sábado, 8 de dezembro de 2012

Grêmio 0x0 Inter (Brasileirão 2012, 38.ª rodada, Estádio Olímpico, 02.12.2012, 17h)

Na reta final da temporada 2012, só interessava o vice-campeonato do Brasileirão 2012 ao Grêmio, pois fora desclassificado pelo Millionarios de Bogotá na Copa Sul-Americana 2012 (derrota lamentável por 3x1, de virada, numa atuação deprimente no segundo tempo, com inexplicável entrada de Kleber logo substituído por nova lesão, e de Elano, que estava machucado, e entrou visivelmente sem condições de jogo - o árbitro marcou pênalti duvidoso contra o Grêmio no último minuto).

Em 18.11.2012 o time de Luxa empatou com a Portuguesa em 2x2, em São Paulo, numa demonstração de reação após estar perdendo por 2x0. Em 25.11.2012, em Florianópolis, o Grêmio venceu o Figueirense por 4x2.

Para ser vice, o Grêmio podia empatar o Grenal se o Atlético-MG não vencesse o Cruzeiro. Se o Galo saísse vitorioso (o que era o mais provável, pois não dá para contar que o time de Celso Roth venceria o de Cuca e Ronaldinho Gaúcho), então só a vitória no Grenal interessava.

Esse Grenal foi significativo pois além de decidir o vice-campeão, também seria o último jogo no Estádio Olímpico. Para os gremistas representava então atingir o objetivo no Brasileirão 2012 (e assegurar entrada na Libertadores 2013 a partir da fase de grupos), e se despedir do Estádio Olímpico com um grande resultado. Para os colorados, que estão desmobilizados, com treinador recém demitido (Fernandão caiu pressionado pelos maus resultados e por uma ameaça por parte dos jogadores de entregar o Grenal), e sequência de derrotas, o jogo serviria para arruinar a festa gremista.

Muito mistério, mas mesmo os treinos fechados foram deixados em segundo plano considerando o destaque da imprensa para a despedida do Olímpico.

O Estádio ficaria lotado. Então fomos cedo e ficamos aguardando umas 2h até as 17h, horário do início do jogo. E fomos direto para as nossas cadeiras, conforme o número que consta dos cartões. Antes da bola rolar houve discurso e entrada em campo de vários ex-jogadores.

O jogo foi complicado. Luxemburgo adotou uma escalação que jamais venceu jogo esse ano, num esquema 4-5-1. Logo se viu que Zé Roberto estava cansado (mas ainda assim foi o melhor em campo pelo Grêmio), Elano não apareceu, e André Lima estava isolado. Era bola pra frente e o solitário centroavante tinha que lutar contra 3 ou 4 defensores colorados. Werley levou a pior em um lance aéreo e teve que ser substituído por Saimon, pouco confiável pois ou é expulso, ou comete pênalti. Torci para que o cara entrasse em campo tranquilo. O Inter, por sua vez, tinha Dalessandro num dia inspirado, então os ataques eram sempre perigosos.

O segundo tempo foi mais emocionante. Logo no início, Muriel interceptou jogada de Elano fora da área e foi expulso. Na confusão que seguiu, Luxemburgo entrou em campo para afastar jogadores como Pico e evitar alguma expulsão de jogador do Grêmio. Bem, o árbitro eleito para esse jogo foi o Heber Roberto Lopes, que não é dos meus árbitros favoritos, e o cara resolveu expulsar o Luxemburgo por invasão de campo. Com um jogador a mais o jogo era do Grêmio. Leandro e Marquinhos entraram em campo. Damião perdeu a cabeça e acertou Saimon - foi expulso imediatamente. Sempre achei o cara um grande centroavante, e grande figura para a Seleção, mas ele decepcionou ao ironizar a torcida no Estádio Olímpico. Então não deve ser por acaso que ele não tem feito tantos gols, e na Seleção já estava sendo preterido por Hulk.

Com dois jogadores a mais a vitória parecia questão de tempo. Mas ninguém parecia saber o que fazer para chegar no gol do Inter. Em 5min houve algumas boas chances de gol, inclusive uma bicicleta do Zé Roberto. Renan pode não ser um grande goleiro (nem sei se ele atuou em alguma partida esse semestre, ou esse ano), mas cresce em Grenal. Fechou o gol. Nos contraataques o Inter causava perigo.

E o jogo se encaminhava para o final. O árbitro deu 5min de acréscimos. No 1.ºmin o Saimon foi agredido pelo Osmar Loss, técnico interino do Inter, e revidou. Ambos foram expulsos e o jogo parou por uns 5min. Na retomada, Heber pegou a bola e encerrou o jogo, deixando-nos todos decepcionados. Queríamos ver futebol, e o árbitro queria ir embora pra casa. Nitidamente não estava preparado para um Grenal.

Ficamos de pé por uns 15min. Ninguém ia embora. Então resolvemos sair, pois havia possibilidade de invasão de campo e confusão. Na saída, despedi-me do Estádio tocando as paredes, cadeiras e tudo. Todo o concreto está firme, e vai virar pó. Foi muito complicado conseguir táxi, e a empresa pública municipal não colaborou nada com o trânsito.

Enfim, vimos o último gol no Estádio Olímpico (Moreno contra o São Paulo), e a série de maior invencibilidade (entre 2008 e 2010), com os jogos resenhados aqui. Fiz umas 180 resenhas de jogos do Grêmio no Olímpico desde 2005. Antes disso devo ter visto outro tanto de jogos, desde que comecei a frequentá-lo no início dos anos 1980. Meu pai mais ainda, desde 1970. Nem há tempo para saudosismo, pois semana que vem já vamos para a Arena, inaugurá-la com o amistoso contra o Hamburgo.

GRÊMIO: Marcelo Grohe; Pará, Naldo, Werley (Saimon, 30 do 1ºT) e Anderson Pico (Leandro, 17 do 2ºT); Fernando (Marquinhos, 23 do 2ºT), Souza, Léo Gago, Elano e Zé Roberto; André Lima. Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

INTER: Muriel; Ratinho (Renan, 5 do 2ºT), Moledo, Índio e Fabrício; Ygor, Guiñazu, Josimar, Fred (Cassiano, 17 do 2ºT; Forlán, 43 do 2ºT) e D'Alessandro; Leandro Damião. Técnico: Osmar Loss.

Cartões amarelos: Fred (I), Renan (I). Cartões vermelhos: Muriel (I), Leandro Damião (I), Saimon (G). Arbitragem: Héber Roberto Lopes, auxiliado por Carlos Berkenbrock e Ivan Carlos Bohn.

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