segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Grêmio 2x1 Coritiba (Brasileirão 2008, 35.ª rodada, 16.11.2008, 19h10min, Estádio Olímpico)

PALMEIRAS 0x1 GRÊMIO - 34.ª rodada, Estádio Parque Antártica, 09.11.2008, domingo, 17h.

Ao final do lamentável empate em casa contra o Figueirense, o próprio Presidente Odone reconheceu que no próximo jogo, contra o Palmeiras, adversário direto, no Parque Antártica, o Grêmio seria zebra. Não era exagero, pois o time de Roth não vem tendo boa regularidade nas atuações, alguns jogadores estão deixando a desejar, e para essa partida específica a defesa inteira seria de reservas ou com jogadores improvisados.

Durante a semana houve muita discussão a respeito da "mobilização" de um punhado de caras que foram protestar durante o treino pelos últimos desempenhos, em especial o empate contra o Figueirense em casa. Esses caras queriam invadir o treino mas as coisas se revolveram diretamente com a direção: acertou-se que eles poderiam conversar com os atletas ao final do treino, e os jogadores relataram que essa conversa foi civilizada, apenas uma cobrança de maior empenho nos jogos e uma espécie de aviso do tipo "estamos de olho em vocês". Tcheco valorizou a atitude, digamos, pacífica, ao contrário da torcida de outros times que têm precedentes de atos hostis em relação a jogadores, treinadores e dirigentes. Posteriormente Souza ou Tcheco revelaram que foram questionados se havia algum racha no grupo - particularmente, também me questiono se a queda de rendimento se deveu a alguma divergência interna ou até dispersão e desconcentração de alguns jogadores (p. ex., noitadas). Pelo que se apurou, então, foi tudo muito tranqüilo, não há rachas e o grupo está mobilizado. Mas isso rendeu notícias por quase toda a semana, e Roth deixou claro que discordava da decisão da direção de ter deixado esse pessoal trocar essa idéia com os jogadores, e a imprensa especializada ficou dividida entre os que achavam a atitude correta e os que consideravam uma deferência desnecessária (acho que essa foi a opinião majoritária, até onde pude aferir).

Um dos maiores clichês nessa fase do campeonato é dizer que todos os jogos são decisivos. O São Paulo, líder depois de 17 rodadas com o Grêmio na frente, leva a vantagem de enfrentar adversários sem maiores aspirações no campeonato ou na zona do rebaixamento. O Grêmio ainda teria o Palmeiras pela frente, e este pegaria o Flamengo em seguida. O negócio é fazer o dever de casa e secar o São Paulo.

O Palmeiras teve jogo no meio da semana pela Copa Sul-Americana, e Luxemburgo mandou um time de reservas e, de forma inédita, deixou de acompanhar o seu time, ou melhor, acompanhou o seu time das cabines da transmissora de TV, e assim, ao invés de treinar o time, atuou como comentarista. Acho que para ele funcionou, pois teve o microfone à vontade para reclamar que seus jogadores, em especial o Kleber, recebem muitas faltas e ainda são penalizados com cartões amarelos; além disso, o cara teve excepcional oportunidade para fazer o seu marketing na tentativa de substituir Dunga no comando da Seleção. No mundo ideal, a transmissora de TV deveria oportunizar o mesmo aos demais treinadores, nomeadamente Muricy, Roth, Caio Jr. Qual destes não gostaria de ficar 120min na maior emissora de TV puxando brasa para sua sardinha?

Fato é que com a bola rolando, o time de Roth conseguiu segurar o ímpeto dos palmeirenses, e ainda criou chances boas de gol (Marcel perdeu chance incrível depois dos 15min). De forma surpreendente, Jean jogou muito e o resto da zaga (Amaral, improvisado, e Heverton) mandou bem, com firmeza em todas as jogadas. Souza foi escalado como ala direito e teve a melhor atuação no Grêmio. A volta de William Magrão e Rafael Carioca foi fundamental. Assim, o primeiro tempo foi equilibrado.

A etapa complementar não foi muito diferente. Até que a bola sobrou para Tcheco pelo lado esquerdo; o camisa 10 resolveu levantar a bola para a área, mas ninguém alcançou e o golpe de vista traiu o goleiro Marcos. Gol sem querer também vale. Parecia inacreditável: 1x0 fora de casa e contra o Palmeiras. Mas os paulistas entraram no desespero, e além das chances desperdiçadas o exemplo mais veemente foram as quatro saídas de Marcos em direção à área gremista em cobranças de escanteio (a primeira foi logo após o gol). Geralmente esse recurso só é utilizado pelos goleiros no final do jogo, tipo faltando 5min ou nos acréscimos. Posteriormente o goleiro foi criticado pela afoiteza, e o próprio admitiu a falha.

Grêmio segue como vice-líder, dois pontos atrás do São Paulo.

PALMEIRAS: Marcos; Elder Granja, Gustavo, Martinez e Leandro; Jumar (Maicosuel), Pierre (Lenny), Evandro e Léo Lima; Denilson (Jorge Preá) e Alex Mineiro. Técnico: Wanderley Luxemburgo.

GRÊMIO: Victor; Héverton, Jean e Amaral; Souza, William Magrão, Rafael Carioca, Tcheco e Hélder (Adilson); Marcel (Orteman) e Reinaldo (André Luís). Técnico: Celso Roth.

Renda: R$ 761.095,00, Público: 26.025 pagantes (80 não pagantes), Árbitro: Heber Roberto Lopes (Fifa-PR), Roberto Braatz (Fifa-PR) e Erich Bandeira (Fifa-PE). Cartões amarelos: Martinez e Maicosuel (Palmeiras); Hélder, Amaral, Tcheco e Rafael Carioca (Grêmio). Gols: GRÊMIO: Tcheco, aos 28 minutos do segundo tempo.


GRÊMIO 2x1 CORITIBA - 35.ª rodada, 16.11.2008, 19h10min, Estádio Olímpico.

A vitória contra o Palmeiras veio na hora certa: diz-se que Roth havia prometido uma vitória épica. Mas o campeonato segue e o que importa é ser líder na última rodada. Então tem que vencer o maior número de jogos e secar o São Paulo. Na véspera da rodada, Luxemburgo sofreu agressão de parte da torcida do Palmeiras no aeroporto de Congonhas, antes da partida para o RJ para enfrentar o Flamengo. Lembrou-se, imediatamente, do episódio da semana anterior, durante treino no Estádio Olímpico, no qual se fez uma cobrança firme mas sem hostilidade desnecessária (até onde se ficou sabendo).

O Coritiba não tem mais nada a disputar no campeonato, então se falou numa desmobilização dos jogadores, o que poderia ser removida com a famigerada mala-preta (admitida pelo próprio técnico do time paranaense, conforme entrevista para o jornal da meia-noite). Nessa rodada o Grêmio jogou após o encerramento dos jogos dos adversários diretos, então já sabia da derrota do Cruzeiro para o Náutico (no sábado, nos Aflitos, por 5x2), do Palmeiras para o Flamengo (no Maracanã, por 5x2) e da vitória do São Paulo (3x2 sobre o Figueirense no Orlando Scarpelli - o Figueira chegou a empatar o jogo, mas em seguida os paulistas liquidaram o jogo; talvez tenha faltado um pouco da raça que sobrou no Olímpico algumas semanas atrás).

Após a vitória consagradora no Parque Antártica, esperava-se público de 45mil pessoas. Dirigimo-nos ao Estádio com antecedência de uma hora, e nos posicionamos quase embaixo da torcida adversária, pois era o único espaço coberto disponível na social. E acabamos pegando um lugar legal para acompanhar o 1.º tempo.

O jogo começou com o Grêmio se impondo, mas com poucas chances de gol e muitos passes errados de Tcheco: o cara errou os primeiros cinco lances, e aí desapareceu. A partir daí, tipo 10min, o Coritiba começou a devolver os ataques e Victor foi acionado algumas vezes. O problema que tenho notado é que o Grêmio custa muito a abrir o placar, e ficamos um pouco impacientes com chances de gol não concluídas - sempre alguém tentava mais um corte, mais um drible, ou mais um passe. As coisas se resolveram favoravelmente quando Tcheco avançou pela meia direita, o cara atrás de nós gritou "chuta para o gol", não levei fé a ponto de filmar o lance, e Tcheco chutou para o gol; a bola desviou na zaga e tirou o inseguro goleiro do Coritiba do lance. O gol foi muito comemorado por todos em campo e fora dele, e foi o máximo que consegui registrar do momento.

comemoração 1º gol do Grêmio - Tcheco



Um gol sempre traz um pouco mais de tranqüilidade. E com esse espírito o jogo seguiu para o intervalo. Na volta o Grêmio teve uns bons ataques mas só fez o 2.º gol aos 30min. Filmei todo o lance, com o pouco de memória que restava da máquina, mas não tive tempo de transmitir para o youtube - fica para quando voltar a Porto Alegre no fim-de-semana.

2.º gol do Grêmio - Heverton



"Fala cinco", entendi "quarenta e cinco", "vamos, então?", fomos e não vimos o Coritiba descontar.

Segue a diferença de dois pontos em favor do São Paulo. Próximo jogo é contra o Vitória, no Barradão (adversário nunca fácil de ser batido).

GRÊMIO: Victor; Amaral, Réver e Héverton; Souza, Rafael Carioca (Adilson, 35/2º), Willian Magrão, Tcheco e Hélder; Reinaldo (André Luís,25/2º) e Marcel (Morales, 25/2º). Técnico: Celso Roth.

CORITIBA: Vanderlei; Maurício, Rodrigo Mancha e Felipe; Marcos Tamandaré, Alê, Leandro Donizete (Carlinhos, 202º), Marlos e Ricardinho; Hugo e Keirrison (Ariel, 21/2º). Técnico: Dorival Júnior.

Arbitragem: Marcelo de Lima Henrique, auxiliado por Dibert Pedrosa Moisés e Hilton José Moutinho (trio do RJ). Gols: Tcheco (G), a 28 minutos do primeiro tempo. Alê (C, contra), a 30, e Ariel (C), a 46 minutos do segundo tempo. Cartões amarelos: Marlos, Maurício, Leandro Donizete (C), Adílson (G). Expulsão: Marcos Tamandaré (C).
Público: 43.385 pessoas. Renda: R$ 760.021.

CLASSIFICAÇÃO:
Equipe P V SG %
1º São Paulo (SP) 68 19 28 64,8
2º Grêmio (RS) 66 19 21 62,9
3º Flamengo (RJ) 63 18 22 60,0
4º Cruzeiro (MG) 61 19 12 58,1
5º Palmeiras (SP) 61 18 9 58,1
6º Goiás (GO) 51 14 11 48,6
7º Inter (RS) 51 14 4 48,6
8º Coritiba (PR) 50 13 6 47,6
9º Botafogo (RJ) 49 14 8 46,7
10º Atlético-MG (MG) 47 12 -6 44,8
11º Vitória (BA) 45 13 0 42,9
12º Sport (PE) 45 12 -1 42,9
13º Santos (SP) 43 11 -5 41,0
14º Atlético (PR) 41 11 -10 39,0
15º Fluminense (RJ) 40 10 -1 38,1
16º Náutico (PE) 40 10 -10 38,1
17º Vasco (RJ) 37 10 -15 35,2
18º Portuguesa (SP) 36 9 -19 34,3
19º Figueirense (SC) 35 8 -29 33,3
20º Ipatinga (MG) 34 9 -25 32,4

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