quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Grêmio 2x2 Inter (Copa Sul-Americana 2008, Estádio Olímpico, 28.08.2008, 19h20min)

Com a campanha do Brasileirão 2007, o Grêmio obteve uma das vagas para a Copa Sul-americana, que na época servia como uma motivação para o 2.º semestre, pois é notória a especialidade do clube em competições do tipo mata-mata. Mas o Brasileirão 2008 tem se revelado surpreendente, pois ninguém esperava que o Grêmio fosse o líder da competição 5 pontos à frente do 2.º colocado no final do 1.º turno. Nessas condições, os dirigentes e a comissão técnica optaram por escalar os reservas para os jogos iniciais da Copa Sul-Americana, nos quais o Grêmio enfrentaria, ironicamente, após sorteio, o Inter. Este, por sua vez, faz campanha irregular no Brasileirão 2008, e pôs em campo sua força máxima. Particularmente, estranhei a decisão gremista de escalar reservas, mas parece-me que isso, além da comum alegação de preservar os jogadores para a competição principal e mais importante (Brasileirão 2008), tem a ver com o fato de que a Copa Sul-Ameriana é uma torneio de tiro curto, sem premiação expressiva, e sem maiores repercussões (o vencedor disputa um jogo contra o campeão da Libertadores, e era isso).

O primeiro jogo foi no Beira-Rio, em 13.08.2008 (uma quarta-feira, 22h), e, conforme escrevi aqui, na ocasião o Grêmio vinha de uma goleada expressiva sobre o Atlético-MG, no Mineirão, por 4x0, e no fim-de-semana seguinte, após o Grenal, bateria o São Paulo, no Estádio Olímpico, por 1x0. Então, ia dizendo que no jogo no Beira-Rio, o time da casa saiu na frente, mas o Grêmio conseguiu o empate com gol de Leo. O 1x1 fora-de-casa trazia para o Estádio Olímpico a vantagem de jogar pelo 0x0, sendo que novo 1x1 traria a decisão para os pênaltis. Empate de 2x2 ou mais serviria para o Inter.

Após o jogo contra o São Paulo, o time de Celso Roth teve uma seqüênica de apresentações insatisfatórias: derrota para Flamengo, no Maracanã (2x1), e empate contra o Náutico, nos Aflitos (1x1, com gol de empate aos 48min50s). Mesmo assim, o Grêmio permanece na liderança do Brasileirão 2008, e se decidiu que no Grenal decisivo, da Sul-Americana, seriam escalados, mais uma vez, os reservas.

Jogo tão cedo é certeza de trânsito complicado (sem contar que deixei de prestigiar um importante evento jurídico - a Elenise entendeu e ficou tudo certo), mas acabamos conseguindo chegar tranqüilos, e arranjamos um lugar excelente, coberto, e com bom ângulo para o ataque gremista no 2.º tempo.

Depois de assistir a tantos jogos no Estádio Olímpico, e vindo direto do trabalho, sem jantar, lanchar ou descansar, não é mais tão empolgante assistir a um jogo inteiro em pé, sobretudo quando se trata da 1.ª fase de uma competição na qual o Grêmio foi a campo com reservas. Seja como for, o time de Celso Roth até que se postou bem, como já havia feito no jogo de ida, alternando chances de gol com o adversário, mas nada do tipo "como é que o cara perdeu esse gol". William Magrão foi escalado pois estava suspenso para o próximo jogo pelo Brasileirão 2008 (contra o Vasco, domingo, no Olímpico), e teve atuação muito boa. Roth promoveu a estréia de Orteman no meio-campo, e o paraguaio atuou bem nos primeiros 15min; depois perdeu bolas, deu passes errados, e quase comprometeu em algumas oportunidades. No ataque, Soares, depois de muito pedir, foi escalado e o meu pai logo observou que o cara estava sozinho contra a defesa do Inter. O time de Roth estava jogando, então, pelo 0x0.

No 2.º tempo, o Inter conseguiu sair na frente, aproveitando bobeira da zaga gremista, que pareceu ter dormido no intervalo. O jogo melhorou bastante a partir dali, vez que o Grêmio foi ao ataque e empilhou chances de gol. Só que Roth realmente não estava preocupado com a classificação, pois tão logo sofreu o 1x0, colocou em campo Andre Luis. Minutos depois, Amaral pediu para sair e o técnico o substituiu por Adilson. Ou seja, ao invés de entrar alguns titulares para dar uma melhorada no time, ingressaram os tri-reservas (ou reservas dos reservas).

Evidentemente que a coisa não iria funcionar, e o Inter naturalmente fez o 2x0. Com esse resultado, para a classificação do Grêmio só servia fazer 3x2, o que nos pareceu absolutamente fora de cogitação, sobretudo porque a entrada de Perea no time, no lugar de Makelele, parecia intempestiva - não adiantava mais, o cara pouco poderia fazer. Então largamos de mão.

Mas não há que se menosprezar o time de Roth, apesar de tudo. Afinal, 10min depois do 2x0, Perea descontou. E faltando poucos minutos para o fim do jogo, Soares fez o 2x2. Faltava, então, apenas um gol para a classificação; pena que a reação veio tarde. Mesmo assim, foi o suficiente para as duas torcidas saírem satisfeitas: uma com a classificação, e a outra com a reação expressiva dos reservas.

Agora, finalmente, o Grêmio pode se concentrar inteiramente nos jogos restantes do Brasileirão 2008.

GRÊMIO: Marcelo Grohe; Léo, Amaral (Adílson) e Jean; Makelele (Perea), William Magrão, Orteman, Souza e Hélder; Rudnei (André Luís) e Soares. Técnico: Celso Roth.

INTER: Clemer; Índio, Bolívar e Marcão; Ricardo Lopes, Magrão, Guiñazu, D'Alessandro (Edinho) e Gustavo Nery; Taison (Daniel Carvalho) e Nilmar. Técnico: Tite.

Árbitro: Leonardo Gaciba (Fifa-RS), Roberto Braatz (Fifa-PR) e Alessandro Rocha (Fifa-BA). Cartões amarelos: Índio, Guiñazu, Clemer (Inter); Jean, Hélder, William Magrão (Grêmio). Gols: INTER: Nilmar, aos dois, e Índio, aos 25 minutos do segundo tempo. GRÊMIO: Perea, aos 37, e Soares, aos 43 minutos do segundo tempo.

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