
Com meu pai em Torres, dessa vez chamei um velho amigo para tomar assento na Social: Giulia não pensou duas vezes, e marcamos de nos encontrar a partir das 14h na Grêmiomania. O calor era infernal naquele horário. Por se tratar do último jogo do ano no Olímpico, e por todo o significado em torno da partida (seja qual fosse o resultado), e diante do fato de os ingressos terem se esgotado na véspera da partida, a direção incrementou a segurança do Estádio, com um número bem maior de seguranças e brigadianos. Tentamos entrar pelo Portão 1, mas um brigadiano resolveu encrencar com minhas pilhas recarregáveis sobressalentes. Sem a menor chance de desperdiçar essas pilhas caríssimas, e tendo assistido sem qualquer contratempo a todos os jogos do Grêmio neste ano (menos contra o Marília, na 1.ª fase), rapidamente me ocorreu de tentar o Portão 5. Lá não teve erro; entramos e nos acomodamos no mesmo lugar que eu assisti aos dois últimos jogos: atrás da goleira da Cascatinha, do lado da alma castelhana. Em seguida o André nos localizou e se acomodou com a gente.

No sorteio dos lados do campo resultou que pela primeira vez neste campeonato, pelo menos do que eu lembro, o Grêmio atacou no 1.º tempo contra o gol da Cascatinha - o nosso gol. Acredito que o Santa Cruz tenha ganho a escolha do lado de campo e tenha optado por jogar o 2.º tempo longe da alma castelhana, pois é geralmente após o intervalo que o jogo se decide, e a torcida tem sido fundamental nesse aspecto.

Assistimos ao jogo inteiro em pé, mas o 1.º tempo não foi animador. No intervalo, foi a vez de Dinho dar a volta olímpica e ser muito aplaudido, rendendo ainda os gritos de "Grêmio, Grêmio, nõs somos campeões da América".
No 2.º tempo o Grêmio atacou para o gol do outro lado, e atacou muito mais do que no 1.º tempo. Todos os jogadores tiveram um incremento de produção. Nunes apareceu muito bem todas as vezes, bastante seguro, muitas vezes impedindo os meio-campistas do Santa ingressar no campo gremista. O seu cartão amarelo, merecido, foi muito oportuno, pois foi decorrência de uma falta que paralisou um contra-ataque forte dos pernambucanos. Marcelo Costa permaneceu fazendo uma partida obscura. Sandro Goiano melhorou bastante, se lançando bastante no apoio. Ricardinho, mostrando que é um excelente jogador, infernizou a zaga do Santa o jogo inteiro, sempre conseguindo jogadas perigosas. Ele enfrenta os adversários, geralmente com vantagem; incrível como ele raramente cai, sempre consegue chegar pelo menos à linha de fundo. Lipatin é quem não conseguia alcançar as bolas alçadas por Ricardinho.

Marcel foi o mesmo de sempre, fundamentalmente um jogador raçudo. Errou muitas jogadas no primeiro tempo - cruzamentos mal feitos, passes errados e domínio de bola bisonho -, mas foi premiado com um gol de cabeça, o 2.º gol do tricolor, aproveitando um cruzamento de Ricardinho (jogada pessoal deste). Nova explosão da torcida, e ficamos muito aliviados com a garantia da vitória.

Dali para frente o Grêmio conseguiu controlar o resultado; o Santa Cruz ainda tentou alguns ataques, mas desperdiçados especialmente por Carlinhos Bala. Com o final do jogo se avizinhando, os seguranças tomaram posição a fim de coibir invasão de campo, especialmente dos torcedores da geral.

Antes do jogo começar, um gaiato perto de nós informou que Anderson não estava como opção nem no banco. Assim, bem no final do jogo, quando Marcelo Costa saiu de campo, não identificamos que era Anderson quem o substituiu (só na TV é que eu pude ver). De qualquer maneira, o craque entrou com o jogo já decidido - o Grêmio venceu mesmo sem seu maior jogador.
Quando o juiz apitou o final do jogo, operou-se a inevitável invasão dos torcedores da geral, imediatamente repelidos pelos seguranças.

GRÊMIO: Galatto; Patrício, Domingos, Pereira e Escalona; Nunes, Sandro, Marcel (Lucas) e Marcelo Costa (Anderson); Lipatin (Pedro Júnior) e Ricardinho. Técnico: Mano Menezes.
SANTA CRUZ: Cléber; Valença, Carlinhos e Adriano (Leonardo); Osmar, Neto, Andrade, Rosembrick (Júnior Maranhão) e Xavier; Carlinhos Bala e Reinaldo (Paulinho). Técnico: Givanildo Oliveira.
Árbitro: Heber Roberto Lopes (Fifa/PR)
Auxiliares: Roberto Braatz (Fifa/PR) e Gilson Coutinho (PR)
Cartões amarelos: Nunes (G), Andrade (S), Neto (S)
Cartão vermelho: Neto (S)
Gols: Lipatin, aos 10min, Marcel, aos 26min do segundo tempo
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