domingo, 9 de abril de 2006

Grêmio 0x0 Internacional (Gauchão, final - 1.º jogo, Estádio Olímpico, 1.º/04/2006)

Após a desclassificação da Copa do Brasil, o Grêmio garantiu a presença na final do Gauchão vencendo o Veranópolis por 2x0 no Olímpico (não acompanhei meu pai nesse jogo). No início deste jogo quase aconteceu uma tragédia: num cruzamento para a área, Galatto saiu para a defesa e chocou-se com um atacante adversário. O goleiro fez a defesa, mas caiu em posição de sentido e ficou - o choque na sua cabeça provocou a sua retirada em direção ao Hospital Mãe de Deus. Após os exames, constatou-se que o goleiro não sofrera nenhuma lesão séria, mas os cuidados médicos não perimitiram a sua escalação na final.

Para o primeiro jogo da decisão, no Olímpico, Mano utilizou-se das tradicionais táticas dos treinos secretos. A escalação era imprevisível, especialmente a presença do lesionado Tcheco. O Inter, por sua vez, até então invicto, despontava como grande favorito, devido ao grande e aclamado elenco.

No sábado do jogo, chegamos aproximadamente 14h45min, e ao mesmo tempo do ônibus com os jogadores e a delegação do Grêmio (na altura do portão 5). A social já estava quase lotada, de modo que nos posicionamos à direita das cabines de rádio, na parte descoberta. O presidente Odone foi em direção à alma castelhana e à social e deu conta de agitar a galera.


Quando as equipes entraram em campo, desfez-se o mistério: Mano, surpreendentemente, escalou o lateral Alessandro no meio-campo, Wellington e não Escalona na lateral-esquerda e apenas Ricardinho no ataque. Pelo lado do Inter, por sorte Abel não escalou Chiquinho (nem no banco), que é bom de Gre-nal, e deixou na reserva alguns jogadores que têm aparecido bastante como Jorge Wagner e Renteria, e outros reconhecidamente bons como Elder Granja e Rafael Sobis.

Pois Mano acabou se mostrando muito feliz na estratégia: o Grêmio dominou as ações no meio-campo; Lucas e Patrício cresceram na decisão e atuaram muito bem - especialmente Lucas, que teve atuação elogiada por Abel no intervalo e no final do jogo - não por acaso, Lucas foi o melhor em campo. Wellington tem bastante iniciativa pelo lado esquerdo, mas arrisca demais os chutes a gol de fora da área, e a pontaria é bisonha. Do lado do Inter, ninguém jogou nada: Tinga foi muito vaiado e xingado antes e durante o jogo, especialmente por suas declarações de coloradismo, e de que preferia esquecer os Gre-nais disputados com a camisa tricolor (autêntica demonstração de falta de profissionalismo, pois o cara foi pago para defender as cores do Grêmio), e sentiu - nenhuma jogada sua deu certo, e o cara ainda cometeu faltas violantas. Fernandão e Iarley eu não vi jogar.

Logo nos primeiros minutos aconteceu um dos principais lances polêmicos: Bolívar atrasou uma bola, do meio-campo, para o Clemer; o goleiro, que não faz jus à grandeza do Inter, acolheu a bola com as mãos. O estádio inteiro gritou mas o Carlos Simon (e seus auxiliares) não viu nada e mandou o jogo correr (justificou que um goleiro experiente como o Clemer não cometeria uma falha tão grosseira...).

Seja como for, o Inter é que teve a melhor oportunidade para marcar: cruzamento para a área, a bola sobrou para Fernandão que cabeceou violentamente para notável defesa de Marcelo Grohe - Iarley apanhou o rebote, mas desperdiçou. Depois desse lance, Perdigão perdeu um dente em dividida com Patrício (só fiquei sabendo desse fato na 2.ª feira, no Caderno de Esportes).

O primeiro tempo foi isso: o Grêmio comandou as ações e não deixou o Inter jogar. No início do jogo, até pensei que o Inter apenas estava administrando, que a qualquer momento o time iria jogar e comprovaria a superioridade do seu elenco. Jeovânio, a exemplo de Lucas, teve excelente atuação.

No segundo tempo ficou claro que ao Grêmio faltava ataque; Ricardinho infernizou a zaga do Inter, mas não teve como superar sozinho a defesa colorada.

Aos 15 min, Alessandro e Fabiano Eller dividem no meio-campo, discutem e são expulsos por Simon. A vantagem foi do Grêmio, pois o Inter perdera um zagueiro importante. Antes das expulsões, houve grande confusão entre os jogadores, e até o goleiro Clemer, que não faz jus à tradição de goleiros excepcionais do Inter, se meteu dando empurrões.

Abel põe em campo Edinho para recompor a zaga e Sobis para reforçar o ataque, e Mano coloca Tcheco no lugar de Ramon. Aos 30 min, finalmente, Mano resolve colocar mais um atacante para fazer companhia a Ricardinho; só que elegeu o atacante errado. Herrera é raçudo, faz alguns gols (erra outros tantos), mas o atacante do momento é Pedro Júnior. Inexplicavelmente, Pedro Júnior, que vinha fazendo gols em todos os jogos, ficou no banco e não entrou nesse Gre-nal. Em seguida, Tinga derruba Tcheco dentro da área, e o lance gerou polêmica - Simon não viu pênalti e mandou o jogo seguir.


Patrício cansou, e Jeovânio tomou a iniciativa pela direita e cruzou para a área; Herrera dividiu com Clemer, o goleiro caiu - o seu ridículo boné também - , e o argentino colocou a bola para o gol de calcanhar, com o jogo já paralisado. O goleiro nervosinho, que não tem a categoria dos seus dois jovens reservas, tentou armar outra confusão empurrando Herrera e Nunes. O argentino ergueu os braços e saiu do tumulto.

A arbitragem foi muito criticada, especialmente pelo pênalti não marcado em Ricardinho no início do primeiro tempo.



O empate sem gols, no Olímpico, foi do Grêmio, e a decisão seria no domingo, 09/04, no Beira-Rio. O Inter continuava favorito.

GRÊMIO: Marcelo Grohe; Patrício, Evaldo, Pereira, Wellington; Jeovânio, Lucas, Marcelo Costa (Herrera), Ramon (Tcheco), Alessandro; Ricardinho.

INTER: Clemer; Ceará, Fabiano Eller, Bolívar e Rubens Cardoso; Fabinho, Tinga, Perdigão (Mossoró), e Iarley (Edinho); Michel (Rafael Sobis) e Fernandão. Técnico: Abel Braga.

Árbitro: Carlos Eugênio Simon Auxiliares: José Javel Silveira e Paulo Ricardo Conceição

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