quinta-feira, 10 de abril de 2008

Grêmio 2(3)x1(4) Atlético-GO (Copa do Brasil 2008, 2.ª fase, Estádio Olímipico, jogo de volta, 09.04.2008, 21h45min)

Depois da desclassificação precoce no Gauchão 2008, restava a Copa do Brasil para salvar o primeiro semestre do Grêmio, e o jogo decisivo não demorou nem uma semana: na quarta-feira, 09.04.2008, o Grêmio enfrentaria o Atlético-GO no jogo de volta da 2.ª fase precisando vencer por 1x0, ou por qualquer resultado com diferença de dois gols. Vencendo por 2x1, a disputa seria por pênaltis.

Além desse componente decisivo, era intuitivo que o jogo significaria também a permanência ou não de Celso Roth no comando do Grêmio, pois sua contratação jamais foi pacífica e o clima estava ficando insustentável com as recentes atuações e escalações equivocadas.

Ouvi dizer que a procura por ingressos era inexpressiva, mas o que se viu foi um Estádio cheio, com quase 30 mil espectadores. Chegamos com pouco mais de meia-hora de antecedência, e faltando poucos instantes para a bola rolar, nos posicionamos à esquerda das sociais, quase na mureta divisória, para acompanhar o Grêmio atacar no 1.º tempo.

Só que diferentemente do Grêmio de Mano de 2005/2007, o time de Roth não atacou desde o início o tempo todo. Do time de Mano podíamos esperar que o adversário seria atacado tão logo a bola rolasse, e não cessaria até que o resultado necessário fosse alcançado. E no mata-mata, Mano só não conseguiu se dar bem na final da Libertadores 2008, por motivos bem conhecidos. Com Roth o Grêmio não joga assim. Por certo que num dos primeiros ataques gremistas (talvez o segundo), Roger caiu na área e o juiz marcou pênalti. O mesmo Roger cobrou, e aos 5 min o Grêmio vencia por 1x0. Esse resultado classificava o tricolor.

1.º gol do Grêmio - Roger


Só que, a partir daí, assistimos ao Atlético-GO sair com naturalidade para o ataque, trocar passes com rapidez e eficiência e concluir a gol. O goleiro do time goiano, Márcio (que se revelaria o jogador mais decisivo em campo, o MVP como se diz na NBA), foi chamado duas vezes para cobrar faltas perto da área gremista, e na segunda tentativa o cara não vacilou e marcou um belo gol, colocando a bola fora do alcance do Marcelo Grohe.

As vaias e a impaciência de parte da social não demoraram para aparecer, sobretudo porque o Grêmio parou de jogar e o Atlético criou mais e mais chances para virar o jogo. Hidalgo foi um dos mais apupados, mas a zaga também não me pareceu firme (especialmente no 2.º tempo, notei que Leo é lento nas divididas). Fiquei satisfeito com o desempenho de Rafael Carioca, que só conheci agora, e que tem apenas 18 anos. Roger me surpreendeu fazendo marcação e disputando a bola com os adversários (só a partir da metade do 2.º tempo ficou claro que o cara não estava conseguindo manter o ritmo e sumiu em campo). Tadeu é forte, fica em pé nas divididas, mas é um atacante limitado. Perea decepcionou.

No 2.º tempo o Grêmio voltou com muita força e velocidade, e a torcida se empolgou: o gol parecia certo e iminente. Márcio, goleiro do Atlético, percebeu e mostrou experiência: o cara pediu para tirar as luvas para amarrar a chuteira, conhecida artimanha para retardar o jogo. A partir daí o Grêmio não teve mais o mesmo empenho, e o Atlético, por seu turno, voltou a equilibrar as ações, obrigando Marcelo Grohe a fazer algumas defesas difíceis.

As coisas estavam realmente ficando complicadas; para mim, a salvação era a bola parada. Aos 15 min da etapa complementar, William Magrão conseguiu fazer o 2.º gol, após cobrança de falta na qual a bola ficou pingando na área.

2.º gol do Grêmio - William Magrão



A torcida jamais parou de incentivar, mas o 2.º gol não foi suficiente para fazer o Grêmio se impor sobre o adversário, que freqüentou bastante a defesa gremista, mesmo fazendo alterações para segurar o resultado e levar a disputa para os pênaltis. E com a ineficiência dos atacantes gremistas, o jogo não teve mais gols.

Roger se encaminhou para a 1.º cobrança de pênaltis e marcou com categoria, valendo-se de uma paradinha sacana.

1.º gol dos pênaltis - Roger



O Atlético não desperdiçou sua 1.º cobrança; Tadeu telegrafou o canto direito; sucederam-se cobranças com êxito (Marcelo Grohe não teve chances de defender nada), e Perea chutou a última cobrança no poste, decretando a classificação dos goianos.

Bem, agora resta aguardar pela estréia no Brasileirão 2008 em maio, e espera-se que até lá o Grêmio tenha um novo e bom técnico, bem como um elenco mais qualificado.

Particularmente, espero que tenhamos todos saúde até lá para podermos continuar acompanhando os jogos do Grêmio no Estádio Olímpico.

GRÊMIO: Marcelo; Paulo Sérgio, Leo, Pereira (Jean, 19'/2°T) e Hidalgo (Jonas, 39'/2°T); Willian Magrão (Júnior, 24'/2°T), Eduardo Costa, Rafael Carioca e Roger; Perea e Tadeu. Técnico: Celso Roth

ATLÉTICO-GO: Márcio; Ari, Gilson, Rafael e Julinho; Putica, Lindomar, Robston e Anaílson (Pedrinho, 26'/2°T); Juninho (Rivaldo, 26'/2°T) e Adriano. Técnico: Zé Teodoro

Gols: Roger (G), aos cinco minutos, e Márcio, aos 20, no primeiro tempo. Willian Magrão (G), aos 15 minutos do segundo tempo
Pênaltis: (G) Roger, Pailo Sérgio e Eduardo Costa converteram; Tadeu e Perea despediçaram. (A) Lindomar, Ari, Julinho e Márcio converteram
Cartões amarelos: Rafael, Ari, Rivaldo e Pedrinho (A-GO); Paulo Sérgio e Hidalgo (G)
Público: 29.847 (27.080 pagantes)
Renda: R$ 27.1290
Arbitragem: Guilherme Cereta de Lima (SP), auxiliado por Claudemir Mafessoni (SC) e Angelo Rudimar Bechi (SC)

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