. Bruno Carvalho se posicionou para a cobrança e incrivelmente chutou a bola no poste direito de Galatto (que se atirou no canto certo). Essa chance desperdiçada parecia um presságio de que a classificação do Grêmio era garantida. Na ocasião, meu pai ligou de Torres para dizer que "Agora vai, agora vai!".

No intervalo, Ricardinho com lesão muscular deu lugar a Lucas, que entrou bem, como sempre. O jogo prosseguiu como no 1.º tempo, com o Grêmio administrando o resultado. A essas alturas o Santa Cruz já havia virado o jogo contra a Portuguesa, e assim ao tricolor incumbia só não perder. Perto dos 20 min, Anderson entrou no lugar de Marcel, e a equipe incrementou as investidas no ataque. O craque teve um arremate de fora da área, com muito efeito, que assustou o goleiro do Náutico, exigindo uma defesa em dois tempos. Roberto Cavalo promoveu modificações na equipe, que passou a contar com quatro atacantes.

Aos 30 minutos, na grande área, a bola ia sobrando para um atacante do Náutico, mas Galatto se atirou de qualquer maneira e, com o braço, deslocou o adversário cometendo pênalti não assinalado pelo juiz. Num outro ataque do Náutico, Escalona interceptou a bola com a mão pelo lado esquerdo, recebendo o segundo cartão amarelo e o vermelho. Com um a menos as coisas pareciam difíceis, mas Anderson em campo era a segurança de que as alterações feitas poderiam levar o Grêmio à vitória.

Em seguida, deu-se o lance que selou a sorte do tricolor na competição: chute de fora da área, a bola bate no braço de Nunes que estava dentro da área. O toque não foi intencional, mas para compensar o pênalti não marcado de Galatto, o juiz, dessa vez, apitou a falta. O que se viu foi o desespero de meio time do Grêmio, que partiu para cima do árbitro ostensivamente. Patrício foi o primeiro a chegar, e chegou empurrando - levou vermelho na hora. Os jogadores cercaram o juiz, empurrando-o. Nunes chegou e foi expulso. A tensão aumentou, e o juiz chamou a Brigada Militar - esta interveio com truculência, derrubando Patrício desnecessariamente. Armou-se, então, uma confusão incrível, com invasão de campo da imprensa e de dirigentes dos clubes. Não se tinha idéia exata de quantos jogadores foram expulsos e começamos a ficar preocupados com o número mínimo de atletas o reinício de jogo (5 expulsões encerram antecipadamente a partida). A impressão, em alguns momentos, era a de que o Grêmio se retiraria de campo. Cacalo entrou em campo e discutiu bastante com outros dirigentes. A essas alturas tudo passou pela cabeça (mais um ano na segundona?, acompanharei mais uma temporada jogo-a-jogo?), e a situação que se desenhava era a de que tudo estava perdido. Afinal, faltavam 10 minutos para o fim do jogo (tempo regulamentar, sem considerar os acréscimos), o time com 4 expulsões (Domingos recebeu o vermelho por dar um tapa na bola que estava nas mãos do árbitro, perto da marca do pênalti)... mesmo que o Náutico errasse novamente a cobrança, a equipe teria ainda no mínimo 10 minutos para atacar com tudo o Grêmio - seria um jogo de 11 contra 7 (sendo que dos 7, um no gol e seis na linha). Marcel, que havia sido substituído, recebeu ainda um cartão amarelo por ter removido à unha a marca do pênalti. Enquanto isso, no Arruda, o Santa Cruz vencia a Portuguesa e fazia a volta olímpica com uma taça, comemorando o título da série B, no seu estádio lotado com 60 mil torcedores. O quadro era dramático e tudo indicava uma tragédia para o Grêmio.

Aos poucos, após mais de 20 minutos de paralisação, o gramado foi sendo liberado para a cobrança - o Grêmio seguiria em campo para o jogo. Durante a paralisação não se sabia a qual o jogador do Náutico incumbiria a sentença de morte do tricolor. Bruno Carvalho já havia sido substituído, e Kuki, o craque do time, não se habilitou para a hora decisiva. Coube, então, ao lateral esquerdo Ademar a cobrança da penalidade. Galatto se dirigiu ao gol. Meu sogro ainda falou que o Náutico poderia desperdiçar a 2.ª cobrança, ao que eu respondi: "Se errarem esse pênalti não tem como eles se classificarem para a 1.ª divisão", pois, afinal, um time que, em casa, desperdiça duas penalidades, não merece sorte alguma. Ademar partiu trotando e chutou sem muita força no meio do gol - Galatto se atirou para o canto esquerdo, mas com os pés fez a defesa salvadora. Esse momento foi de extrema vibração! Galatto defendera o pênalti! Kuki, perto da grande área, desesperou-se e atirou-se ao chão. Galatto ergueu-se rapidamente e não comemorou - Lucas correu ao seu encontro e abraçou-se nele. Galatto não retribuiu - estava concentrado, e talvez não percebera ainda a grandeza do seu feito. Meio minuto depois, a bola sobrou para Anderson na linha do meio campo. O craque investiu no campo adversário e foi derrubado próximo à grande área, pelo lado esquerdo junto à linha lateral. Batata tomou o 2.º cartão amarelo pela falta e foi expulso. Rapidamente, Marcelo Costa cobrou a falta, passando para Anderson; este dirigiu-se à área com liberdade - o Náutico estava atordoado com a perda do pênalti. Dois zagueiros se aproximaram mas não cometeram falta - seria pênalti. Anderson se aproximou da pequena área e, quando o goleiro chegou perto, enquadrou o corpo e com o pé esquerdo colocou longe do seu alcance. Inacreditável! O Grêmio saiu do inferno para o paraíso em questão de menos de 2 minutos. O empate servia ao Grêmio, de modo que o Náutico se viu obrigado a virar o jogo e fazer dois gols. A defesa de Galatto atordoou os pernambucanos e o gol de Anderson afastou o público do estádio. O mais incrível é que o resultado dava o título da série B ao Grêmio. O Náutico tentou ir ao ataque, mas foi repelido pelos bravos gremistas restantes. Anderson ainda conseguiu reter a posse de bola no ataque algumas vezes. Passados 10 minutos o árbitro deu por encerrada a partida. Inacreditável!!! Jamais se viu algo desse tipo: quatro expulsões, um pênalti contra, 10 minutos por jogar, confusão, nervosismo... o jogo parecia irremediavelmente perdido, o ano todo jogado no lixo. Para mim, Galatto foi o nome da classificação - o goleiro jogou bem a partida toda, com defesas difíceis (depois do 1.º pênalti, no 1.º tempo, foi exigido 2 vezes e defendeu brilhantemente para escanteio). E na hora da verdade, na hora da decisão, na qual é exigida frieza e estrela, Galatto defendeu heroicamente o pênalti, calando 20 mil torcedores e deixando no desespero os jogadores do Náutico. Lembrei do pênalti defendido por Mazarópi na semifinal da Libertadores de 1983 contra o América de Cali, no Olímpico. E lembrei também que Danrlei não era pegador de pênaltis. Galatto o é: na fase final pegou 2 pênaltis (o outro foi contra o Santa Cruz, no Arruda), e outro foi desperdiçado pelo batedor. Estrela aliada à frieza. O "rabo" do Grêmio se fez presente após anos desaparecido. E o "rabo" foi ainda maior, pois de nada adiantaria a defesa se o Grêmio tomasse gol nos minutos restantes. Assim, para completar a desgraça do Náutico, imediatamente após a defesa de Galatto, Anderson fez o gol da vitória e do título. Ao final do jogo a Globo (cujo narrador e comentarista torciam pelo Náutico; Noronha dizia "agora o Náutico mostrou suas garras e vai para cima", "não é assim que se passa pela zaga do Grêmio, tem que fazer tal e tal coisa") mostrou a tradicional vinheta com o Hino do Grêmio e com os dizeres "Campeão Brasileiro da Série B", ou algo do tipo. Nessa hora é que nos demos conta do título da série B, pois o que interessava era a classificação, independentemente de ser na 1.ª ou 2.ª colocação - a ZH informava apenas a combinação de resultados que interessava para a classificação; jamais se falou em título. Por isso estranhamos, mas no final foi melhor - o título consagrava incontestavelmente a volta do tricolor ao seu lugar, junto à elite do futebol brasileiro. E a vitória se deu em situação absolutamente impensável - na manhã de quinta-feira, entre o primeiro e o segundo toque do despertador (soneca), eu sonhei que o Grêmio se classificaria numa partida emocionante com o Náutico - a diferença era que o jogo se passara no Olímpico e que o Náutico tinha os jogadores expulsos ou simulando lesões para encerrar o jogo por ausência do número mínimo de jogadores; no sonho pedíamos para o juiz encerrar a partida e alguns torcedores invadiam o gramado.

A defesa de Galatto foi o instante da classificação do Grêmio, mas o gol de Anderson consolidou a ida para a série A e o título.

NÁUTICO (0): Rodolpho; Bruno Carvalho (Miltinho), Tuca, Batata e Ademar; Cleisson, Tozo (Betinho), David (Romualdo) e Danilo; Kuki e Paulo Matos. Técnico: Roberto Cavalo.

GRÊMIO (1): Galatto; Patrício, Domingos, Pereira e Escalona; Nunes, Sandro Goiano, Marcelo Costa e Marcel (Anderson); Ricardinho (Lucas) e Lipatin. Técnico: Mano Menezes.

Local: Estádio dos Aflitos, em Recife
Árbitro: Djalma Beltrami (RJ)
Auxiliares: Hilton Rodrígues (Fifa/RJ) e Carlos Enrique de Lima (RJ)
Cartões amarelos: Bruno Carvalho, Tozo, Paulo Matos, Batata e Miltinho (Náutico); Escalona, Domingos e Marcel (Grêmio)
Cartões vermelhos: Batata (Náutico); Escalona, Patrício, Nunes e Domingos (Grêmio)
Gol: Anderson (Grêmio)


Nesse ano de 2005 pudemos ver todo o tipo de jogadores no Grêmio. Em retrospecto, o começo do ano foi desanimador, com a desclassificação prematura no Gauchão (não chegou às finais) e a derrota humilhante para o Fluminense no Maracanã, pela Copa do Brasil. Não lembro de outro ano que tenha passado sem ter nenhum Gre-Nal.

O início de 2005 foi marcado pela dificuldade dos dirigentes em arranjar jogadores para formar um time para botar em campo (time para conquistar títulos era impossível à época). A Mário Sérgio, após a vitória de Odone nas eleições presidenciais, foi confiada essa missão espinhosa. Hugo de León foi trazido para comandar o time. Dos jogadores que rebaixaram o Grêmio em 2004 restaram muito poucos: Márcio (o goleiro), Anderson (que passaria boa parte do tempo com a seleção sub-17), Bruno, Tiago Prado, Marcelinho. Para o gol foi trazido Eduardo, do Atlético-MG. Em alguns dias eram anunciados dois ou três jogadores, tipo Luiz Fernando, Marcus Vinícius, Cássio, em negociações do tipo que o Grêmio ficava obrigado apenas a pagar o salário do atleta.

No primeiro jogo deste ano que eu assisti no Olímpico, empate de 1x1 com o Guarani de Venâncio Aires (09/02/2005), o Grêmio foi a campo com Eduardo, Alessandro, Marcelo Oliveira, Dênis, Luiz Felipe, Marcus Vinícius, Douglas Silva (Samuel), Bruno (Nunes), Gláuber (Marcinho), Marcelinho, Somália. Téc.: De Léon. Nenhum desses jogadores foi titular no 2.º semestre (apenas alguns atuaram umas poucas das primeiras partidas da 1.ª fase).

Como a prioridade era formar um time para a disputa da série B - o único campeonato que importava em 2005 - , o Gauchão e a Copa do Brasil foram disputados por um time com jogadores de segunda linha, e na época se dizia que só uns dois ou três seriam aproveitados para o 2.º semestre (tal frase de efeito, que parecia flatus vocis, acabou se verificando efetivamente). Somália era o artilheiro, e quando não marcava era Samuel o responsável pelos gols do time. Memorável foi a confusão aprontada pelo Somália no Bento Freitas, contra o Brasil-Pe. Paulo Ramos e Pedro Júnior foram trazidos, e a esperança de um bom 2.º semestre começava a surgir. Após o Gauchão, o Grêmio acertou com Patrício e Julio Rodriguez do 15 de Campo Bom.

A série B começou mal, com derrota, e com jogos no Beira-Rio, pois o Olímpico estava interditado ainda por eventos ocorridos em 2004. Aos poucos, no desenrolar da competição, o Grêmio foi trazendo reforços: Jeovânio (que demorou para estrear, pois veio com lesão), Sandro Goiano, Escalona, entre outros. Hugo de León foi substituído por Mano Menezes, e em seguida Mário Sérgio foi afastado (deu lugar à dois dirigentes - Renato Moreira e Paulo Pelaipe). Mano indicou alguns jogadores conhecidos seus, como Raone, Jacozinho, Tiago Duarte, todos imprestáveis, e fez uma lista de dispensas de outros imprestáveis, dentre os quais Somália, que apesar de artilheiro, era má-presença no vestiário. Eduardo, após derrota para o Avaí, pediu para ir embora - nunca vi algo do gênero. Melhor para o Grêmio, que se livrou de um goleiro vacilante e acabou confirmando Galatto na titularidade - Márcio havia sido devolvido ao São Paulo. No primeiro jogo da série B no Estádio Olímpico, em 28/05/2005, empate em 2x2 contra o Náutico, o Grêmio entrou em campo com Galatto, Alessandro, Domingos, Marcelo Oliveira, Escalona (Raone), Pedrinho, Douglas Silva (Tiago Duarte), Bruno, Paulo Ramos (Gustavo), Anderson, Samuel. Técnico: Mano Menezes.

Mesmo sob as críticas da imprensa e da torcida, Mano conseguiu desenvolver uma idéia de time: firmou a zaga com Galatto, Patrício, Domingos, Pereira e Escalona, e os dois volantes, Jeovânio e Sandro Goiano. No ataque o Grêmio teve a grande sorte de contar com um jogador como Ricardinho. Nas demais posições é que houve trocas de jogadores, conforme exigiam o esquema e o adversário. Marcel foi um dos jogadores preferidos do técnico; apesar da pouca efetividade no ataque, e de perder muitas bolas e errar passes, Marcel sempre foi muito devotado ao esquema tático e à marcação. Paulo Ramos e Pedro Júnior não se firmaram, devido a lesões e a ausência de pré-temporada. Jacozinho foi acionado em vários jogos na 1.ª fase, vestindo invariavelmente a camisa 10, e fracassou sempre. Anderson, inegavelmente, era o craque, mas o técnico optou por desvalorizar sua presença no grupo, no meu entender, a fim de não comprometer o espírito de grupo e a união dos jogadores. A imprensa sempre fez questão de vangloriar o craque de 17 anos em detrimento dos demais, inclusive deixando bem claro que Anderson, além de excepcional, era o único jogador que prestava. A ausência de Anderson em alguns jogos, ou a sua escalação no banco, rendeu muitas linhas de jornal e muita falação nos programas esportivos na TV. No final das contas, todos os jogadores receberam oportunidades, e os destaques foram Anderson, Ricardinho, Sandro Goiano (que perdeu rendimento na fase final) e Galatto (responsável direto pela classificação no jogo final). Outros jogadores coadjuvantes foram importantes, como Patrício, Escalona (que cresceu de produtividade, especialmente nas fases decisivas) e o próprio Marcel (com a bravura e a dedicação em campo). A dupla de zaga, Domingos e Pereira, foi importante seja na sua atividade-fim, seja nos gols marcados - alguns deles vitais, como o de Domingos na vitória de 1x0 sobre o Náutico, no Olímpico, no 1.º jogo da fase final.

Valeu a pena acompanhar o Grêmio em todos esses jogos no Estádio Olímpico. Na série B, deixei de assistir apenas ao jogo contra o Marília, que foi o último da fase classificatória - o Grêmio já havia se garantido antecipadamente, e naquele sábado de muito frio, eu estava doente. Em todos os demais eu estive presente (assinalados com asterisco logo abaixo), a maioria deles com o meu pai (apenas em um eu fui com o André, e em outro, com o Giulia e o André).

- PRIMEIRA FASE

23/04 - Gama 2 x 1 Grêmio - Gama (DF)
29/04 - Grêmio 4 x 3 Avaí - Porto Alegre (RS)
07/05 - Grêmio 0 x 2 Ituano - Porto Alegre (RS)
15/05 - Criciúma 0 x 2 Grêmio - Criciúma (SC)
21/05 - Guarani 1 x 1 Grêmio - Campinas (SP)
28/05 - Grêmio 2 x 2 Náutico - Porto Alegre (RS)03/06 - Caxias 1 x 1 Grêmio - Caxias do Sul (RS)
11/06 - Grêmio 2 x 1 Paulista - Porto Alegre (RS)
19/06 - Anapolina 4 x 0 Grêmio - Anápolis (GO)
25/06 - Grêmio 1 x 0 Santo André - Porto Alegre (RS)
28/06 - Ceará 3 x 4 Grêmio - Fortaleza (CE)
10/07 - Grêmio 1 x 2 Vitória - Porto Alegre (RS)
16/07 - Sport 0 x 1 Grêmio - Recife (PE)
24/07 - União Barbarense 1 x 1 Grêmio - Sta Bárbara dOeste (SP)
29/07 - Grêmio 4 x 0 São Raimundo - Porto Alegre (RS)
07/08 - Bahia 1 x 1 Grêmio - Salvador (BA)
13/08 - Grêmio 2 x 0 Santa Cruz - Porto Alegre (RS)
21/08 - Portuguesa 1 x 2 Grêmio - São Paulo (SP)
26/08 - Grêmio 0 x 0 Vila Nova-GO - Porto Alegre (RS)
02/09 - CRB 1 x 1 Grêmio - Maceió (AL)
10/09 - Grêmio 1 x 1 Marília - Porto Alegre (RS)

Colocação: QUARTO LUGAR

- FASE SEMIFINAL

16/09 - Santo André 0 x 1 Grêmio - Santo André (SP)
24/09 - Grêmio 2 x 0 Avaí - Porto Alegre (RS)
01/10 - Grêmio 2 x 0 Santa Cruz - Porto Alegre (RS)

04/10 - Santa Cruz 1 x 0 Grêmio - Recife (PE)
07/10 - Avaí 1 x 3 Grêmio - Florianópolis (SC)
14/10 - Grêmio 0 x 2 Santo André - Porto Alegre (RS)

Colocação: SEGUNDO LUGAR

- FASE FINAL

22/10 - Grêmio 1 x 0 Náutico - Porto Alegre (RS)
29/10 - Santa Cruz 1 x 1 Grêmio - Recife (PE)
05/11 - Portuguesa 1 x 1 Grêmio - São Paulo (SP)
12/11 - Grêmio 2 x 2 Portuguesa - Porto Alegre (RS)
19/11 - Grêmio 2 x 0 Santa Cruz - Porto Alegre (RS)
26/11 - Náutico 0 x 1 Grêmio - Recife (PE)

colocação: CAMPEÃO

- ARTILHEIROS

8 Gols - Ricardinho
5 Gols - Anderson e Samuel
4 Gols - Marcel e Pereira
2 Gols - Marcelo Oliveira e Pedro Júnior
1 Gol - Beausejour, Bruno, Domingos, Douglas Silva, Fábio Bala, Gustavo, Lipatin, Luiz Fernando, Marco Aurélio, Patrício, Paulo Ramos, Pedrinho, Raone, Saulo e Somália

Gol contra - Domingos (Grêmio) a favor do Ceará

Fonte: Globo Esporte

domingo, 20 de novembro de 2005

Grêmio 2x0 Santa Cruz (Série B - fase final, Estádio Olímpico, 19/11/2005, 16:00)

Já na entrevista coletiva de Mano Menezes, ao final do jogo contra a Portuguesa, sábado passado, a imprensa gaúcha tratou de especular a escalação do time do Grêmio para a partida contra o Santa Cruz. Basicamente as perguntas ao técnico gremista se resumiam à presença de Anderson como titular, uma vez que foi substituído no intervalo do jogo contra a Lusa e a equipe melhorou muito de produção no 2.º tempo. Durante a semana foram tentadas várias alternativas, até com Anderson no lugar de Escalona. Prevaleceu, enfim, o esquema que garantiu o empate sábado passado: Lipatin no ataque com Ricardinho, e Anderson no banco. Jeovânio, que se machucou no treino, cedeu lugar para Nunes.

Com meu pai em Torres, dessa vez chamei um velho amigo para tomar assento na Social: Giulia não pensou duas vezes, e marcamos de nos encontrar a partir das 14h na Grêmiomania. O calor era infernal naquele horário. Por se tratar do último jogo do ano no Olímpico, e por todo o significado em torno da partida (seja qual fosse o resultado), e diante do fato de os ingressos terem se esgotado na véspera da partida, a direção incrementou a segurança do Estádio, com um número bem maior de seguranças e brigadianos. Tentamos entrar pelo Portão 1, mas um brigadiano resolveu encrencar com minhas pilhas recarregáveis sobressalentes. Sem a menor chance de desperdiçar essas pilhas caríssimas, e tendo assistido sem qualquer contratempo a todos os jogos do Grêmio neste ano (menos contra o Marília, na 1.ª fase), rapidamente me ocorreu de tentar o Portão 5. Lá não teve erro; entramos e nos acomodamos no mesmo lugar que eu assisti aos dois últimos jogos: atrás da goleira da Cascatinha, do lado da alma castelhana. Em seguida o André nos localizou e se acomodou com a gente.

Antes da bola rolar, Paulo Sant´Anna fez a volta olímpica e foi muito aplaudido, especialmente quando passou na frente da "Geral do Grêmio". Notei que, curiosamente, no jogo deste sábado a alma castelhana vibrou muito menos do que nos outros jogos; por vezes, a social iniciava os cantos, e estes não eram acompanhados pela geral. De qualquer maneira, quando tocou o hino do Grêmio e a torcida cantou junto, foi um momento muito empolgante.

No sorteio dos lados do campo resultou que pela primeira vez neste campeonato, pelo menos do que eu lembro, o Grêmio atacou no 1.º tempo contra o gol da Cascatinha - o nosso gol. Acredito que o Santa Cruz tenha ganho a escolha do lado de campo e tenha optado por jogar o 2.º tempo longe da alma castelhana, pois é geralmente após o intervalo que o jogo se decide, e a torcida tem sido fundamental nesse aspecto.

Logo no início do jogo, o Grêmio perdeu uma chance incrível de gol. A equipe pernambucana teve alguns ataques perigosos até os 20 minutos, aproximadamente, mas depois só deu Grêmio. Mas a equipe estava marcha lenta; Marcelo Costa não aparecia para receber, Sandro Goiano estava dormindo em campo (várias vezes perdeu a posse de bola por bobeira), Lipatin não acertou o posicionamento, Patrício não se ofereceu para o apoio; enfim, o time de Mano não buscava a vitória como deveria. Galatto fez defesas importantes e garantiu o resultado dos primeiros 45 minutos.

Assistimos ao jogo inteiro em pé, mas o 1.º tempo não foi animador. No intervalo, foi a vez de Dinho dar a volta olímpica e ser muito aplaudido, rendendo ainda os gritos de "Grêmio, Grêmio, nõs somos campeões da América".

No 2.º tempo o Grêmio atacou para o gol do outro lado, e atacou muito mais do que no 1.º tempo. Todos os jogadores tiveram um incremento de produção. Nunes apareceu muito bem todas as vezes, bastante seguro, muitas vezes impedindo os meio-campistas do Santa ingressar no campo gremista. O seu cartão amarelo, merecido, foi muito oportuno, pois foi decorrência de uma falta que paralisou um contra-ataque forte dos pernambucanos. Marcelo Costa permaneceu fazendo uma partida obscura. Sandro Goiano melhorou bastante, se lançando bastante no apoio. Ricardinho, mostrando que é um excelente jogador, infernizou a zaga do Santa o jogo inteiro, sempre conseguindo jogadas perigosas. Ele enfrenta os adversários, geralmente com vantagem; incrível como ele raramente cai, sempre consegue chegar pelo menos à linha de fundo. Lipatin é quem não conseguia alcançar as bolas alçadas por Ricardinho.

O jogador uruguaio disse na ZH de sábado que constantemente sonha com a marcação de gols de cabeça, e que para o jogo contra o Santa Cruz ele havia sonhado que marcaria um gol de cabeça. O Benfica chegou a compará-lo com o Lima, que na década de 80 sonhava com os gols - e os marcava efetivamente. Quanto ao Lipatin, eu não levei muita fé no noticiado sonho. Mas aos 10 minutos o cara aproveitou um cruzamento e fez o 1.º gol. Que momento e que vibração tomou conta da torcida depois desse gol! O Olímpico inteiro, lotado, passou a gritar como nunca e a girar as camisetas por sobre a cabeça. No RBS Notícias eu pude ver que o gol do uruguaio foi feito debaixo de golpe de boxe praticado pelo goleiro pernambucano. A queda do atacante foi preocupante, mas aparentemente foi sem conseqüência.

Marcel foi o mesmo de sempre, fundamentalmente um jogador raçudo. Errou muitas jogadas no primeiro tempo - cruzamentos mal feitos, passes errados e domínio de bola bisonho -, mas foi premiado com um gol de cabeça, o 2.º gol do tricolor, aproveitando um cruzamento de Ricardinho (jogada pessoal deste). Nova explosão da torcida, e ficamos muito aliviados com a garantia da vitória.

No mesmo horário ocorria o outro jogo da rodada, Náutico x Portuguesa, e a combinação de vitória do Grêmio com empate ou derrota do Náutico colocava o tricolor na série A do ano que vem. Ocorre que os paulistas não fizeram a sua parte e levaram 2x0 do Náutico - chegaram a perder um pênalti -, de modo que todos têm chances matemáticas de classificação.

Dali para frente o Grêmio conseguiu controlar o resultado; o Santa Cruz ainda tentou alguns ataques, mas desperdiçados especialmente por Carlinhos Bala. Com o final do jogo se avizinhando, os seguranças tomaram posição a fim de coibir invasão de campo, especialmente dos torcedores da geral.

Lucas entrou no lugar do cansado Marcel e deu boa contribuição - o garoto tem boa disposição, é atilado para o desarme e tem postura ativa em campo. Em seguida Pedro Júnior entrou no lugar de Lipatin, mas não teve tempo para mostrar nada.

Antes do jogo começar, um gaiato perto de nós informou que Anderson não estava como opção nem no banco. Assim, bem no final do jogo, quando Marcelo Costa saiu de campo, não identificamos que era Anderson quem o substituiu (só na TV é que eu pude ver). De qualquer maneira, o craque entrou com o jogo já decidido - o Grêmio venceu mesmo sem seu maior jogador.

Quando o juiz apitou o final do jogo, operou-se a inevitável invasão dos torcedores da geral, imediatamente repelidos pelos seguranças.

Resta apenas um jogo para o Grêmio decidir sua sorte para 2006. Sábado que vem, contra o Náutico no Recife, o Grêmio precisa de pelo menos um empate para se garantir na série A. Se perder, precisa torcer por uma vitória da Portuguesa sobre o Santa Cruz. Seja como for, o Olímpico não sediará mais jogos oficiais neste ano.

GRÊMIO: Galatto; Patrício, Domingos, Pereira e Escalona; Nunes, Sandro, Marcel (Lucas) e Marcelo Costa (Anderson); Lipatin (Pedro Júnior) e Ricardinho. Técnico: Mano Menezes.

SANTA CRUZ: Cléber; Valença, Carlinhos e Adriano (Leonardo); Osmar, Neto, Andrade, Rosembrick (Júnior Maranhão) e Xavier; Carlinhos Bala e Reinaldo (Paulinho). Técnico: Givanildo Oliveira.

Árbitro: Heber Roberto Lopes (Fifa/PR)
Auxiliares: Roberto Braatz (Fifa/PR) e Gilson Coutinho (PR)
Cartões amarelos: Nunes (G), Andrade (S), Neto (S)
Cartão vermelho: Neto (S)
Gols: Lipatin, aos 10min, Marcel, aos 26min do segundo tempo

terça-feira, 15 de novembro de 2005

Grêmio 2x2 Portuguesa (Série B - fase final, Estádio Olímpico, 12/11/2005, 18:00)

Após a partida contra o Náutico no Olímpico (vitória de 1x0), o Grêmio se preparou para dois jogos fora de casa, sendo o primeiro contra o Santa Cruz no Recife. Os pernambucanos prometiam um clima beligerante, após notícias de que torcedores do Grêmio passaram a madrugada da véspera do jogo contra o Náutico estourando fogos de artifício para atrapalhar o sono dos jogadores - anunciou-se que os torcedores do Santa Cruz e do próprio Náutico revidariam.

A comissão técnica e os dirigentes, então, armaram uma estratégia para proteger os jogadores, levando seguranças para o nordeste e armando um esquema que se revelou genial: após o jantar, os atletas, em trajes de passeio, foram levados discretamente em duas vans para outro hotel há mais de 50 quilômetros; ficaram só o Mano, Pelaipe, outros dirigentes, e os repórteres das rádios gaúchas. A torcida pernambucana efetivamente providenciou a bagunça e a barulheira, mas não perturbou a equipe que dormia tranqüilamente longe dali.

Sem Anderson e Marcelo Costa, o Grêmio foi a campo para não perder, como geralmente ocorre nas partidas fora de casa. O Santa Cruz criou jogadas de perigo, especialmente por meio do Carlinhos Bala. Galatto cometeu um pênalti no 2.º tempo, mas defendeu a cobrança brilhantemente. Em seguida, Mano, inexplicavelmente, colocou Raone em campo (a equipe ficou com dois laterais-esquerdo: Raone e Escalona), e, como punição, Carlinhos Bala marcou, livre, o gol do Santa. Lipatin, que entrara no 2.º tempo, acabou dando fim ao seu jejum de muitos meses e marcou o gol de empate de cabeça, aproveitando cobrança de falta de Marcel. Com o resultado, aliado à vitória do Náutico sobre a Portuguesa de goleada, o Grêmio manteve a liderança da fase final.

Contra a Portuguesa, no Canindé, a equipe poderia contar com Anderson e Marcelo Costa - Mano acabou optando por colocar em campo apenas o primeiro; Lucas compôs o meio-campo com Jeovânio e Sandro. O técnico da Portuguesa escalou equivocadamente a equipe, pois, precisando vencer a partida em casa, optou por colocar um ponta-esquerda para marcar Patrício, deixando Johnson no banco. O 1.º tempo teve, até os 20 min, domínio do time paulista, mas sem conclusões perigosas. A partir daí o Grêmio passou a controlar e administrar o jogo. Em seguida, Ricardinho livre, chutou forte e cruzado para marcar o gol gremista. A partida se encaminhava para uma bela vitória. Até que Mano resolveu tirar Anderson para colocar Marcelo Costa. A Portuguesa teve Johnson no 2.º tempo, e este foi o responsável pelo castigo do técnico gremista, ao marcar livre, de cabeça, o gol de empate (Lucas falhou na marcação e Galatto não saiu do gol).

Não demorou e a Lusa perdeu dois jogadores (Celsinho e Kleber) expulsos por reclamações grosseiras. Mano colocou, então, Lipatin e Samuel para nos 15 min finais tentar o gol da vitória. Incrivelmente o time não conseguiu produzir chances para consagrar a vitória. O empate decepcionou a todos, mas com a vitória do Santa Cruz sobre o Náutico, o Grêmio permaneceu na liderança.

Voltando a Porto Alegre para dois jogos seguidos, o Grêmio pôde contar com uma semana inteira de treinamentos com Anderson, este já recuperado da lesão no tornozelo.

Projetava-se um grande público e uma grande vitória contra a Portuguesa no Olímpico. Em razão do jogo amistoso da Seleção Brasileira contra os Emirados Árabes ter ocorrido na mesma data, às 15h30min, a emissora responsável pela transmissão do jogo do Grêmio optou pelo horário das 18h, o que se revelou péssimo, pessoalmente. Chegamos perto das 17h, com espantosa tranqüilidade, e nos posicionamos na social ao lado da alma castelhana (atrás do gol da Cascatinha), próximo de onde ficamos no jogo contra o Náutico. Dessa vez o tempo estava menos abafado. Assistimos ao primeiro tempo em pé, até que a Portuguesa marcou dois gols.


Apesar de atacar bastante, e perder algumas oportunidades, foi a Portuguesa quem conseguiu marcar, duas vezes, aproveitando descuidos da defesa. No primeiro gol, após cruzamento lateral, Pereira afastou parcialmente de cabeça; a bola sobrou na entrada da grande área, e um meio-campo paulistano acabou chutando de fora da área - Galatto estava com visão encoberta e não pode fazer nada.


A torcida, que vibrava muito desde bem antes do início do jogo, passou a cantar com mais força. Incrivelmente a Lusa marcou o 2.º gol, numa jogada ensaiada - bola cruzada da lateral, um atacante escorou na 2.ª trave para Leandro Amaral, na 1.ª trave, livre de marcação e dentro da pequena área. Ficamos chocados e sentamos para acompanhar o resto do 1.º tempo. A equipe de Mano foi realmente muito mal, em que pese a Portuguesa ter armado uma boa retranca. Anderson esteve pouco inspirado - não se movimentou e não apareceu para o jogo. No intervalo, Mano foi corajoso e colocou Lipatin em campo no lugar de Anderson.


O Grêmio foi outro no 2.º tempo. Neste período ficamos o tempo inteiro em pé, e eu com a câmera ligada. Ricardinho, Lipatin, Marcel desperdiçaram três oportunidades logo no início. O gol se avizinhava. Após jogada individual brilhante, na linha de fundo e dentro da área, Ricardinho cruzou para a pequena área; por sorte Marcelo Costa vinha de trás, sem marcação, e com categoria empurrou a bola para o gol. O jogo já não estava mais tão perdido. Marcelo Costa deu lugar a Paulo Ramos, e este jogou bem pela primeira vez no Olímpico (ninguém da Gaúcha ou da RBS destacou a atuação do goiano). O cara correu bastante, aparecendo para receber passes em todos os lados do campo. Marcel compensou alguma deficiência com muita bravura - Davi Coimbra chegou a compará-lo a Iúra. De fato, Marcel não tirou o pé nas dívididas, e quando perdia a bola corria para marcar o adversário. Lipatin, embora não tenha marcado gol, foi outra boa presença do jogo, pois serviu de referência aos demais - sempre está bem posicionado.


O tricolor passou o tempo todo em cima do adversário. Até que numa cobrança de falta, Sandro Goiano chutou rasteiro, a bola passou por todo mundo, inclusive pelo goleiro Gleguer que engoliu o frango - a bola veio fraca, na sua direção, mas ele deixou entrar. O empate premiou a raça e a dedicação da equipe no 2.º tempo - o Grêmio atacou muito. Por vezes a equipe paulistana ofereceu perigo, como num chute dum atacante que chutou em cima de Galatto - este fechou bem os cantos e salvou para escanteio. Escalona, cansado, deu lugar a Alessandro - Patrício foi, então, deslocado para a lateral-esquerda. Patrício conseguiu algumas boas jogadas por aquele lado, e Paulo Ramos aparecia para dar assistência.

Os últimos minutos foram dramáticos, com o Grêmio perdendo muitas chances. Quando Lipatin cabeceou uma cobrança de escanteio para fora, raspando o poste, eu percebi que a bola não iria entrar mais. O juiz esperou os ataques do tricolor para só dar o jogo por encerrado numa cobrança de tiro de meta por Gleguer.


O empate não foi o melhor resultado - o Grêmio precisava vencer em casa - mas com a vitória do Santa Cruz sobre o Náutico, no domingo, deixou o clube dependendo de si mesmo - se vencer o Santa Cruz, e o Náutico não ganhar da Portuguesa, o Grêmio estará garantido na série A em 2006. É só o que esperamos.

GRÊMIO: Galatto; Patrício, Domingos, Pereira e Escalona (Alessandro); Jeovânio, Sandro Goiano, Marcelo Costa (Paulo Ramos) e Anderson (Lipatin); Marcel e Ricardinho. Técnico: Mano Menezes.

PORTUGUESA: Gleguer; Maurício, Silvio Criciúma, Du Lopes e Leonardo; Almir, Alexandre, Rodrigo Pontes (Rafael Toledo) e Wilton Goiano (Emerson); Johnson (Mendes) e Leandro Amaral. Técnico: Giba.

Gols: Almir (P), aos 20, e Leandro Amaral (P), aos 33 minutos do primeiro tempo. Marcelo Costa (G), aos três, e Sandro Goiano (G), aos 25 minutos do segundo. Cartões amarelos: Sandro (G); Leonardo, Alexandre e Rafael Toledo (P). Arbitragem: Wagner Tardelli (Fifa-RJ), auxiliado por José Claudio Paranhos (PR) e Beival Souza (RJ). Público total: 46.806. Local: Estádio Olímpico, em Porto Alegre (RS).

Grêmio 3x0 Sport (Série B, 31.ª rodada, Arena do Grêmio, 20.09.2022, 19:00)

 Com Renato de volta à casamata gremista, e após a vitória contra o Vasco, a expectativa era de como o Grêmio se portaria nos jogos fora de ...