sábado, 1 de julho de 2006

Copa do Mundo 2006 - Alemanha (Quartas-de-final)

ALEMANHA (4)1X1(2) ARGENTINA (Berlin, 30/06/2006, 12h, sexta-feira)

Podia ser a final da Copa. A Alemanha vem fazendo uma campanha respeitável, superando a desconfiança da imprensa e dos próprios alemães no início da Copa. A vitória tranqüila sobre a Suécia deixou a Alemanha em condições de igualdade em relação à Argentina, que apresentou o melhor futebol na 1.ª fase, mas teve dificuldade para superar o México nas oitavas-de-final.

Eu não podia perder esse jogo - voltei para casa na hora do almoço. O começo foi promissor: logo na primeira falta da Alemanha, os argentinos se enfureceram e não aceitavam as desculpas dos alemães. Mas o jogo acalmou, com o predomínio de jogadas no meio-campo.

No início do 2º tempo, Riquelme se dirigiu lentamente ao canto para a cobrança de escanteio. A bola saiu na medida para Ayala, que sofreu no ar a carga de Klose mas conseguiu cabecear para o gol argentino.

A Argentina tinha maior posse de bola, criava mais jogadas e a classificação parecia garantida. Só que Pekerman mexeu mal no time, tirando Riquelme para o ingresso de um marcador (Cambiasso), e Crespo para a entrada de Julio Cruz. Tevez, Maxi Rodriguez e Lucho Gonzalez jogaram muito pouco. Klinsmann, por sua vez, resolveu arriscar e colocou Odonkor no lugar do volante Schneider, e Borowski no lugar do improdutivo Schweinsteiger.

Em um lance bobo, Abbondanzieri chocou-se com um atacante alemão; foi atendido, retardou bastante o jogo (parecia a autêntica cera argentina), mas, alguns minutos depois, o goleiro teve de ser substituído por Franco.

Odonkor roubou uma bola no meio-campo e saiu em disparada ao ataque; a bola foi para o lado direito, alguém centrou para o meio da área, houve o desvio de cabeça, e Klose, numa falha de marcação da Argentina, completou para o gol. É a tal da coisa: mesmo com jogadores de qualidade inferior, mesmo não jogando lá muito bem, os alemães têm o espírito de não desistir nunca (na Bundesliga não são raros os gols nos descontos).

A prorrogação só acompanhei à noite, já sabendo o resultado. O resultado se manteve, e a decisão foi para os pênaltis. A transmissão mostrou Oliver Kahn dando força a Lehman, e Cleber Machado lembrou que o goleiro do Arsenal havia defendido um pênalti cobrado por Riquelme na semifinal da Copa dos Campeões contra o Villareal.

Os alemães cobraram os pênaltis com excelência; Franco não teve a menor chance. Ayala, que fez uma bela Copa, chutou fraco e Lehmann, que pulou certo em todas as cobranças argentinas, agarrou e não soltou a bola.

Cambiasso partiu para a cobrança e Lehmann pulou classificando a Alemanha para pegar o vencedor de Inglaterra x Portugal.

ALEMANHA: Lehmann; Friedrich, Mertesacker, Metzelder e Lahm; Frings, Ballack, Schneider (Odonkor) e Schweinsteiger (Borowski); Klose (Neuville) e Podolski. Técnico: Juergen Klinsmann.

ARGENTINA: Abbondanzieri (Franco); Coloccini, Ayala, Heinze e Sorín; Mascherano, Lucho González, Riquelme (Cambiasso) e Maxi Rodriguez; Crespo (Cruz) e Tevez. Técnico: José Pekerman

Arbitragem: Lubos Michel, auxiliado por Roman Slysko e Martin Balko, trio da Eslováquia.
Cartões amarelos: Podolski (A), Sorin (Ar), Mascherano (Ar), Maxi Rodríguez (Ar), Odonkor (A) e Friedrich (A).
Gols: Ayala (Ar) aos três minutos do segundo tempo; Klose (A) aos 35 minutos do segundo tempo.
Pênaltis: Neuville (A), Ballack (A), Podolski (A) e Borowski (A); Cruz (Ar) e Maxi Rodríguez (Ar).
Erraram: Ayala (Ar) e Cambiasso (Ar).

ITÁLIA 3X0 UCRÂNIA (Hamburg, 30/06/2006, 16h, sexta-feira)

A Itália sobrou em campo e aplicou 3x0 nos ucranianos. Agora é clássico: Alemanha x Itália.

ITÁLIA: Buffon; Zambrotta, Barzagli, Cannavaro e Grosso; Perrotta, Gattuso (Zaccardo), Pirlo (Barone) e Camoranesi (Oddo); Totti e Luca Toni. Técnico: Marcelo Lippi.

UCRÂNIA: Shovkovsky; Rusol, Svidersky (Vorobey) e Nesmachny; Gusev, Tymoshchyuk, Shelayev, Kalinichenko e Gusin; Shevchenko e Milevskyi (Belik). Técnico: Oleg Blokhin.

Árbitro: Frank De Bleeckere (Bélgica), Assistentes: Peter Hermans e Walter Vromans (ambos da Bélgica)
Cartões amarelos: Svidersky, Kalinichenko, Milevskyi (Ucrânia)
Gols: Zambrotta, aos cinco minutos do primeiro tempo, Luca Toni, aos 13 e aos 23 minutos do segundo tempo

PORTUGAL (3)0X0(1) INGLATERRA (Gelsenkirchen, 1.º/07/2006, 12h, sábado)

Inteiramente jogada no meio-campo, a partida só podia acabar no 0x0. Felipão comandou o time da lateral o tempo todo, mas os portugueses, descalfados de Deco e Costinha (expulsos no jogo contra a Holanda), não oferecem muitas opções ao treinador. Se Pauleta não jogou nada, o que dizer de Simão ou Postiga (que entrou no lugar de Figo, cansado). O lateral-direito Miguel é outro que tem pouco futebol.

Rooney foi expulso por jogada desleal e empurrão em Cristiano Ronaldo, tudo na frente do juiz. Beckham deixou o campo no início do 2.º tempo, sentindo lesão no joelho. Hargreaves foi o destaque dos ingleses. Cristiano Ronaldo resolveu aparecer só no final do jogo - o cara é bom, mas tem que assumir a sua condição de craque para decidir os jogos.

O jogo se encaminhou naturalmente para os pênaltis, e as estrelas de Felipão e do goleiro Ricardo brilharam mais uma vez. Ricardo já havia defendido pênaltis na Eurocopa, ajudando a levar Portugal à final contra a Grécia. E Felipão, como se sabe, barrou o consagrado Vitor Baia, bancando a convocação de Ricardo. Pois o goleiro, após Simão converter o primeiro gol, defendeu a primeira cobrança dos ingleses (Lampard).

Para preservar a emoção e o nervosismo, Hugo Viana chutou no poste e jogou para fora a vantagem. Hargreaves fez 1x1, mas Petit, incrivelmente, jogou para fora. A classificação parecia perdida, mas Ricardo atacou a cobrança de Gerrard e Carragher. Cristiano Ronaldo foi o responsável pela última cobrança e, com categoria, não decepcionou. Agora Portugal se prepara para o confronto contra o vencedor de Brasil x França.

PORTUGAL: Ricardo; Miguel, Fernando Meira, Ricardo Carvalho e Nuno Valente; Petit, Maniche, Figo (Helder Postiga) e Tiago (Hugo Viana); Cristiano Ronaldo e Pauleta (Simão). Técnico: Luiz Felipe Scolari.

INGLATERRA: Robinson; Neville, Ferdinand, Terry e Ashley Cole; Hargreaves, Beckham (Lennon depois Carragher), Gerrard e Lampard; Joe Cole (Crouch) e Rooney. Técnico: Sven-Goran Eriksson.

Árbitros: Horacio Elizondo (Argentina),Dario Garcia e Rodolfo Otero (ambos da Argentina)
Cartões amarelos: Terry (Ing), Petit (Por), Ricardo Carvalho (Por) e Hargreaves (Ing)
Gols (pênaltis):
INGLATERRA: Hargreaves. Erraram Lampard, Gerrard e Carragher
PORTUGAL: Simão, Helder Postiga e Cristiano Ronaldo. Erraram Hugo Viana e Petit

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