GRÊMIO 1x0 Veranópolis (Gauchão 2009, semifinal do 1.º turno, Estádio Olímpico, 27.02.2009, 19h30min,)

No sábado, 21.02.2009, véspera de carnaval, mais de 70mil carros já tinham pego a estrada rumo ao litoral. Parte dos que não foram - aí incluídos meus pais - foram ao Estaádio Olímpico, ver o time titular do Grêmio fazer 2x0 no Juvenude e garantir a classificação para disputar a semifinal do 1.º turno contra o Veranópolis na próxima sexta-feira. Acompanhei o jogo pela TV e vi que logo no início, num ataque do time caxiense, Victor saiu e era o último homem. O juiz marcou a falta e expulsou o goleiro. Roth, então, mandou Marcelo Grohe a campo no lugar de Jonas. Houve reação negativa da torcida, que chamou o técnico de burro, inconformada com o saque de Jonas (o atacante vive ótima fase). Provavelmente a torcida queria que um dos três zagueiros fosse substituído (o que talvez seria uma temeridade logo no início do jogo), ou então que se fosse para sair um atacante, este deveria ser Alex Mineiro. Nessas ocasiões forma-se uma espécie de aposta, para saber se o técnico mandou bem ou não; afinal, se Alex Mineiro fosse bem, ou fizesse gols, o "burro" não seria Roth. E foi exatamente isso que aconteceu: Alex Mineiro jogou bem e fez os dois gols da vitória.

Grêmio 2 x 0 Juventude - 1º Turno - Quarta de final, 21/02/2009, Sábado, 16h, Estádio Olímpico.

GRÊMIO: Victor, Leo, Réver (Diogo, intervalo) e Rafael Marques; Rui, Adilson, Tcheco (Makelelê 28'/2T), Souza e Fábio Santos; Jonas (Marcelo Grohe 02'/1T) e Alex Mineiro. Técnico: Celso Roth.

JUVENTUDE: Gatti, Luiz Felipe, Alex Moraes, Da Silva e Cicinho; Renan, Juan Pérez, Walker e Francismar; Ivo (Zezinho 27'/2T) e Allisson (Diego Rosa 11'/2T). Técnico: Valteir Gomes Franco.

Público total: 10.846 (9.115 pagantes), Renda: R$ 154.150,00, Arbitragem: Márcio Chagas da Silva, Carlos Bittencourt e Cristiano Henning. Cartões amarelos: Souza e Ruy (G); Zezinho e Juan Pérez (J). Cartões vermelhos: Victor 1 minuto do 1ºtempo; Alex Moraes 8 minutos do 1ºtempo . Gols: Alex Mineiro (G), aos 29min do 1º tempo; e aos 34min do 2º tempo.

Depois de vencer esse jogo contra o Juventude, no sábado, o Grêmio passou o carnaval concentrado para a estreia contra o Universidad do Chile na Libertadores 2009 na quarta-feira seguinte. A maratona de jogos seguiria na sexta, contra o Veranópolis, e, possivelmente, no domingo contra o Inter. Essa sequência de jogos, digamos, decisivos, foi bastante criticada e enfatizada por Roth, Tcheco e outros, num discurso repetitivo e chato a respeito do desgaste de tantas partidas em um curto espaço de tempo. Houve até quem recorresse ao Judiciário, na última hora, aparentemente com fundamento no Estatuto do Torcedor, tentando adiar a final contra o Inter, mesmo antes que o Grêmio jogasse contra o Veranópolis. Fato é que os dirigentes gremistas consentiram com o calendário do Gauchão 2009, cuja edição conta com a novidade formulística de dois turnos disputados na forma do Campeonato Carioca (Taça Guanabara e Taça Rio), embora se pudesse admitir que houvesse uma sensibilização por quem administra esse Gauchão 2009 para adiar mesmo a semifinal e possivelmente a final desse 1.º turno do Gauchão, sobretudo quando se sabe que, em sendo inevitável a disputa simultânea de campeonatos, nos próximos anos outros times - inclusive o Inter - estarão na mesma situação, e vão ter que dar um jeito (e aí não vão poder reclamar e pedir adiamento de jogos).

O jogo contra o Veranópolis seria disputado por um time de reservas gremistas; o adversário veio motivado com declarações de dirigentes do Inter que já contavam com o Grenal de domingo. Bem, podem se motivar o quanto quiserem, pois o fato é que mesmo com os reservas, o Grêmio dominou completamente o jogo de sexta.

Chegamos com uns 20min de antecedência - os goleiros dos dois times, bem como o time adversário, aqueceram até poucos minutos antes da bola rolar - e nos posicionamos direto no nosso lugar "oficial" desde o jogo contra o Universidad. Mas no sorteio do lado de campo, o Grêmio atacaria do outro lado, então migramos para o lado direito.

Tão logo soou o apito inicial, e os primeiros passes começaram a acertar, o Grêmio exerceu superioridade, que acabou não se traduzindo em gols. Faltou competência aos reservas gremistas. Sem Tcheco (Orteman foi o camisa 10), não havia quem conduzisse o jogo e distribuísse os passes, levando a bola do campo de defesa ao de ataque. Não havia "maestro". E ninguém assumiu essa função. Então o negócio era passar para o Saimon (jovem zagueiro improvisado como lateral-direito) levar a bola ao ataque, e isso o cara fez bem no 1.º tempo, em várias oportunidades. Reparei, no entanto, que Fábio Santos, outrora titular da lateral-esquerda, ficava sempre livre pelo outro lado e não recebia a bola. Ninguém enxergou, em campo, que o cara, por sinal muito bom, estava livre para receber e partir para o ataque. Insistiu-se sempre na jogadinha pelo lado direito. Apesar dos passes e lançamentos errados de Orteman e Makelele, o Grêmio teve várias chances de gol, que acabaram não frutificando mais por ineficiência do que por mérito do Veranópolis. Parecia que se fosse com os titulares o Grêmio estaria vencendo com folga.

A escalação do time não fora anunciada como de costume pelo sistema de som, então achei que o camisa 11 era Roberson; mas era o próprio Douglas Costa. Achei que o camisa 11 não estava bem, seja como for. No 2.º tempo o Veranópolis começou com mais disposição, e alguém comentou ao meu lado que o adversário estava gostando do jogo. Então Reinaldo fez o gol da vitória.

Gol de Reinaldo



Jonas e Tcheco entraram para consolidar a vitória, mas o time não fez mais gols. Os dois acrescentaram qualidade nas jogadas de ataque.

O árbitro Vuaden é conhecido por não marcar todo o tipo de falta e deixar o jogo correr. Não estamos acostumados a isso e houve reclamações da torcida. Durante certo tempo ele não marcou faltas de parte a parte, então achei que tudo bem. Mas logo se revelou o lado negativo dessa atitude: Reinaldo levou a pior numa dividida, não foi marcada qualquer falta, o atacante gremista ficou caído no chão, os jogadores do Veranópolis se recusaram a exercer o fair play de chutar a bola pela lateral para viabilizar o atendimento médico; inconformado, Makelele entrou com virilidade numa disputa, roubou a bola e o Grêmio voltou ao ataque; Jonas saiu em disparada e foi parado com falta por trás. Só aí Vuaden deu falta e cartão (amarelo), mas para mim ficou claro que isso de não marcar faltas acaba enervando os jogadores e pode facilmente terminar com alguma lesão séria. O raciocínio é tipo "se o juiz não marcou falta naquele lance, então não vai marcar se eu entrar aqui", mas o juiz marca essa segunda falta e causa perplexidade e questionamentos quanto à falta de critério.

A utilização dos reservas acabou sendo um sucesso e o Grêmio se credencia para o Grenal de domingo no Beira-Rio, provavelmente com os titulares.

GRÊMIO: Marcelo Grohe; Saimon (Tcheco), Léo (Réver), Héverton e Fábio Santos; Makelele, Diogo, Orteman, Maylson; Douglas Costa (Jonas) e Reinaldo. Técnico: Celso Roth.

VERANÓPOLIS: Vanderlei; Ademir, Marília e Diego Correa (Dick); Fininho, Edmilson, Eduardinho (ijuí), Miro Bahia e Romano; Dinei e Kito (Rodrigo). Técnico: Gilmar Dal Pozzo.

Árbitro: Leandro Vuaden (Fifa), Júlio César Santos e Sedenir Martins. Gols: Reinaldo, aos 3min do 2º tempo (Grêmio). Cartões amarelos: Diego Correa, Kito e Fininho (Veranópolis); Maylson (Grêmio). Público: 11.343 (10.275 pagantes). Renda: R$ 132.107,00.