Grêmio 4x0 São Raimundo (Série B, Estádio Olímpico, 29/07/2005, 20:30)

Ultimamente não vem sendo suficiente apenas a resenha dos jogos do Grêmio; impõe-se falar, também, sobre os antecedentes da partida. Domingo passado o Grêmio empatou um jogo, fora de casa, que deveria ter ganho. Foi contra o União Barbarense, no qual o Mano Menezes cometeu o crime de escalar a equipe sem atacantes, com três volantes, para não tomar gols da equipe paulista. O resultado, no primeiro tempo, não podia ser outro: 1x0 para o adversário. A partida marcava, também, a volta do craque Anderson, que não se transferiu ainda para Portugal em definitivo por questões burocráticas, vamos dizer assim. Pois o craque Anderson, que teve a escalação sob suspense até o dia do jogo, foi expulso ao final do 1.ª tempo daquela partida, por ter jogado a bola no adversário. Com 10 em campo, e Pedro Júnior no ataque, o Grêmio se impõs e marcou um gol de cabeça com Pereira.


Durante a semana o Mano foi muito criticado, atribuindo-se-lhe a atitude de apequenar o Grêmio. E não é exagero dizer-se isso do técnico gremista, pois a cada dia ele demonstra que tem muito medo de perder para times pequenos, e esse medo é maior do que a vontade de ganhar de tais times.

O São Raimundo é um time absolutamente desconhecido, de Manaus, treinado por Luís Carlos Winck. Falou-se, durante a semana, que seu irmão Sérgio Winck atuaria como espião durante os treinos do Grêmio. Isso fez com que o Mano pedisse para os atletas, durante o treino, fazerem coisas diferentes do que as previamente combinadas, para "confundir" o espião. Noutro dia comandou treino secreto. Esse excesso de cautela, muito próximo da covardia, é que tem arranhado sua passagem pelo comando do Grêmio.


O Olímpico, nessa noite de sexta-feira, recebeu um bom público - como vem acontecendo em todos os jogos em Porto Alegre. Iniciada a partida, não demorou para que se percebesse quem comandaria as ações; o São Raimundo até conta com jogadores rápidos, com bons passes, mas nada foi suficiente para superar a marcação gremista e conter as investidas dos estabanados atacantes tricolores. O gol é que demorou para sair; aos 38 minutos, Marcelo fez 1x0. Aos 46 minutos, Marcelo conseguiu acertar uma cobrança de escanteio, encontrando a cabeça de Pereira que fez o 2x0.

No 2.º tempo o Grêmio encontrou mais espaços, marcando 3x0 mediante nova cobrança de escanteio de Marcelo, dessa vez na cabeça de Domingos (esse gol eu consegui tirar foto - evidentemente, ficou tremida). Foi bonito o gol. Pedro Júnior ingressou no lugar de Marcel, de fraca atuação. Aos 24 minutos, após jogada individual de Samuel, Paulo Ramos completou com tranqüilidade para o gol, marcando o 4x0.

A partida marcou a estréia do chileno Jean Beausejour, que não teve tempo para mostrar o bom futebol que a imprensa vem comentando.

Grêmio: Galatto; Patrício, Domingos e Escalona; Pedrinho, Sandro, Paulo Ramos (Beausejour), Marcelo Costa e Marcel (Pedro Júnior); Samuel (Tiago Duarte). Técnico: Mano Menezes.

São Raimundo: Flávio Mendes; Guara, Djair, Rogério e Tita (Luíca); Doriva, Ismael, Pezão e Reginaldo; Alexandre Gaúcho e Delmo. Técnico: Luís Carlos Winck.

Gols: Marcelo (38 1ºT), Pereira (46 1ºT), Domingos (12 2ºT) e Paulo Ramos (24 2ºT).


Cartões amarelos: Paulo Ramos (G); Tita, Ismael, Djair e Rogério (S).

Arbitragem: Cleivaldo Bernardo (PR), auxiliado por Faustino Vicente Lopes (PR) e Francisco Aurélio Prado (PR).

Grêmio 1x2 Vitória (Série B, Estádio Olímpico, 10/07/2005, 16:00)

Na última rodada, há quase duas semanas, o Grêmio obteve uma vitória heróica contra o Ceará por 4x3, fora de casa, sob circunstâncias muito desfavoráveis. A equipe perdia de 3x1 no começo do 2.º tempo. Mano Menezes mexeu na equipe, colocando Tiago Duarte e Marcel e sacando o improdutivo Jacozinho. Sucederam-se trapalhadas na zaga do Ceará e o tricolor virou um jogo perdido. Com isso, Mano teve uma sobrevida como técnico e a tranqüilidade para trabalhar com o grupo por 12 dias, em preparação para o jogo desse domingo contra o Vitória, no Olímpico.


O domingo foi de sol quente e céu azul. O jogo foi bastante divultado pela cidade, com promoção de ingressos (R$ 5,00 a arquibancada). Veio tanta gente que acabaram os ingressos; o jeito foi acomodar o povo nas cadeiras. Foi o maior público do ano: 33.268 presentes. Comigo esteve o grande André, e chegamos uma hora antes do início do jogo. Assistimos aos últimos 20 min da preliminar: um Gre-Nal dos juvenis. E chegamos na hora do 2.º gol - com o 2x0 o Grêmio conquistou o campeonato. Fernando Genro foi o goleador da competição.

Pedro Júnior voltou após longo período afastado por lesão. O Grêmio começou muito lento, mas conseguiu marcar aos 15 min, numa jogada pelo lado direito, com Fábio Bala, que sobrou para Marcel escorar para o gol. Mas esse foi o único erro do Vitória, que marcou muito bem o jogo inteiro. Bruno apareceu muito pouco. Patrício também não participou; na verdade o lateral-direito só jogou bem a primeira partida com a camisa tricolor, depois só teve atuações regulares.

O gol do Vitória foi revoltante, numa desatenção da defesa - o pior foi a comemoração de Alecsandro que se dirigiu a social e comemorou provocativamente. No 2.º tempo, após sucessivos erros de Fábio Bala, Mano ouviu os apelos da torcida e colocou Samuel em campo. O atacante correspondeu, aparecendo bastante para o jogo; evidentemente, sentiu a falta de ritmo de jogo. Pedro Júnior, na mesma situação, errou um gol incrível, praticamente sem goleiro. O Grêmio foi para cima, mas traído num contra-ataque por Domingos que vacilou, deixando a bola para Alecsandro, que rolou para Leandro Domingues, livre, marcar.


Mano, então, chamou Jacozinho para entrar no lugar do cansado Pedro Júnior. Bom, só por aí já se vê que o técnico abdicou de tentar o empate. Durante as instruções do técnico, na beira de campo, Mano e Jacozinho permaneceram abraçados. Mais ao final, Glauber entrou no lugar de Escalona, a tempo de ser expulso (nem reparei durante o jogo, só fui notar quando li a ZH no dia seguinte).

Sandro Goiano foi o único com boa atuação. Galatto é muito lento na reposição de bola. Patrício, Escalona e Bruno pouco apareceram. Fábio Bala manteve a média de gols perdidos, passes errados, e jogadas mal concluídas (lembra muito o Marcelinho, nesse sentido).

Grêmio: Galatto; Patrício, Domingos, Marcelo Oliveira e Escalona; Nunes, Sandro Goiano, Bruno e Marcel; Pedro Júnior (Jacozinho) e Fábio Bala (Samuel). Técnico: Mano Menezes.

Vitória: Felipe; Marcelo Heleno, Jardel e Claudiomiro; Edílson, Xavier, Jairo, Magnum (Matheus) e Fininho; Alecsandro e Eanes (Leandro Domingues). Técnico: Renê Simões

Árbitro: José Acácio da Rocha (SC), Edmundo Alves Nascimento (SC) e Eberval Lodetti (SC).