domingo, 16 de julho de 2006

Grêmio 4x4 Fluminense (Brasileirão, 12.ª rodada, Estádio Olímpico, 17/07/2006, 16h)

A Copa da Alemanha já é passado, e agora voltamos à realidade do Campeonato Brasileiro. O Grêmio passou mais de um mês treinando, com direito até a uma inter-temporada em Santa Catarina e dois amistosos com a Ulbra (empate e derrota). Toda essa preparação serviu para lesionar Alessandro e Wellington, e também para firmar a "convicção" de Mano a respeito da titularidade de Herrera no ataque. Reforços a direção trouxe apenas dois: Rômulo (centroavante artilheiro do Ituano) e Rafinha (baixinho meia do Santo André).

O primeiro jogo do reinício do Brasileirão foi na quarta-feira, 14/07, no Morumbi contra o São Paulo. O Grêmio saiu na frente logo no início, gol contra do zagueiro Alex. Nunes foi expulso alegadamente de forma injusta; Mano também foi mandado embora de campo por reclamação, e o líder do campeonato fez valer a sua superioridade mediante dois gols de Ricardo Oliveira. Mesmo com a derrota, o Grêmio se manteve na zona da Sul-americana em razão dos resultados paralelos.

O jogo deste domingo era contra o Fluminense, que disputa as primeiras colocações: tem um bom técnico (Oswaldo de Oliveira), um meia talentoso (Petkovic) e um velho conhecido fanático por extintores de incêncio (Cláudio Pitbull). Pois o tricolor não tomou conhecimento do adversário e teve um primeiro tempo com amplo predomínio nas ações - só o Grêmio atacou (Galatto não foi exigido). Aos 25min, Rafinha recebeu uma bola rebatida da zaga pelo lado esquerdo da área dos cariocas e cruzou na medida para Ramon marcar o primeiro, gol de cabeça.

Mesmo tendo assistido o jogo do lado direito das sociais, acompanhando o ataque do Fluminense no 1.º tempo, não vimos Petkovic jogar. Apenas após o gol tricolor é que o Fluminense tentou algum ataque, mas tudo indicava que o 2.º tempo seria o da consolidação da vitória do Grêmio.

A chuva apertou. O jogo não mudou muito até os 25min do 2.º tempo; o Fluminense tinha mais iniciativa, mas por outro lado, o Grêmio tinha espaços para o contra-ataque. E foi assim que saiu o 2.º gol: Tcheco recebeu e lançou Rômulo que saiu do círculo central em velocidade e, sem ser acossado por zagueiros cariocas, deslocou Fernando Henrique com um toque no seu canto esquerdo. A vitória parecia consolidada.

Daí em diante começou um outro jogo. Após cobrança de escanteio na área, Galatto tentou segurar (ao invés de socar) a bola e se chocou com um jogador do Fluminense; a bola sobrou para Evando que concluiu para o gol vazio. Tcheco reclamou do juiz uma possível falta (que não ocorreu) em Galatto e tomou cartão amarelo. Em seguida o juiz lhe apresentou outro cartão amarelo e expulsou o gremista de campo. Como era de se esperar, a expulsão de um jogador importante estragou o jogo do Grêmio.

O Fluminense soube se aproveitar da fragilidade dos gaúchos e Petkovic empatou o jogo com um gol raríssimo e que eu nunca tinha visto ao vivo: gol olímpico, do canto bem à esquerda das sociais. Pela televisão, após o jogo, pode-se reparar que um atacante carioca impediu a saída de Galatto. Seja como for, na hora do gol pareceu para muitos (torcida e rádios) falha do goleiro, e boa parte da social caiu em cima de Galatto.

Minutos depois e o Flu marcou o gol da virada com uma facilidade incrível: Pitbull, de atuação apagada, cruzou na área e Marcelo correu livre pela direita até cabecear a bola, sem chances para Galatto. Os cariocas não acreditavam que haviam conseguido virar um jogo com tanta facilidade. Parte da torcida se dirigiu para os portões de saída, irritada com o resultado que parecia improvável. Pois o castigo do time de Mano ainda não havia encerrado: num contra-ataque, a bola é rolada da grande área gremista para trás e Petkovic, de primeira, acertou um chutaço no ângulo. Era incrível, todos os chutes do Fluminense entravam no gol.

Rafinha (que estreou no Olímpico e teve muito boa atuação), Rômulo e Herrera (que entrou após o empate) comandaram o que se poderia chamar de 3.º jogo em 90 minutos. Aos 47min, Herrera recebeu de Rafinha e concluiu no cantinho esquerdo de Fernando Henrique. O gol trouxe algum alívio para a irritação da torcida, mas o jogo parecia mesmo perdido. Jean que havia entrado para segurar o resultado fez duas faltas para cartão amarelo e foi expulso. Pareceu-me que o juiz optou por compensar a expulsão de Tcheco.

O árbitro havia prometido o jogo até os 49min (4min de acréscimos) e aos 49min Rômulo recebeu na entrada da área e chutou colocado, de primeira, no canto esquerdo do goleiro do Flu. É bizarro dizer que comemoramos o empate mas, dadas as circunstâncias do jogo, nada mais natural. Os jogadores do Grêmio tiveram a famigerada alma castelhana e reviveram o imortal tricolor. Após o quarto gol do Fluminense, Maidana abandonou a zaga e posicionou-se como atacante; Patrício e Escalona também se jogaram para o ataque; Jeovânio não se afobou nos passes; Rafinha, Herrera e Rômulo foram decisivos.

Por todas essas ocorrências foi um jogo incrível, memorável (conforme informação da Gaúcha, foi o oitavo empate em 4x4 na história do Grêmio).

Após o jogo se anunciou a contratação de Leo Lima, ex-Santos.

GRÊMIO: Galatto, Patrício, Maidana, William e Escalona; Lucas, Sandro Goiano (Jeovânio), Tcheco e Ramón (Herrera); Rômulo e Rafinha. Técnico: Mano Menezes.

FLUMINENSE: Fernando Henrique, Rogério, Gabriel Santos, Tiago Silva e Marcelo; Marcão, Arouca (Beto), Juliano (Jean) e Petkovic; Cláudio Pitbull e Tuta (Evando). Técnico: Oswaldo de Oliveira.

Árbitro: Clever Assunção Gonçalves (MG), Guilherme Dias Camilo (MG) e Alexandre Santos Conceição (MG)
Gols: Ramón, aos 26 minutos do primeiro tempo; Rômulo, aos 22, Evando, aos 25, Petkovic, aos 32, Marcelo, aos 34, Petkovic, aos 42, Herrera, aos 47, e Rômulo, aos 49 minutos do segundo tempo
Cartões amarelos: Jeovânio (Grêmio); Tuta, Marcão, Marcelo, Jean (Fluminense)
Cartões vermelhos: Tcheco (Grêmio); Jean (Fluminense)

domingo, 9 de julho de 2006

Copa do Mundo 2006 - ITÁLIA (5)1X1(3) FRANÇA (09/07/2006, Berlin, domingo, 15h, final)


Esperava um 0x0 até a prorrogação e aí a decisão por pênaltis, mas felizmente o árbitro argentino Horacio Elizondo marcou pênalti logo aos 7min de jogo, convertido por Zidane (a bola bateu no travessão e entrou um palmo para dentro e saiu), forçando a Itália a sair para o jogo. Buffon acabou não conseguindo superar o recorde de invencibilidade de Walter Zenga na Copa de 1990.

Não demorou muito: aos 19min, Materazzi pula mais alto, após uma cobrança de escanteio, e cabeceia para o gol. O jogo seguiu equilibrado, mas no começo do 2.º tempo a França estava melhor. As equipes não criaram mais chances perigosas e a prorrogação foi inevitável.

Henry, exausto, foi substituído nos primeiros minutos; Zidane, canditatíssimo a melhor jogador da Copa, discutiu com um zagueiro italiano e deu-lhe uma cabeçada. Buffon fez um estardalhaço para que o auxiliar avisasse ao árbitro o ato anti-esportivo do francês, até que este foi expulso, merecidamente.

Nas cobranças decisivas, apenas Trezeguet errou. Barthez pulou sempre - errado - para o lado esquerdo, mas na última cobrança, de Grosso, mudou o canto e errou novamente: o italiano chutou bem para a esquerda do goleiro e a Itália se sagrou tetra-campeã.

Nenhuma das duas seleções tinham time e futebol para serem campeãs. O título tinha que ser do Brasil. Mas dentre as seleções que jogaram com seriedade e que contaram com jogadores dispostos a vencer, a Itália fez por merecer.

ITÁLIA: Buffon; Zambrotta, Materazzi, Cannavaro e Grosso; Gattuso, Pirlo, Perrota (De Rossi) e Cameronesi (Del Piero); Totti (Iaquinta) e Luca Toni. Técnico: Marcello Lippi.

FRANÇA: Barthez; Sagnol, Thuram, Gallas e Abidal; Vieira (Diarra), Makelele, Malouda, Zidane e Ribéry (Trezeguet); Henry (Wiltord). Técnico: Raymond Domenech.

Árbitro: Horácio Elizondo (ARG), Dario Garcia e Rodolfo Otero (ARG).
Cartões amarelos: Zambrotta (Itália); Diarra, Malouda e Sagnol (França).
Cartão vermelho: Zidane (França).
Gols: Zidane, aos 7 minutos do primeiro tempo; Materazzi, aos 19 minutos do primeiro tempo.

A minha seleção da Copa é a seguinte:

Goleiro: vários bons goleiros atuaram nessa Copa, como Isaksson (Suécia), Hislop (de Trinidad e Tobado, mas que eu não vi jogar), Van der Saar (Holanda), Cech (República Checa). Gostei de Lehmann, Ricardo e Buffon, mas acho que este último é mais merecedor.

Zagueiros: Cannavaro e Lúcio.

Laterais: Burdisso e Lahm.

Volantes: Gattuso (ou Pirlo) e Maniche.

Meias: Zidane e Maxi Rodrigues (Riquelme)

Atacantes: Klose e Henry (Cristiano Ronaldo)

Copa do Mundo 2006 - ALEMANHA 3x1 PORTUGAL (08/07/2006, Stuttgart, sábado, 16h, 3.º e 4.º lugares)


Com melhor preparo físico, a Alemanha se impôs com naturalidade e venceu por 3x1. Os gols foram marcados todos no 2.º tempo: Schweinsteiger, que teve atuações irregulares, experimentou de longa distância e Ricardo aceitou; o mesmo Schweinsteiger cobrou falta para o meio da área e Petit marcou contra; por fim, o alemão completou a feliz atuação e marcou o terceiro. Nuno Gomes entrou quando sua seleção já perdia e fez o gol de honra dos portugueses, aparando de cabeça um cruzamento da direita.

Estranhamente, Figo iniciou o jogo no banco; mais estranho foi a estréia de Kahn, no último jogo dos alemães. Ao que parece, tratou-se de uma homenagem ao goleiro que é ídolo e que fora escolhido o melhor da Copa de 2002. Kahn justificou a escalação e atuou brilhantemente; fez várias defesas difíceis, o que serviu para mostrar o quanto deve ter sido difícil bancar a titularidade de Lehmann. Klinsmann escalou também outros jogadores que não vinham jogando, como Nowotny e Jansen.

Durante o jogo ficou claro que Felipão operou uma verdadeira façanha ao levar a equipe portuguesa tão longe. Deco é um jogador com certo talento, mas limitado; Figo é incapaz de dar agilidade aos lances e mesmo de decidir um jogo; Cristiano Ronaldo fez uma boa Copa, mas precisa de mais experiência - é o mestre das firulas e dos passes com efeito (neste jogo contra a Alemanha ele de um passe incrível - errado é verdade -, no 1.º tempo, algo que eu nunca tinha visto em campo). A minha convicção é a de que se não fosse Felipão o técnico, Portugal teria voltado para casa ainda na 1.ª fase, ou no máximo nas oitavas de final.

ALEMANHA: Kahn, Lahm, Nowotny, Metzelder e Jansen; Frings, Schneider, Kehl e Schweinsteiger (Hitzlsperger); Klose (Neuville) e Podolski (Hanke). Técnico: Jürgen Klinsmann

PORTUGAL: Ricardo, Paulo Ferreira, Fernando Meira, Ricardo Costa e Nuno Valente (Nuno Gomes); Costinha (Petit), Maniche, Deco e Simão; Cristiano Ronaldo e Pauleta (Figo). Técnico: Luiz Felipe Scolari

Árbitro: Toru Kamikawa (Japão), Yoshikazu Hiroshimia e Dae Young Kim (Ambos do Japão)
Cartões amarelos: Frings (A), Schweinsteiger (A), Ricardo Costa (P), Costinha (P), Paulo Ferreira (P) e Schweinsteiger (A)
Gols: Schweinsteiger aos 10 e aos 32 e Petit, contra, aos 15 e Nuno Gomes aos 43 minutos do segundo tempo.
Público: 52 mil pessoas

sábado, 8 de julho de 2006

Copa do Mundo 2006 - FRANÇA 1X0 PORTUGAL (05/07/2006, 16h, München, semifinal)

Pois a França, que começou a Copa sob desconfiança geral (afinal, quase caiu fora na primeira fase, sem marcar gols, pela segunda Copa seguida), superou Portugal de Felipão com um gol de pênalti (para muitos inexistente sobre Henry) convertido por Zidane (que para mim é candidato a craque da Copa).

Torcemos muito por Felipão, mas o jogo que queríamos como final ficou para a decisão do 3.º e 4.º lugares.

PORTUGAL: Ricardo; Miguel (Paulo Ferreira), Ricardo Carvalho, Fernando Meira e Nuno Valente; Costinha (Helder Postiga), Maniche, Deco e Figo; Pauleta e Cristiano Ronaldo. Técnico: Luiz Felipe Scolari.

FRANÇA: Barthez; Sagnol, Thurram, Gallas e Abidal; Makelele, Vieira, Ribery (Govou), Zidane e Malouda (Wiltord); Henry (Saha). Técnico: Raymond Domenech.

Arbitro: Jorge Larrionda (Uruguai), Walter Rial e Pablo Fandino (ambos do Uruguai)
Cartões amarelos: Ricardo Carvalho (Portugal) e Saha (França)
Gol: Zidane, aos 32 do minuto do primeiro tempo

Copa do Mundo 2006 - ALEMANHA 0X2 ITÁLIA (04/07/2006, 16h, Dortmund, semifinal)

Esta seminfinal conta com um clássico de Copa: os donos da casa, que faziam boa campanha, enfrentariam os italianos que, após um começo sem insipração, têm mostrado um futebol competitivo. Tudo indicava um jogo equilibrado; mas a Itália conta com melhor preparo físico e jogadores mais talentosos.

Assim, a Itália dominou as ações no tempo normal, mas não conseguiram transformar essa superioridade em gols. Os alemães, por seu lado, perderam chances incríveis, especialmente com Schneider no 1.º tempo (chute de fora da área, por sobre o gol) e Podolski no final do jogo. Claramente faltou pernas para a Alemanha - seus jogadores erraram muitos contra-ataques em jogadas bobas (pisando na bola, errando passes, etc).

Do lado da Alemanha, Borowski saiu jogando - no lugar de Schweinsteiger, que caiu de produção durante a Copa - e não foi bem; Ballack é um jogador diferenciado na Alemanha, mas não conseguiu ser decisivo como em 2002 (não marcou um gol sequer, apesar de ter tentado muito nos chutes de longa distância); Schneider agradou no apoio; e Klose se mostrou um excelente atacante: faz gols e assistências para os gols dos outros. A Itália contou com atuações muito boas do zagueiro Cannavaro, dos volantes Gattuso e Pirlo, do lateral Zambrotta. O goleiro Buffon sofreu apenas um gol até agora - e foi um gol contra, no jogo contra os EUA.

Naturalmente o jogo se encaminhou para a prorrogação. De início, a Itália chutou duas vezes na trave. Parecia que o jogo se resolveria nos pênaltis, até que Grosso acertou um chute com efeito, no bico da grande área pelo lado direito, sem chances para Lehmann. Restavam poucos minutos, mas a Alemanha não costuma desistir. Só que num contra-ataque, Del Piero saiu em velocidade e não foi alcançado pelo zagueiro alemão; na saída de Lehmann, Del Piero chutou fora do alcance do goleiro e encerrou a partida.

Foi uma pena, mas foi merecido.

ALEMANHA: Lehmann; Friedrich, Mertesacker, Metzelder e Lahm; Kehl, Ballack, Schneider (Odonkor) e Borowski (Schweinsteiger); Klose (Neuville) e Podolski. Técnico: Jürgen Klinsmann.

ITÁLIA: Buffon; Zambrotta, Materazzi , Cannavaro e Grosso; Perrotta (Del Piero), Gattuso, Pirlo e Camoranesi (Iaquinta); Totti e Luca Toni (Gilardino). Técnico: Marcelo Lippi.

Local: Westfalenstadion, em Dortmund (Alemanha)
Árbitros: Benito Archundia (México), José Ramirez e Héctor Vergara, ambos do México
Cartões amarelos: Borowski, Metzelder (Alemanha), Camoranesi (Itália)
Gols: Grosso, aos 13 e Del Piero, aos 16minutos do segundo tempo da prorrogação

sábado, 1 de julho de 2006

Copa do Mundo 2006 - Brasil 0x1 França (1.º/07/2006, sábado, 16h, Frankfurt, jogo V, quartas-de-final)


Robinho se lesionou nos treinos e teve sua participação na Copa ameaçada. A França, por seu lado, redescobriu o bom futebol após a vitória sobre a Espanha. Parreira resolveu atender às reclamações do país inteiro e colocou Juninho Pernambucano no lugar de Adriano, desfazendo o quadrado mágico e colocando Ronaldinho Gaúcho no ataque. Emerson, machucado, deu lugar a Gilberto Silva.

Os primeiros 10min foram dominados pelo Brasil. Parecia que o time tinha acertado a melhor maneira de jogar. Mas incrivelmente os brasileiros pararam em campo - só a França jogou. Parreira se recusou a fazer marcação especial em Zidane - pois o veterano craque francês se aproveitou muito bem disso; esteve sempre livre para receber, avançar, e passar com categoria. Zidane foi o melhor em campo.

Ronaldinho Gaúcho, por seu lado, sempre foi bem marcado. O melhor do mundo jogou muito pouco. Juninho Pernambucano não jogou nada. Cafu teve atuação ridícula e foi substituído muito tarde, só depois dos 30min do 2.º tempo por Cicinho, que entrou com muito mais vontade. Só Juan e Lúcio jogaram bem; os dois zagueiros se livraram da bobagem de serem os zagueiros que mais tempo jogaram sem cometer faltas, e levaram cartões amarelos (afinal, zagueiro tem que defender, e para defender com eficiência, às vezes, é necessário fazer faltas). Dida fez o que pôde. Kaká afundou. Robinho deu ânimo novo mas foi outro que entrou tarde. O Brasil só deu um chute para o gol de Barthez aos 45min do 2.º tempo, com Ronaldo.

O gol francês foi marcado no início do 2.º tempo, após um lançamento longo originário de cobrança de falta por Zidane - Henry, sem marcação (Roberto Carlos não acompanhou), completou para o gol.

A apatia dos jogadores e do técnico brasileiros foi irritante. Na entrevista coletiva ao final do jogo, Parreira confessou que não havia se preparado para a derrota - na verdade, parece que Parreira não se preparou para a Copa. A seleção não treinava, badalava. Em Weggis os treinos foram abertos e a tietagem, explícita. Argentina e França, pelo contrário, se fecharam nos treinamentos secretos até para a imprensa. Os amistosos preparatórios foram exibições burocráticas contra equipes inexpressivas; ao contrário das seleções européias, que enfrentaram equipes também classificadas. Durante a Copa, Parreira optou por não fazer treinos táticos, sob entendimento de que não havia "segredo" e que os fundamentos táticos já estavam na cabeça dos jogadores há mais de um ano.

Pois realmente nem Parreira nem os jogadores estavam preparados para o hexa, não estavam preparados para enfrentar seleções tradicionais como a própria França, ou para buscar um resultado.

A Copa prossegue na seminfinal com Alemanha x Itália e Portugal (Felipão) x França.

BRASIL: Dida, Cafu (Cicinho), Juan, Lúcio e Roberto Carlos; Gilberto Silva, Zé Roberto, Kaká (Robinho) e Juninho Pernambucano (Adriano); Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo. Técnico: Carlos Alberto Parreira

FRANÇA: Barthez, Abidal, Thuram, Gallas e Sagnol; Makelele, Vieira, Malouda (Wiltord) e Zidane; Ribery (Govou) e Thierry Henry (Saha). Técnico: Raymond Domenec

Árbitro: Luis Medina Cantalejo (Espanha)
Cartões amarelos: Cafu, Juan, Ronaldo (Brasil); Sagnol e Saha (França)
Gol: Thierry Henry, aos 10 minutos do segundo tempo.

Copa do Mundo 2006 - Alemanha (Quartas-de-final)

ALEMANHA (4)1X1(2) ARGENTINA (Berlin, 30/06/2006, 12h, sexta-feira)

Podia ser a final da Copa. A Alemanha vem fazendo uma campanha respeitável, superando a desconfiança da imprensa e dos próprios alemães no início da Copa. A vitória tranqüila sobre a Suécia deixou a Alemanha em condições de igualdade em relação à Argentina, que apresentou o melhor futebol na 1.ª fase, mas teve dificuldade para superar o México nas oitavas-de-final.

Eu não podia perder esse jogo - voltei para casa na hora do almoço. O começo foi promissor: logo na primeira falta da Alemanha, os argentinos se enfureceram e não aceitavam as desculpas dos alemães. Mas o jogo acalmou, com o predomínio de jogadas no meio-campo.

No início do 2º tempo, Riquelme se dirigiu lentamente ao canto para a cobrança de escanteio. A bola saiu na medida para Ayala, que sofreu no ar a carga de Klose mas conseguiu cabecear para o gol argentino.

A Argentina tinha maior posse de bola, criava mais jogadas e a classificação parecia garantida. Só que Pekerman mexeu mal no time, tirando Riquelme para o ingresso de um marcador (Cambiasso), e Crespo para a entrada de Julio Cruz. Tevez, Maxi Rodriguez e Lucho Gonzalez jogaram muito pouco. Klinsmann, por sua vez, resolveu arriscar e colocou Odonkor no lugar do volante Schneider, e Borowski no lugar do improdutivo Schweinsteiger.

Em um lance bobo, Abbondanzieri chocou-se com um atacante alemão; foi atendido, retardou bastante o jogo (parecia a autêntica cera argentina), mas, alguns minutos depois, o goleiro teve de ser substituído por Franco.

Odonkor roubou uma bola no meio-campo e saiu em disparada ao ataque; a bola foi para o lado direito, alguém centrou para o meio da área, houve o desvio de cabeça, e Klose, numa falha de marcação da Argentina, completou para o gol. É a tal da coisa: mesmo com jogadores de qualidade inferior, mesmo não jogando lá muito bem, os alemães têm o espírito de não desistir nunca (na Bundesliga não são raros os gols nos descontos).

A prorrogação só acompanhei à noite, já sabendo o resultado. O resultado se manteve, e a decisão foi para os pênaltis. A transmissão mostrou Oliver Kahn dando força a Lehman, e Cleber Machado lembrou que o goleiro do Arsenal havia defendido um pênalti cobrado por Riquelme na semifinal da Copa dos Campeões contra o Villareal.

Os alemães cobraram os pênaltis com excelência; Franco não teve a menor chance. Ayala, que fez uma bela Copa, chutou fraco e Lehmann, que pulou certo em todas as cobranças argentinas, agarrou e não soltou a bola.

Cambiasso partiu para a cobrança e Lehmann pulou classificando a Alemanha para pegar o vencedor de Inglaterra x Portugal.

ALEMANHA: Lehmann; Friedrich, Mertesacker, Metzelder e Lahm; Frings, Ballack, Schneider (Odonkor) e Schweinsteiger (Borowski); Klose (Neuville) e Podolski. Técnico: Juergen Klinsmann.

ARGENTINA: Abbondanzieri (Franco); Coloccini, Ayala, Heinze e Sorín; Mascherano, Lucho González, Riquelme (Cambiasso) e Maxi Rodriguez; Crespo (Cruz) e Tevez. Técnico: José Pekerman

Arbitragem: Lubos Michel, auxiliado por Roman Slysko e Martin Balko, trio da Eslováquia.
Cartões amarelos: Podolski (A), Sorin (Ar), Mascherano (Ar), Maxi Rodríguez (Ar), Odonkor (A) e Friedrich (A).
Gols: Ayala (Ar) aos três minutos do segundo tempo; Klose (A) aos 35 minutos do segundo tempo.
Pênaltis: Neuville (A), Ballack (A), Podolski (A) e Borowski (A); Cruz (Ar) e Maxi Rodríguez (Ar).
Erraram: Ayala (Ar) e Cambiasso (Ar).

ITÁLIA 3X0 UCRÂNIA (Hamburg, 30/06/2006, 16h, sexta-feira)

A Itália sobrou em campo e aplicou 3x0 nos ucranianos. Agora é clássico: Alemanha x Itália.

ITÁLIA: Buffon; Zambrotta, Barzagli, Cannavaro e Grosso; Perrotta, Gattuso (Zaccardo), Pirlo (Barone) e Camoranesi (Oddo); Totti e Luca Toni. Técnico: Marcelo Lippi.

UCRÂNIA: Shovkovsky; Rusol, Svidersky (Vorobey) e Nesmachny; Gusev, Tymoshchyuk, Shelayev, Kalinichenko e Gusin; Shevchenko e Milevskyi (Belik). Técnico: Oleg Blokhin.

Árbitro: Frank De Bleeckere (Bélgica), Assistentes: Peter Hermans e Walter Vromans (ambos da Bélgica)
Cartões amarelos: Svidersky, Kalinichenko, Milevskyi (Ucrânia)
Gols: Zambrotta, aos cinco minutos do primeiro tempo, Luca Toni, aos 13 e aos 23 minutos do segundo tempo

PORTUGAL (3)0X0(1) INGLATERRA (Gelsenkirchen, 1.º/07/2006, 12h, sábado)

Inteiramente jogada no meio-campo, a partida só podia acabar no 0x0. Felipão comandou o time da lateral o tempo todo, mas os portugueses, descalfados de Deco e Costinha (expulsos no jogo contra a Holanda), não oferecem muitas opções ao treinador. Se Pauleta não jogou nada, o que dizer de Simão ou Postiga (que entrou no lugar de Figo, cansado). O lateral-direito Miguel é outro que tem pouco futebol.

Rooney foi expulso por jogada desleal e empurrão em Cristiano Ronaldo, tudo na frente do juiz. Beckham deixou o campo no início do 2.º tempo, sentindo lesão no joelho. Hargreaves foi o destaque dos ingleses. Cristiano Ronaldo resolveu aparecer só no final do jogo - o cara é bom, mas tem que assumir a sua condição de craque para decidir os jogos.

O jogo se encaminhou naturalmente para os pênaltis, e as estrelas de Felipão e do goleiro Ricardo brilharam mais uma vez. Ricardo já havia defendido pênaltis na Eurocopa, ajudando a levar Portugal à final contra a Grécia. E Felipão, como se sabe, barrou o consagrado Vitor Baia, bancando a convocação de Ricardo. Pois o goleiro, após Simão converter o primeiro gol, defendeu a primeira cobrança dos ingleses (Lampard).

Para preservar a emoção e o nervosismo, Hugo Viana chutou no poste e jogou para fora a vantagem. Hargreaves fez 1x1, mas Petit, incrivelmente, jogou para fora. A classificação parecia perdida, mas Ricardo atacou a cobrança de Gerrard e Carragher. Cristiano Ronaldo foi o responsável pela última cobrança e, com categoria, não decepcionou. Agora Portugal se prepara para o confronto contra o vencedor de Brasil x França.

PORTUGAL: Ricardo; Miguel, Fernando Meira, Ricardo Carvalho e Nuno Valente; Petit, Maniche, Figo (Helder Postiga) e Tiago (Hugo Viana); Cristiano Ronaldo e Pauleta (Simão). Técnico: Luiz Felipe Scolari.

INGLATERRA: Robinson; Neville, Ferdinand, Terry e Ashley Cole; Hargreaves, Beckham (Lennon depois Carragher), Gerrard e Lampard; Joe Cole (Crouch) e Rooney. Técnico: Sven-Goran Eriksson.

Árbitros: Horacio Elizondo (Argentina),Dario Garcia e Rodolfo Otero (ambos da Argentina)
Cartões amarelos: Terry (Ing), Petit (Por), Ricardo Carvalho (Por) e Hargreaves (Ing)
Gols (pênaltis):
INGLATERRA: Hargreaves. Erraram Lampard, Gerrard e Carragher
PORTUGAL: Simão, Helder Postiga e Cristiano Ronaldo. Erraram Hugo Viana e Petit

Copa do Mundo - Brasil 3x0 Gana (27/06/2006, 3.ª feira, 12h, Dortmund, jogo IV, oitavas-de-final)

Cafu, Roberto Carlos, Emerson e Adriano, mesmo com atuações melhores dos seus reservas, voltaram para o jogo das oitavas-de-final contra Gana, que desbancou a República Checa.

O jogo, que poderia ser complicado, foi tranqüilo para o Brasil. Logo aos cinco minutos, Ronaldo se tornou o maior artilheiro em Copas do Mundo ao marcar o seu 15.º. Adriano fez o seu no final da 1.ª etapa.

Gana fez muitas faltas e ganhou vários cartões amarelos. Emerson e Kaká se contundiram - Ricardinho entrou bem; deixou Juan livre no final do jogo, com um passe de calcanhar.

Aos 39min, Zé Roberto aproveitou vacilo da defesa e saiu em disparada para marcar o 3.º gol. Dida salvou um gol incrível com os pés, num cabeceio originário de cobrança de escanteio. Juan e Lúcio mantiveram a regularidade; Kaká apareceu muito pouco; Ronaldinho Gaúcho jogou pouco; Ronaldo se movimentou mais e marcou gol.

Os atacantes de Gana criaram chances, mas não tiveram competência nenhuma para marcar gols. A impressão era a de que se a próxima adversária, França, tivesse as mesmas chances, seus atacantes não seriam tão benevolentes.

BRASIL: Dida; Cafu, Lúcio, Juan e Roberto Carlos; Emerson (Gilberto Silva), Zé Roberto, Ronaldinho e Kaká (Ricardinho); Ronaldo e Adriano (Juninho Pernambucano). Técnico: Carlos Alberto Parreira.

GANA: Kingson; Pantsil, Mensah, Shilla e Pappoe; Draman, Muntari, Eric Addo (Boateng) e Appiah; Amoah (Tachie-Mensah) e Asamoah Gyan. Técnico: Ratomir Dujkovic

Arbitragem: Lubos Michel, auxiliado por Roman Slysko e Martin Balko, trio da Eslováquia.
Gols: Ronaldo (B), aos cinco minutos, e Adriano (B) aos 46 minutos do primeiro tempo e Zé Roberto (B) aos 39 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Adriano e Juan (Brasil); Asamoah Gyan, Eric Addo, Pantsil, Apiá e Muntari (Gana).
Cartão vermelho: Asamoah Gyan (Gana).

Copa do Mundo 2006 - Alemanha (Oitavas-de-final II)

ITÁLIA 1X0 AUSTRÁLIA (Kaiserslautern, 12h, 26/06/2006, 2.ª feira)

Os italianos venceram com um gol de pênalti, mal assinalado pelo juiz, aos 49min do 2.º tempo.

ITÁLIA: Buffon, Zambrotta, Cannavaro, Materazzi e Grosso; Gattuso, Perrotta, Pirlo e Del Piero (Totti); Toni (Barzaglia) e Gilardino (Iaquinta). Técnico: Marcelo Lippi.

AUSTRÁLIA: Schwarzer, Neill, Moore e Chipperfield; Wilkshire, Grella, Bresciano, Sterjovski (Aloisi) e Culina; Cahill e Viduka. Técnico: Guus Hiddink

Arbitragem: Luís Medina Cantalejo, auxiliado por Victoriano Giraldez Carrasco e Pedro Medina Hernandez, trio da Espanha.
Cartões amarelos: Grosso (I), Grella (A), Cahill (A), Wilkshire (A), Gattuso (I) e Zambrotta (I).
Cartão vermelho: Materazzi (I).
Gols: Totti (I) aos 49 minutos do segundo tempo.

SUÍÇA 0X0 UCRÂNIA (Köln, 16h, 26/06/2006, 2.ª feira)

No pior jogo da Copa, a Ucrânia venceu nos pênaltis a Suíça, que não sofreu nenhum gol tempo regulamentar dos seus 4 jogos. Os ucranianos pegam a Itália nas quartas-de-final.

SUÍÇA: Zuberbühler; Degen, Djourou (Grichting), Müller e Magnin; Barnetta, Yakin (Streller), Vogel e Wicky; Cabañas e Frei (Lustrinelli). Técnico: Köbi Khun

UCRÂNIA: Shovkovskyi; Vashchuk, Tymoschuk, Nesmachnyi e Gusin; Shelayev, Gusev, Kalinichenko (Rotan) e Vorobey (Rebrov); Shevchenko e Voronin (Milevskiy). Técnico: Oleg Blokhin.

Árbitro: Benito Archundia (México)
Cartões amarelos: Barnetta (Suíça)
Gols nas penalidades: Milevskiy, Rebrov, Gusev (Ucrânia)

ESPANHA 1X3 FRANÇA (Hannover, 16h, 27/06/2006, 3.ª feira)

Os espanhóis saíram na frente mas a França se impõs e venceu por 3x1.

ESPANHA: Casillas; Sergio Ramos, Ibañez, Puyol e Pernía; Fabregas, Xabi Alonso e Xavi (Marcos Senna); Raul (Luis Garcia), Fernando Torres e David Villa (Joaquin). Técnico: Luis Aragonés.

FRANÇA: Barthez; Sagnol, Gallas, Thuram e Abidal; Vieira, Makelele, Ribéry e Zidane; Malouda (Govou) e Henry (Wiltord). Técnico: Raymond Domenech.

Arbitragem: Roberto Rossetti, auxiliado por Cristiano Copelli e Alessandro Stagnoli (trio da Itália).
Cartões amarelos: Vieira, Ribéry e Zidane (F); Puyol (E).
Gols: Villa, para a Espanha, aos 27 do primeiro tempo; Ribery, aos 42 do primeiro, Vieira, aos 38 do segundo, e Zidane, aos 47 da etapa final, todos para a França.

Grêmio 3x0 Sport (Série B, 31.ª rodada, Arena do Grêmio, 20.09.2022, 19:00)

 Com Renato de volta à casamata gremista, e após a vitória contra o Vasco, a expectativa era de como o Grêmio se portaria nos jogos fora de ...